quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Z (1969)

Este filme ficou durante anos proibido pela censura brasileira e ironicamente estreou no Brasil em 31 de março de 1980, aniversário do Golpe de 64.


Este é o primeiro thriller político do diretor Costa Gavras (grego de Chipre) que fez um filme de suspense, só que fazendo uma denúncia política (no que foi depois muito imitado). Esta história é baseada no caso Lambrakis, como foi originalmente apresentada na obra Z, de Vassili Vassilikos. Em 1965, Lambrakis (feito com autoridade por Montand, famoso na época por suas posições de esquerda), um professor de medicina, é assassinado quando saía de uma manifestação de paz em praça pública, a investigação sobre sua morte acabou por revelar uma rede de escândalos, corrupção e ilegalidades na polícia e no governo na qual o líder do partido de oposição se tornou Premier. Porém, em 1967, um golpe militar derrubou o governo legal. O filme revive o assassinato e a investigação numa tentativa de demonstrar como o mecanismo da corrupção fascista pode se esconder atrás da máscara da lei e da ordem.

O Gavras usa o personagem de um procurador (Trintignant) como fio condutor. Ele que investiga o caso e vai descobrindo os culpados e a ação do governo. No inicio do filme há uma explicação que já diz tudo: "Qualquer semelhança com pessoas da vida real não é uma coincidência. É intencional".

O filme envelheceu e seus recursos narrativos hoje parecem banais por terem sido muito imitados, mas tem uma ótima trilha musical de Mikis Theodorakis.

Um filme um pouco datado, mas ainda assim é historicamente importante e empolgante.

Vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro e montagem, do Grande Prêmio do Júri em Cannes - onde Trintignant também foi votado como Melhor Ator e de vários outros prêmios internacionais.

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