domingo, 11 de dezembro de 2011

Em Busca de um Assassino (2011)

Desde 1971 mais de 60 corpos foram encontrados na proximidades do Texas, os habitantes locais chamam a área de “ os campos da Morte” e baseado na história real de dois detetives foi o ponto de partida para o filme de estréia da diretora Ami Canaan Mann filha do renomado Michael Mann.
Assim você pode esperar todos os elementos dos thrillers de Mann presentes em “Em Busca de Uma Assassino” se por um lado é um ponto positivo por outro deixa a sensação de dejavu.
Talvez por isso Ami perca um pouco o foco que seria relatar a desova de mulheres assassinadas  nesta região pantanosa do Texas, para contar a história de dois detetives Mike Souder e Brian Heigh, vividos por Sam Worthington e Jeffrey Dean Morgan respectivamente. Mike é o típico tira local malandro, que teme aquela região por conhecê-la. Já Brian é um policial transferido de Nova York, educado e religioso e decidido a fazer a coisa certa.
Quem também esta no elenco é a ótima Jessica Chastain que vive a ex-esposa de Mike e como policial também se vê envolvida na trama que chega ao clímax com o desaparecimento de uma adolescente vivida por Chloë Grace Moretz que vem de uma família disfuncional e tem o potencial para ser uma vitima do assassino.
“Em Busca de Uma Assassino” é um thriller acima da media, mas não apresenta nada de extraordinário.

Confiar (2011)

As ferramentas de comunicação pela internet trouxeram muitas vantagens, mas com elas também vieram alguns malefícios como a possibilidade de se passar por quem não se é. “ Confiar” toca em um assunto que preocupa pais, educadores e a sociedade : qual o limite que devemos dar as nossas crianças e adolescentes no acesso a internet, quais os perigos que rondam o acesso irrestrito. Hoje podemos criar perfis fantasmas nas redes sócias apenas para atrair pessoas.
“Confiar” aborda este tema polemico, onde os pais vividos por Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener) que descobrem que sua  filha adolescente, Annie (Liana Liberato, ótima) mantém uma amizade virtual com Charlie, um pedófilo que no anonimato da internet escolhe as suas presas.

Cria-se então um conflito familiar, pois a adolescente confia cegamentente no homem que mente para ela na internet, mas não  confia nos pais, dos quais sonega informações. É nítida a intenção dos produtores em tentar criar um filme que fosse contundente, porém não a ponto de espantar o grande público do cinema. Uma tarefa nada fácil.
A direção de David Schwimmer (o eterno Ross do seriado Friends) da elegância as cenas mais polêmicas, mas por outro lado faz algumas aborrecidas concessões comerciais, como perseguições desnecessárias e correrias sem propósito, como se fosse proibido atualmente fazer um filme comercial americano sem injetar adrenalina barata no público.

O que surpreende é o final do filme que foge as formulas prontas de Hollywood e deixa um alerta a todos que o mal pode estar onde menos se espera, para tanto não deixe de assistir os créditos finais.




quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DESENHO ANIMADO DE 1950

DESENHO ANIMADO DE 1950: uma verdadeira raridade!
Respondendo a um pedido do governo Americano que buscava a todo custo uma aproximação com o Brasil, WALT DISNEY criou (entre outros) este curta metragem antológico.
Era o fim da 2ª grande guerra mundial e o governo americano temia que o Brasil pudesse se tornar um país comunista.
Esta pequena maravilha foi criada no início dos anos 50, inteiramente à mão, sem computadores nem outro tipo de ajuda como os efeitos especiais do cinema de hoje em dia.
Observem que foi a primeira apresentação do Joe Carioca ou Zé Carioca
CLICAR NO LINK ACIMA E AUMENTAR O SOM.


Abram, se deleitem, e tenham uma idéia do que é um gênio como Walt Disney
                                          F A N T Á S T I C O

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“O Brasil sabe fazer cinema muito Bem”

Segue abaixo matéria publicada nas paginas verdes da Revista da Unimed.


Grande parte dos 77 anos de vida, Herbert Holetz dedicou ao cinema de arte, como ainda tem feito.
Em meio aos inúmeros cartazes, panfletos, recortes de jornal, títulos distribuídos entre fitas VHS e DVDs, o cinéfilo blumenauense ocupa o tempo atual cuidando do espaço reservado ao cinema reflexivo e clássico, na Fundação Cultural de Blumenau. O senhor de cabelos ralos e caminhar calmo é quem escolhe a dedo os filmes que são exibidos no projeto ‘Cine Arte’, que ocorre semanalmente no Cine Teatro Edith Gaertner,
onde estão cinquenta das 1100 poltronas que acomodaram, por quase 90 anos, os frequentadores do Cine Busch, no centro de Blumenau. Entre tantas histórias que, por horas, são contadas por senhor Holetz, estão
registros fidedignos de uma época de glamour do cinema blumenauense, que animou muitas crianças, aproximou diversos casais e distraiu, por anos, a população da cidade, sendo uma das poucas fontes de entretenimento de boa parte do Século 20.


revista  unimed:  como iniciou a relação do senhor com o cinema? 
Herbert Holetz: Foi logo na infância, nos anos 1940. Minha mãe, Agnes Holetz, que me apresentou ao cinema, nas matinês da época. Ela me levava com assiduidade para assistir a alguns filmes. Foi a partir daí que passei a admirar cada vez mais as produções. As comédias de ‘O Gordo e o Magro’, Chaplin e as
aventuras de Tarzan eram muito divertidas.

ru: o que o senhor pensa dos filmes brasileiros?
Holetz: O Brasil sabe fazer cinema muito bem. Quem é que não lembra de ‘O Cangaceiro’, de 1953? É uma produção muita rica para a época e que demonstra toda a capacidade do brasileiro em produzir coisas boas.
Assim como o filme ‘Tico Tico no Fubá’, de 1952. Foram vários anos em cartaz no Exterior. Atualmente, estamos melhores ainda. ‘Tropa de Elite’ é uma amostra disso, assim como ‘Carandiru’,lançado em 2003.

ru: cite uma das lembranças do tempo de frequentador assíduo dos cinemas.
Holetz: Lembro que, quando jovem, participava sempre das promoções feitas na rádio. Para ganhar ingressos do cinema era preciso responder perguntas sobre as produções da época e eu já ficava aguardando para responder. Assim, ganhei alguns ingressos para o cinema.

ru:  como e quando começou a relação do senhor com o cine busch?
Holetz: Desde sempre. Eu comparecia à sessão de cinema quase sempre e o gerente começou a
perceber minha presença quase que permanente. Então, passei a ajudar nas tarefas. Encaminhava
as pessoas para os lugares. No início, não recebia nada, mas assistia aos filmes de graça. Isso era muito
bom. Depois de um tempo, comecei a trabalhar lá oficialmente.

ru: o cine busch foi o primeiro de Santa catarina e único por muitos anos.  como o senhor se sente de ter participado dele?
Holetz: O senhor Frederico Guilherme Busch trouxe para Blumenau uma das primeiras salas de cinema do Brasil e o meu sentimento para com o Cine Busch será para sempre. Trabalhei lá por mais de 40 anos, dos
89 anos que Busch funcionou. Iniciei em 1953, um ano antes de o estabelecimento completar 50 anos. Deste auge da plateia lotada, permaneci até o fechamento, em 1993. Depois disso, ainda me permiti zelar
por aquele patrimônio por algum tempo. Fui porteiro, bilheteiro e depois passei a gerente.
Foram quatro décadas maravilhosas da minha vida.

ru: A televisão surgiu em 1950 no brasil. como isso refletiu no cinema da cidade?
Holetz: Assim como o pioneirismo no cinema no Estado, Blumenau também foi a primeira a ter estação televisiva em Santa Catarina. A TV Coligadas, no canal 3, surgiu em 1969. Antes disso, alguns televisores na cidade sintonizavam, com muitas interferências, a TV Paranaense, de Curitiba. Houve, nesse período, uma abstenção no cinema, pois era novidade ter uma tela para assistir em casa. Mas, o charme e a classe das salas de cinema não cessaram. Tivemos, depois, várias salas de cinema na cidade e tive a oportunidade
de trabalhar, também, no Cine Blumenau, que ficava no alto da Rua XV de Novembro, inaugurado em 1951 e cerrado em 1983. A enchente daquele ano foi um dos principais fatoresdo fechamento.

ru:  o senhor chegou a ter mais de 2 mil cópias guardadas. todos esses filmes foram assistidos mais de uma vez?


Holetz: Assisti diversas vezes alguns desses títulos. Desse montante, hoje tenho em casa 400 títulos, que guardo com muito zelo. Os demais estão aos cuidados da Fundação Cultural de Blumenau, pois doei para
registros históricos. Uma grande parte já está em DVD, mas confesso que era melhor antes: colocar a fita VHS no aparelho e deixar rodar. Hoje, tem que selecionar muitas opções nosaparelhos de DVD

ru:  o senhor é casado e tem três filhos.  o cinema foi absorvido pela esposa e pelos herdeiros?
Holetz: Todos gostam de filmes. Minha senhora me acompanhou muito na época do Cine Busch, pois, enquanto eu cuidava do cinema, ela fazia a venda dos doces na bomboniére, na entrada. Tínhamos um cão
que nos acompanhava. Mais tarde, ele seguia minha esposa até em casa, já que terminava o trabalho antes de mim. Quando a sessão acabava e eu saía do cinema, ele estava me esperando para me acompanhar no
trajeto. Assim como meus pais, Agnes e Ewald, fizeram comigo, apresentei o cinema para meu filho quando tinha cinco anos. Levei Jorge Alfredo a uma sessão no Rio de Janeiro. Acho que o resultado foi positivo,
pois ele admira muito o cinema também. Ajuda-me com filmes que ainda procuro e fala sobre cinema em um blog na internet. Minhas filhas Regina e Letícia também são adoradoras da sétima arte.



“O senhor Frederico Guilherme Busch trouxe para Blumenau uma das primeiras salas de cinema do Brasil e o 
meu sentimento para com o Cine Busch será para sempre"


ru:  qual a principal atriz de longas-metragens para o senhor?
Holetz: Todas as grandes mulheres do cinema já se foram. A principal delas e que marcou a história é Marilyn Monroe. Depois de uns dois primeiros filmes, ela deslanchou e encantou muita gente. Por isso, é considerada musa, não é mesmo?


ru: os filmes de arte, na maioria, são marcados por beijos que entram para a história. qual beijo o senhor acha que mais marcou o cinema?
Holetz: Clark Gable e Vivien  Leigh formaram um grande casal do cinema e protagonizaram um dos mais marcantes beijos, em 1939, entre Rhett Butler e Scarlett O’Hara em ‘E o Vento Levou’, que é um dos títulos mais belos da história. Tem também o beijo do clássico ‘Casablanca’, entre Rick e Ilsa, protagonizados
por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, em 1942.

ru: qual sua opinião sobre os filmes atuais? 
Holetz: Os atuais eu quase nem conheço. Deixei de ir ao cinema comercial em 2004. As salas de cinemas já não são mais as mesmas. O som precisa ser muito alto pra dar conta de inibir o barulho de celulares, conversa e ruídos de pacotes de pipoca.
Isso não é nada agradável. Então, passo a conhecer alguns filmes pelo que leio e depois procuro assistir em DVD.

ru: Hoje, o senhor atua somente no projeto ‘cine Arte’? 
Holetz: Sim, somente por aqui. Gosto dos filmes de arte, que têm qualidade na fotografia, na musicalidade e, principalmente, contendo uma mensagem. Para o filme ser de arte é preciso uma série de elementos. Tenho
conhecimento de todos que são reproduzidos aqui e eles têm muita classe.

ru: quando começou o projeto ‘cine Arte’?
Holetz: Houve uma época em que fui morar em Joinville. Além de trabalhar em cinema comercial, gerenciei um projeto chamado ‘Ciclos de Cinema’, da Fundação Cultural daquela cidade. Mais tarde, em 2003, passei
a executar o trabalho cultural em Blumenau. A partir de então, todas as segundas-feiras são encerradas com a exibição de um clássico. Atualmente, os filmes são exibidos às 19h30min, na sala do Cine Teatro Edith Gaertner, que fica no prédio da Fundação Cultural de Blumenau.

ru:  como é a programação e qual é o público do projeto?
Holetz: Existem 50 lugares. No início, o público era mais assíduo. Hoje, temos pouco mais da metade dos locais ocupados em cada sessão. Mas, quem está lá, realmente está interessado em cinema de arte. Recebo pessoas de diversas idades que têm paixão pela sétima arte. O ‘Cine Arte’ é gratuito e qualquer pessoa pode assistir aos filmes de épocas e nacionalidades diferentes, que encantam a todos durante a exibição.

ru:  quais os filmes que o senhor recomenda a quem quer conhecer o cinema de arte?
Holetz:  São tantos, mas, além dos que eu já mencionei, como ‘E o vento levou’ (1939), ‘Casablanca’ (1942) e ‘O cangaceiro’ (1953), tem ‘O mágico de Oz’ e ‘Good bye Mr. Chips’ (1939),
‘A ponte de Waterloo’ (1940), ‘Cidadão Kane’ (1941), ‘Cinema Paradiso’ (1988), ‘Tomates verde fritos’ (1991) e um recente – ‘O fabuloso destino de Amélie Poulain’ (2001).

Cinema em Blumenau
O cinema foi apresentado pela primeira vez em Blumenau no dia 21 de abril de 1900, por G. Koehler, no Teatro Frohsinn. O Frohsinn situava-se na Rua das Palmeiras, onde hoje está a sede da Celesc. Era o “Kinematografen”, que mostrava “fotos em movimento”, como dizia a propaganda.

FONTE: Revista Unimed - Paginas Verdes

Larry Crowne - O Amor Está de Volta (2011)

Larry Crowne (Hanks), um homem que é forçado a se reinventar e encontrar uma nova carreira em tempos de depressão econômica. Apesar de Hanks apostar em uma formula baseada nos clássicos de Frank Capra com uma mensagem otimista o filme não decola.
Sua mensagem me remeteu ao livro que li atualmente intitulado “Como a Starbucks salvou a minha vida”, onde um executivo tem que se redescobrir para voltar ao mercado de trabalho,
Hanks é sempre carismático e é divertido acompanhar sua transformação ao longo do filme, mas o desempenho de Julia Roberts esta muito fraco, e isto comprova que superastros não são mais garantia de sucesso, tanto que o filme foi um fracasso nas bilheterias
Apesar de bem intencionado, este é um filme leve para se ver quando não existe outra opção.

domingo, 11 de setembro de 2011

INVESTIGAÇÃO SOBRE UM CIDADÃO ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA (1970)

No final dos anos 60 e durante os anos 70, o cinema viu a necessidade de criar filmes-denúncias,também intitulado de “Cinema Político” e assim mostrar os absurdos de um sistema desigual que imperava em várias partes do mundo. Em 1969, Costa-Gravas com sua obra-prima “Z”, nos mostra um político sendo assassinado na frente de uma multidão de pessoas. O Estado quer fazer crer que foi um acidente e ignora todas as provas. Cabe a um promotor honesto ir contra tudo e todos e tentar desmascarar uma teia de corrupção que alcança elevados níveis de hierarquia.


A Itália nos anos 70 foi o berço de algumas das maiores obras do cinema político, onde talvez a mais importante seja “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita”, obra que relata como um inspetor de polícia fascista mata sua amante e deixa pistas de propósito para descobrir até onde vai sua fama de pessoa acima de qualquer suspeita. O filme foi o grande vencedor do Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro de 1970, e concorreu ao prêmio de roteiro original. Em Cannes, venceu o Grande Prêmio do Júri.

No Brasil muitas destes filmes ficaram proibidos durante anos em função da censura liderada pela então Ditadura Militar, mas muitas vistas hoje são tão atuais como a 30 anos atrás. Até hoje podem ser vistos como filmes que mexem em um vespeiro, incomodando muita gente, porque são obras que fazem pensar, levam à reflexão e abrem os olhos para uma direção muitas vezes não conhecida.

Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita”, me remeteu a impunidade nos atuais casos de corrupção e desvio de dinheiro, e como nossos políticos se acham acima de qualquer suspeita.

Em “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita”, o diretor Elio Petri faz uma crítica ao autoritarismo disfarçado e ao mesmo tempo um alerta contra a censura. O personagem principal age de forma altamente questionável, manipuladora, exercendo seu poder sobre a grande massa submissa a ele.

A brasileira Florinda Bolkan tem neste filme grande momento de estrelato, mas é sem dúvida Gian Maria Volonté quem brilha, no papel do inspetor.Ao som da envolvente música de Ennio Morricone, Petri realizou uma obra contundente sobre os bastidores do poder na sociedade italiana dos anos 70.

O final é um grito de desespero, onde ecoa a agonia de um homem disposto a fazer justiça por um crime que ele mesmo cometeu. Assim nos perguntamos: a “Lei”, que procura ser tão severa com o cidadão, funciona quando é exercida sobre ela mesma?

Imperdível para os admiradores de um cinema crítico e inteligente.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rango (2011)

Rango” agrada gregos e troianos, ou melhor  crianças vão gostar e os adultos vão gostar mais ainda. E se você é um adulto fã por filmes de faroeste vai se divertir um bocado com as referencias ao longo do filme.

Rango” não trás nenhuma novidade, na verdade é um tema bem batido, ou seja, a do personagem que vive numa zona de conforto, é arrancado dela e acaba virando “herói por acaso”, mas o rango de Johnny Depp é impagável.
Rango (dublado por Johnny Depp nas cópias originais) é um camaleão urbano que vive num aquário e sonha ser ator. Até que um acidente o atira repentinamente numa cidadezinha no meio do nada, assolada por uma terrível seca. Um verdadeiro vilarejo estilo Velho Oeste onde Rango encontrará todas as condições necessárias para demonstrar seu talento de ator frustrado.

A homenagem aos bons e velhos westerns já parte do titulo, “Rango” (mistura de Ringo + Django) e faz uma homenagem as filmes como, “Era uma Vez no Oeste” a “Matar ou Morrer”. Das cavalgadas em Monument Valley, tão típicas da obra de John Ford, à fotografia esbranquiçada de “Por um Punhado de Dólares”. O diretor Gore Verbinski, coseguiu a proeza de num desenho reunir no mesmo caldeirão não apenas incontáveis brincadeiras com os faroestes, como também juntar, numa única cena, “Star Wars” com “Apocalypse Now”.
Outro ponto forte do filme e a trilha sonora de Hans Zimmer – de importância fundamental na narrativa que apresenta várias citações a Ennio Morricone, e uma improvável Valquírias, de Richard Wagner, tocada no banjo!

Enfim “Rango” é uma das melhores e mais divertidas animações da temporada.
Veja!

CAMINHO DA LIBERDADE (2010)

Peter Weir não é o tipo de diretor que produz filmes em escala industrial, na verdade ele é muito seletivo, tanto que estava 7 anos sem filmar, desde que concorreu ao Oscar em 2003 com “Mestre dos Mares”.Mas tenho cada vez mais certeza que quando se põe atrás das câmeras é para entregar um produto de qualidade para seus espectadores, onde podemos citar obras do tipo “Sociedade dos Poetas Mortos”, “O Ano que Vivemos em Perigo” ou” O Show de Truman”.Outro dom de Weir é tirar interpretações marcantes de seus atores e em “Caminho da Liberdade, obtém interpretações magistrais e uma magnífica unidade dramática de Ed Harris), Colin Farrell e Saiorse Ronan, entre outros.
Caminho da Liberdade é uma historia verídica baseada no livro The Long Walk: The True Story of a Trek to Freedom, publicado em 1956, virou roteiro cinematográfico pelas mãos do documentarista Keith R. Clarke, onde o tenente polonês Slamovir Rawicz escreve sua própria história. Capturado pelos russos e condenado por espionagem durante a 2ª Guerra, Slamovir foi enviado para um campo de concentração na Sibéria, de onde, surpreendentemente, conseguiu escapar. Mas sua fuga, ao lado de um pequeno grupo de companheiros, está longe de ser o ato mais inacreditável do livro. Ela é apenas o primeiro passo de uma gigantesca caminhada rumo à tão sonhada liberdade.

Não espere um filme de ação, com uma escapada mirabolante, este é um filme contemplativo, por vezes poética, com grandes momentos de silencio onde a vastidão da paisagem domina a cena,o que pode incomodar espectadores acostumados com ritmos mais intensos.

“Caminho da Liberdade” é tecnicamente irretocável. A maquiagem nas cenas de intenso calor é das mais convincentes, a fotografia nos lança diretamente na ação, e as belíssimas

Infelizmente o filme foi um retumbante fracasso de bilheteria nos EUA, onde não chegou a faturar US$ 3 milhões. O que é uma pena, pois este belo filme acaba passando despercebido para muitos.
Veja!

domingo, 4 de setembro de 2011

Três Homens em Conflito (1966)

Constando em varias listas e conhecido por muitos como o clássico definitivo dos westerns, o filme permanece intocável mesmo depois de mais de quatro décadas do seu lançamento.

Apesar de fazer parte de um gênero a muito abandonado por Hollywood, e de algumas tentativas de ressucita-lo com os ótimos “Os Indomáveis” e “Bravura Indômita”, parece ser difícil este gênero voltar ao gosto popular. Mas nos cinqüentões temos um carinho especial por este gênero, que gravitou em nossa infância, quem não teve o seu revolver com balas de espoleta? Em minha infância vi muitos westerns, sentado nas poltronas do cine Busch e vibrando pela vitoria do mocinho.

O mais estranho de “Três Homens em Conflito” e não ser estrelado por um dos grandes nomes do gênero como, John Wayne, Gary Cooper ou James Stweart e sim por um desconhecido, Clint Eastwood, que vinha de uma parceria firmada com o cineasta italiano Sergio Leone, e que redefiniu o gênero western e alavancou a carreira de ambos. Este foi o terceiro filme da dupla, na parceria iniciada em 1963. Leone havia se transformado de promessa em mestre de um estilo operístico e grandiloqüente de cinema, que atingiria seu auge com a obra prima “Era uma Vez no Oeste” e que influenciaria grandes ícones dos anos 1990, como Quentin Tarantino. Do mesmo modo Eastwood estava a um passo de se tornar astro em Hollywood, e mais tarde sob a influencia de Siegel e do próprio Leone um renomado diretor. No terceiro filme da parceria, contudo, ambos se superaram, e a obra acabou por se transformar, com o tempo, em um dos maiores filmes de todos os tempos, um clássico absoluto do faroeste.

Para os leitores mais novos que talvez precisem de referências pop, este é um dos filmes favoritos de Tarantino. Mas “Três Homens em Conflito” não se resume apenas a isso, ele nos proporciona uma verdadeira aula de cinema estilizado, em que Sergio Leone refina e consagra um estilo operístico de direção. Sua sede pelo perfeccionismo em seus enquadramentos é assustadora. A habilidade excepcional de Leone para construir longas tomadas sem cortes, criando tensão e atmosfera a partir da contraposição de tomadas panorâmicas espetaculares (em geral, paisagens com personagens minúsculos, do tamanho de formigas, em algum ponto da tela) e closes de rostos duros e queimados de sol, transforma o longa-metragem em uma verdadeira sinfonia de imagens e sons inesquecíveis, que evoluem em um crescendo e culminam em um duelo final, então, envolvendo o Bom, o Mau e o Feio, serve como uma perfeita síntese de toda a emoção e maravilhas que um bom bangue-bangue pode proporcionar.

Outra coisa que marcou o cinema em “Três Homens em Conflito” foi a magnífica trilha sonora composta pelo mestre Ennio Morricone, hoje a mais conhecida entre as mais de 400 compostas pelo maestro italiano. Talvez você não tenha assistindo a “Três Homens em Conflito”, mas vai reconhecer a faixa-título, repetida, em infinitas variações, ao longo de toda a película: uma mistura de assovios, gritos de coiote, coral masculino e violões. Com isto Leone criou várias seqüências sem diálogos, inteiramente musicais, que funcionam quase como videoclipes de ópera inseridos habilmente na trama. É importante acrescentar que o filme foi concebido dessa maneira. Leone e Morricone escreviam as músicas antes de filmar, algo raríssimo na indústria cinematográfica.

Os 10 minutos iniciais, já dão uma idéia do estilo de Leone, sendo que não possuem uma fala sequer. Leone gasta-os para montar o clima, apresentar seu universo. Leone vai desvendando este universo aos poucos e passam-se uma hora de projeção até a historia estar formada. Após sermos apresentados aos três personagens o Bom, o Mau e o Feio (seus nomes são irrelevantes para a trama), interpretados respectivamente por Clint Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach. Este é um filme sem mocinhos. Os três roubam, trapaceiam e querem realmente achar um tesouro escondido a qualquer custo. Eastwood, obviamente pelos seus traços mais requintados (seu apelido é "Blondie" no filme, ou "Loirinho", segundo a dublagem brasileira), acabou ganhando a conotação de "bom".Os três personagens são absolutamente perfeitos para a história. Suas interpretações são também incríveis.

O filme não mede palavras e ações, há um nível de violência razoavelmente acentuado até para os dias de hoje, o que o torna, de certa forma, mais realista, pelo menos ao tentarmos imaginar como realmente era o Velho-Oeste.

Como trabalhava com orçamentos apertados, Leone desenvolveu um estilo que prescindia de palavras. Seus filmes não eram realistas, mas estilizados ao máximo; se passavam em um mundo de fantasia onde, de acordo com a renomada crítica Pauline Kael, “um pistoleiro caminhava um quilômetro ao atravessar uma rua”.

Assisti o filme novamente em sua versão restaurada com 178 minutos e em Bluray o que valoriza ainda mais esta obra do mestre Leone.

Não deixe de ver.

sábado, 3 de setembro de 2011

Thor (2011)




"Thor" não é o melhor nem o pior filme de super-herói já realizado, mas impressiona, principalmente pelo trabalho de construção de Asgard, a morada dos asgardianos, ela toma conta da tela e enche os olhos. Seja pelos figurinos, o design da cidade, a iluminação e as cores, é tudo impressionante - especialmente para quem, como eu, cresceu lendo as aventuras do Deus do Trovão nas histórias em quadrinhos. Asgard nunca foi tão bem retratada no papel ou fora dele. Este foi o primeiro acerto do diretor Kenneth Branagh.

O segundo foi a seleção de Hopkins como o poderoso Odin.O ator dá peso e nobreza necessária ao personagem. Hemsworth, por sua vez, não compromete, a não ser o coração das adolescentes. Mas quem marca presença é Tom Hiddleston, o Loki, quem tem qualidade para manter-se a altura da perfomance de Hopkins;

A grande duvida que reinava no universo dos fãs de HQ era saber se os produtores conseguiriam transpor para as telas de cinema, sem cair no ridículo, a fascinante história do deus nórdico de cabelos loiros esvoaçantes e seu poderoso martelo, que tanto sucesso faz desde 1962, ano em que ele surgiu, nos quadrinhos, pelas mãos de seus criadores Stan Lee (que para variar da a sua aparição no filme), Larry Lieber e Jack Kirby.

Em" Thor", somos apresentados aos asgardianos, seres imortais de outra dimensão, que, ao revelarem-se aos vikings, foram confundidos com deuses, iniciando a mitologia nórdica. Thor (Chris Hemsworth) é um príncipe desse povo, um jovem impetuoso e tolo, cujas ações desencadeiam uma nova guerra contra os Gigantes do Gelo, liderados pelo Rei Laufey (Colm Feore). Após ser banido para a Terra por seu pai, Odin (Anthony Hopkins), ele precisa aprender lições de humildade se quiser tornar-se digno de brandir novamente sua arma, o martelo Mjolnir, e com ele seu poder imortal.

Branagh também aproveita a natureza épica do roteiro para criar batalhas emocionantes, à altura das maiores aventuras do personagem nas páginas dos quadrinhos. O embate de Thor com o Destruidor, por exemplo, é um dos mais empolgantes já mostrados em filmes do gênero. As cenas em Asgard caem como uma luva na preferência dos fãs de grandes batalhas, momentos épicos, ação e aventura mítica. Enquanto a Terra serve de cenário para pitadas de romance e bom humor, fechando assim uma estratégia que claramente visa agradar a todos os públicos.



Não é o filme inesquecível de HQ do ano, mas também não faz feio.




Dica: Veja os letreiros até o final.

domingo, 21 de agosto de 2011

Fúria Sobre Rodas (2011)

O único jeito de encarar “Fúria Sobre Rodas”, e acreditar que o diretor Patrick Lussier, quis fazer uma grande piada com o espectador. Esse é daqueles filmes que de tão ruins, acabam se tornando divertidos, como “Plano 9” de Ed Wood.
Nicholas Cage já atuou em belíssimos trabalhos, onde posso citar “Asas da Liberdade”, “Despedida em Las Vegas”, “Feitiço da Lua” e “Cidade dos Anjos”, mas ultimamente o ilustre sobrinho do mestre Francis Ford Coppola tem embarcado em solenes roubadas. Acho que Cage tem confundido quantidade com qualidade, uma vez que com quase 30 anos de carreira já atuou em cerca de 60 filmes.

O diretor Patrick Lussier é outro que consegue se superar a cada novo filme, aja visto os horrores cometidos com “ Drácula 3000” e “Dia dos Namorados Macabro”

Cage interpreta o misterioso Milton, um vingador solitário, violento e amargurado que percorre os desertos norte-americanos para evitar que um inocente bebê seja sacrificado por uma seita satânica. Pelo caminho, ele se enrosca com a bela garçonete Piper (Amber Heard, a filha sedutora de Amor por Contrato) ao seu encalço esta um agente misterioso, denominado “Contador” (William Fichtner), um sujeito estranho que parece ter poderes sobrenaturais. Este absurdo saiu da cabeça do próprio Lussier e foi ajudado por Todd Farmer (roteirista, vejam vocês, de Jason X).

A Informante (2010)

A Informante” é baseado em uma história verídica, e toca num tema difícil  a corrupção, tráfico e prostituição de jovens Sérvias escravizadas e abusadas sexualmente ao chegarem na Bósnia, e o pior o revoltante envolvimento da polícia local, da IPTF (International Police Task Force), de funcionários da Organização das Nações Unidas e diplomatas nesta crueldade.

Fora isso reforça a força de Hollywood  no tema da figura mulher-coragem, já vistos em “Norma Era”, “Erin Brockovich” e “Terra Fria”. Aqui temos a frente a bela Rachel Weisz, que entrega uma atuação poderosa no papel da policial Bolkovac.
O filme dramatiza os eventos ao redor da investigação de Kathryn Bolkovac, uma policial do Nebrasca que tem a oportunidade de viajar para a Bósnia, numa missão de paz da ONU, e assim ganhar um dinheiro a mais e ter condições de morar mais perto da filha cuja custódia ficou com o pai, em função de sua dedicação ao trabalho.

Chegando lá em meio aos atendimentos aos refugiados ela acabada deparando com casos escabrosos de violência domestica e, pior com o acobertamento dos crimes abomináveis perpetrados por pessoas corruptas – homens e mulheres – incapazes de sentir compaixão e racionalizando um distanciamento do que estava acontecendo em nome da ganância.
Bolkovac em esforços sistematicamente heróicos, quase inconseqüentes, expõe esta rede de mentiras na tentativa de salvar um sem número de meninas e desbaratar esta lucrativa organização criminosa envolvendo autoridades de todos os escalões.

A obra, dirigida pela estreante Larysa Kondracki e estrelada por Rachel Weisz, com participação de Vanessa Redgrave, David Strathairn e Monica Bellucci, é um filme sério e tenso com cenas repulsivas e capazes de fazer crescer, em qualquer espectador consciente, um grande ódio pela impunidade, discriminação e intolerância.
A Informante” é um soco no estomago, e ainda  um alerta acerca da discriminação religiosa, racial e cultural, o filme denuncia – para quem não é absolutamente cego – em quanto o ser humano está distante de ter superado as questões relacionadas à opressão da mulher e que qualquer afirmação em contrário é tão ingênua como completamente imbecil.

Talvez por isso o filme tenha sido mal recebido nos EUA, tanto que foi lançado no Brasil direto em DVD.

Merece ser visto!

ÀS MARGENS DE UM CRIME (2008)

O tenente Dave Robicheaux (Tommy Lee Jones) é um detetive que não está em seus melhores dias. Vivendo em plena New Orleans arrasada pelo furacão Katrina, ele encontra uma garota morta e desconfia-se que o responsável pode ser um serial killer.

Ao ajudar um artista inconseqüente (Peter Sarsgaard) que veio para a produção de um filme bancado pelo maior mafioso do local "Baby Feet" Balboni, acaba descobrindo o corpo de um mistériosoassassinato ocorrido na década de 60.

Para piorar Dave Robicheaux está com problemas com a família por excesso de trabalho; e como se não bastasse parece estar presenciando visões de espíritos da guerra civil americana. Mesmo assim ele ainda tem forças para lutar pelo que acha certo.

O papel desenvolvido por Tommy Lee Jones lembra em muito sua  interpretação em “Onde os Fracos Não tem Vez“. Só que lá, como o detetive Ed Tom Bell, ele já parece ter perdido a esperança no mundo.

Às Margens de um Crime tem um bom suspense e é bem escrito, só que o excesso de histórias, ou melhor, de problemas pode fazer você perder o foco. O que mais me deixou intrigado foi  a trama dos espíritos, pois não parece se encaixar com o resto, a não ser que haja aí uma tentativa de se manifestar o conhecido misticismo daquela região americana, famoso pelo ocultismo, lembram da “Chave Mestra” e o insuperável “Coração Satânico”, ambos filmados na região da Louisiana.. Destaque para a bela fotografia de Bruno de Keyzer retratando a beleza e a devastação da região de New Orleans. Além disso, o elenco está afinado, sendo que Peter Sarsgaard sempre rouba a cena fazendo um personagem peculiar na sua cinegrafia.

Às Margens de um Crime termina deixando uma interrogação sobre qual a trilha que o diretor francês Bertrand Tavernier quis seguir, já que a ênfase na parte sobre as visões de Dave assumem um papel essencial no último ato. Mesmo assim, é um filme recomendado para uma calma sessão de domingo a tarde sem grandes sobressaltos.

Veja se tiver tempo!

Blitz - Sem Remorsos (2011)

Jason Statham que mal apareceu com “Assassino á Preço Fixo” e já esta novamente nas locadoras com esta nova “pérola” dos filmes de pancadaria.
Nesse filme Blitz Jason Statham um policial conturbado e contraditório se unirá á um parceiro policial gay, e juntos tentarão capturar um psicopata assassino de policiais que se intitula Blitz.

Blitz - Sem Remorsos “ é superior á “Assassino á Preço Fixo” têm uma história razoável e até um suspense interessante.

Porém Statham repete sempre o papel de durão, distribuindo muita porrada e nada que mostre alguma evolução quanto a sua interpretação.Jason Statham e Dwayne Johnson ( The Rock ) estão para Van Damme , Stallone dos filmes de pancadarias dos anos 80 ou seja, sobram-se porradas na tela faltam inteligência .
Além do mais o filme nada de novo traz ao gênero, assistindo-se a vários clichês do mesmo estilo, onde não faltam os personagens atormentados, a violência exacerbada, os cortes rápidos, o funeral à chuva, e o confronto final entre o anti-herói e o serial killer.

A não ser que você esteja a fim de um filme banhado de violência extrema e seu cérebro esteja cansado, perca seu tempo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Super 8 (2011)

Ver “Super 8” foi como voltar no tempo, me vi sentado no saudoso Cine Bush vendo “Os Goonies”ou outros filmes dos anos 80. Me fez voltar a minha juventude onde em companhia do grande amigo Edson Schroeder, passávamos horas dirigindo nossos filmes em super 8. J.J. Abrams conseguiu fazer um filme nostálgico sem cair nas armadilhas típicas do gênero.

Uma vez que a ação ocorre nos anos 80 uma coisa que me chamou atenção foi a questão da informação e de como os jovens de 30 anos atrás eram menos estressados com ela. Hoje com o paternalismo e a correção política transformamos nossas crianças em neuróticos precoces, plenos de informação (e conseqüentemente de preocupações). Em “Super 8”, informação é o item mais raro.Algumas cenas deixam isto bem claro, no caso do acidente de trem, nos dias de hoje em poucos minutos a mídia estaria a disposição de todos postada pelo Youtube, Facebook, Twitter entre outros. Outro ponto que achei marcante era como não éramos estressados, pois um filme de super 8 podia levar uma semana para ser revelado e só então se ter ideia do resultado.

Outro ponto positivo de J.J. Abrams é não dar prioridade aos efeitos especiais, pois se o filme você dirigido por Michael Bay, com certeza teríamos pouca historia e muitas explosões.EmSuper 8”, o menino, Joe (Joel Courtney), fica órfão da mãe e não sabe por quê, não compreende como seu pai odeia tanto um vizinho, e entende menos ainda quando praticamente todo o exército dos EUA invade sua cidadezinha no Ohio após um acidente de trem que Joe teve o acaso de testemunhar.

Abrams sabe, hoje para estimular curiosidade e envolver o espectador, dando uma aula de suspense, o que me fez lembrar os grandes filmes de suspense pois a  criatura que escapou do acidente de trem é um vulto que surge em reflexos na água, encoberto por objetos, remexendo copas de árvores - está escondido, enfim, por todos os cantos.
Mas uma vez revelado o monstro Abrams encerra o suspense e nos concede um filme de ação com direito a uma apoteose de lampejos, raios, fumaça e explosões que lembram as cenas de ação conscientemente exageradas. E aí fica claro, nesse clímax, que "Super 8" é um filme de cinéfila não só na sua premissa, não só na reverência à Amblin, mas de ponta a ponta - entrega-se sem medo ao suspense com a mesma disposição com que se entrega, depois, ao filme de ação.

Abrams explora de maneira formidável a adolescência dos anos 80. Seja pelos jovens que encaram o perigo não porque são valentes, mas porque não tem a medida desse perigo, os amores platônicos e não declarados.
São esses e muitos outro detalhes que tornamSuper 8um autêntico filme apaixonado pelo cinema e uma saudosa homenagem.

Não deixe de ver!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Padre (2011)

Paul Bettany já teve seus momentos de glória e já admirei algumas de suas interpretações, mas não entendo esta segunda parceria dele com o diretor Scott Charles Stewart que trabalhou com efeitos visuais em algumas dezenas de filmes, mas como diretor ainda não mostrou nada que preste, seja com “Padre” bem como o anterior “Legião” um dos piores filmes de 2010.

O filme é baseado nos quadrinhos do coreano Hyung Min-Woo, o filme relata as aventuras de um padre guerreiro num mundo devastado por séculos de guerra entre humanos e vampiros. Ele se revolta contra as regras do clero quando descobre que sua sobrinha foi seqüestrada por uma horda de sanguessugas.

Enfim um amontoado de bobagens com direito até a um cowboy. Nem perca seu tempo.

domingo, 14 de agosto de 2011

NÃO ME ABANDONE JAMAIS

Com um belíssimo prólogo que relata que em 1952, foi encontrada a cura para todas as doenças o que resultou que em 1967 a expectativa de vida é de 100 anos assim é a abertura de “Não Me Abandone Jamais”. Mesmo assim pouco é revelado sobre o teor da historia, enfim é embarcar na premissa e apreciar este belíssimo filme, ou questionar e fechar o coração.

Quando o espectador descobre que esta é uma adaptação da obra do japonês Kazuo Ishiguro e esta mais para ficção cientifica que para romance, mas quando o espectador tem esta percepção já é tarde demais pois já esta envolvido na historia dos 3 jovens.

Tudo gira em torno de um triangulo amoroso entre 3 jovens que estudam numa tradicionalíssima escola inglesa: Ruth, Kathy e Tommy, interpretados respectivamente por Carey Mullingan, Keira Knightley e Andrew Garfield quando chegam à idade adulta. O lugar é administrado com rigor pela diretora Emily (Charlotte Rampling). Mas tudo muda quando uma nova professora, mais jovem, chega à escola com idéias menos convencionais. O filme pode lembrar um pouco “Sociedade dos Poetas Mortos”, e assim aparentemente vamos acompanhar as dores e amores da adolescência de qualquer jovem. Mas o que vamos descobrir e que nenhum destes jovens terá uma vida longa e somos levados por caminhos totalmente diferentes, surpreendentes, e com extrema delicadeza e paixão se dedicará à discussão de um tema dos mais difíceis: a mortalidade. Ou, mas especificamente neste caso, a brevidade desta mesma vida.

Graças ao refinado roteiro de Alex Garland que soube adaptar de forma brilhante as idéias perturbadoras propostas por Kazuo Ishiguro, o qual nos apresenta conceitos ao mesmo tempo tão poéticos e inquietantes sobre vida e morte.

Não quero revelar mais do filme para não estragar as muitas surpresas e o turbilhão de sentimentos que o mesmo reserva ao espectador.

Dirigido por Mark Romanek de um modo europeu: com calma, sensíbilidade, com um olhar introspectivo, sem pressa. “Não Me Abandone Jamais” é um filme instigante.

Não Me Abandone Jamais” foi o vencedor do prêmio de Melhor Atriz (Mullingan) e indicado a Filme, Diretor, Roteiro, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante do British Independent Film Awards.

domingo, 7 de agosto de 2011

ZORBA,35 anos depois

Um presente, uma excelente reflexão sobre a vida, talvez com o tempo, a gente vai ficando ainda mais sensível...


a primeira versão, quando Quinn, aos 49 anos, dá um show inesquecível e eterno, com leveza, talento, paixão... uma explosão de sentimentos... a vida pulsando de todos os lados e tornando mágico um momento de bela expressão artística.

Realmente um show!

Mas o que vem depois, o Quinn aos 84 anos reproduzindo a dança que o consagrou no cinema mundial.

Foi poesia pura o que ele fez no palco: com graça, paixão pela vida e a vontade de retribuir ao público tudo o que ele ganhou.

É para se emocionar muito, pensando na transformação que sofremos ao longo dos anos, e pensando no esforço que fazemos para continuar nosso caminho com orgulho, dignidade e prazer.

Por um instante a gente esquece de tudo. Mais um momento mágico, no qual cremos na eternidade, porque ela é palpável diante de coisas assim.

Tudo passa na vida.

Ele passou também, mas teve a sorte de poder nos dar um presente como esse.Anthony Quinn

Em 1964, com ... 49 anos (aqui, apenas uma música imaginária)

Em 1999, com ... 84 anos, dançando Zorba (aqui, um show de coro, orquestra e ... Anthony Quinn).ESPETACULAR:

Veja os dois filmes. Sugiro que veja primeiro o original de 64 e depois a homenagem aos 84 anos.

É só clicar: A dança original em 1964: http://www.youtube.com/watch_popup?v=bXxJyIVz-98

Em 1999, com 84 anos: http://www.youtube.com/watch_popup?v=CKHlmb5xcq8

sábado, 30 de julho de 2011

A Noviça Rebelde 45 Anos Depois

Na década de 1960, o cinema americano, tal qual a televisão, passava por uma grande transformação. Produções europeias dominavam o circuito alternativo e os grandes estúdios começavam a ruir com a chegada dos conglomerados e a proliferação de produtoras independentes, muitas delas formadas por atores famosos. Tentando se manter no mercado, gerando lucro, estúdios americanos passaram a produzir filmes com uma linguagem mais realista. Por isso, quando a Fox lançou “A Noviça Rebelde” em 1965, a produção foi atacada por uma boa parte da crítica que a considerou muito ‘açucarada’. O estúdio temia pelo fracasso do filme.

Christopher Plummer, famoso na época por seus trabalhos dramáticos tanto no cinema quanto no teatro, foi um dos críticos do filme. Tanto que, ao longo dos anos, se recusou a falar sobre esse trabalho. Mas sua postura suavizou nas duas últimas décadas. Ele ainda não é fã de “A Noviça Rebelde”, mas reconhece seu valor. Plummer nunca participou de encontros do elenco. Uma das poucas vezes que ele fez referência positiva ao filme foi no final dos anos 90 quando participou de uma homenagem à Julie Andrews.

Quando Julie fez seu último espetáculo no musical “Victor ou Victoria”, na Broadway, Plummer estava na platéia. Sem que ela soubesse, a produção fez um arranjo com o ator para se despedir de Julie, que se submeteria a uma cirurgia nas cordas vocais. Ao final do espetáculo, a orquestra começou a tocar a música “Edelweiss”. Plummer, sentado em um camarote com um microfone na lapela, começou a cantar a música. Lentamente ele se levantou e se aproximou do palco, e de Julie, ainda cantando. A platéia veio à baixo com aplausos e choro.

Oprah ao lado dos atores que trabalharam no filme A Noviça Rebelde

Hoje, 45 anos depois, “A Noviça Rebelde” é um dos filmes mais assistidos de todos os tempos. No Brasil, seu DVD é relançado regularmente, trazendo o mesmo conteúdo só mudando a capa e, mesmo assim, ‘vende feito água’! Para comemorar os 45 anos de produção do filme, o programa da Oprah Winfrey realizou a façanha de reunir, pela primeira vez, Christopher Plummer com o elenco de atores que interpretaram os membros da família Von Trapp.

Julie Andrews, hoje com 75 anos, e Christopher Plummer, com 80 anos, que interpretaram o casal principal, Maria e o Capitão Von Trapp, reencontraram as ‘crianças’, Charmian Carr (Liesl), Nicholas Hammond (Friedrich), Heather Menzies (Louisa), Duane Chase (Kurt), Angela Cartwright (Brigitta), Debbie Turner (Marta) e Kym Karath (Gretl).

O que esta postagem está fazendo aqui? Muitos dos atores do filme estrelaram séries ao longo dos anos e o reencontro deles serve, também, para os fãs de seriados conferirem por onde eles andam.

Julie Andrews, por exemplo, estrelou a sitcom “Julie”, em 1992, e Christopher Plummer era o chefe de uma equipe de agentes que combatia o terrorismo internacional em “Contra Ataque”. Nicholas Hammond subia as paredes utilizando um uniforme azul e vermelho para combater o crime na série dos anos de 1970, “O Homem-Aranha”. Heather Menzies-Urich, viúva do ator Robert Urich (Vega$) estrelou a versão para a TV de “Logan’s Run, Fuga das Estrelas”, também da década de 1970.

Mas talvez a atriz mais conhecida dos seriados da TV seja Angela Cartwright, que antes do filme já tinha conquistado fama como a filha de Danny Thomas, na sitcom “Make Room for Daddy”, logo depois passou a ser conhecida como Penny Robinson, na série de ficção científica “Perdidos no Espaço”.

Hoje com 60 anos, Heather Menzies está afastada da carreira de atriz. Além de participar da diretoria do Urich Fund for Sarcoma Research, fundada em homenagem ao marido Robert Urich, ela também mantém uma produtora de filmes com sua sócia, Angela Cartwright. Durante a entrevista no programa da Oprah, ela comentou sobre sua tentativa de se livrar da imagem de ‘menina pura’ perpetuada pelo filme, posando nua para a Playboy. Algo que confessa não ter sido uma boa alternativa.



Nicholas Hammond, filho da atriz Eileen Bennett, também está com 60 anos. Antes de “A Noviça Rebelde”, Nicholas atuou no teatro e fez pequenas participações em filmes, como “O Senhor das Moscas”, e séries, como “Os Defensores”. Na década de 1970 estrelou a série “O Homem-Aranha”, que não o ajudou em sua carreira. Formado em Literatura Inglesa, Nicholas se mudou para a Austrália na década de 1980, onde se estabeleceu como ator, diretor e produtor. Mantém contato com a atriz Charmian Carr, que interpretou Liezl, que o considera como seu irmão de verdade.


Angela Cartwright, hoje com 58 anos, já tinha uma carreira antes de trabalhar em “A Noviça Rebelde”. Começou a atuar com cinco anos de idade. Irmã da também atriz Veronica Cartwright (Daniel Boone e Eastwick), Angela esteve em “Make Room for Daddy” e “Perdidos no Espaço”. Também teve participações em séries como “Alfred Hitchcock Apresenta”, “I Love Lucy/Lucy-Desi Comedy Hour”, “Shirley Temple’s Story Book”, entre outras. Atualmente, mantém uma carreira como fotógrafa, tendo publicado livros sobre o tema.



Durante o encontro, os atores revelaram algumas curiosidades. Charmian, que interpretou Liesl, contou que na época tinha 21 anos, e não 16. Apaixonada por Christopher Plummer, o considerava perfeito. Este, por sua vez, ‘apaixonado’ por álcool, a ensinou a beber.

Os atores passaram seis meses filmando na Áustria. As visitas de Plummer aos bares locais o levaram a engordar durante a produção, forçando uma mudança em seu figurino. As crianças também tiveram problemas com o passar do tempo. Nicholas Hammond, que interpretava Friedrich, cresceu, o que obrigou a produção a colocar os demais atores de salto alto ou em cima de uma caixa para parecerem mais altos que ele.

No final da entrevista, o programa mostra um vídeo dos anos de 1970 no qual Julie e a verdadeira Maria Von Trapp cantam “Edelweiss”. Para encerrar a entrevista, os bisnetos da verdadeira Maria cantam a mesma música.

FONTE: Revista Veja 29/10/2010

domingo, 24 de julho de 2011

O Concerto (2010)

Em 1998 assisti “O Trem da Vida” escrito e dirigido pelo cineasta romeno Radu Mihaileanu o qual considero um dos melhores filmes dos anos 90. Agora Radu apresenta seu genial “O Concerto”, que lembra bastante a maluquice da proposta básica de “O Trem da Vida”: criar uma grande farsa para iludir e tirar proveito dos aproveitadores do poder.
Andrey Filipov (Aleksey Guskov) é um ex-maestro da orquestra Bolshoi que há 30 anos durante o governo de Leonid Brezhnev caiu em desgraça por negar-se a demitir os músicos judeus, como exigiam seus superiores. Como punição, foi rebaixado ao posto de faxineiro, no mesmo prédio em que conduzia seus instrumentistas. Ele tem vivido 30 anos de privações e humilhações, mas nada liquidou o ânimo de Andrey, que vive à espera de uma oportunidade de redenção.

Ela chega sob a forma de um convite para uma apresentação em Paris da orquestra Bolshoi, que é roubado pelo ex-regente. Como um garoto travesso, ele entusiasma-se pela idéia de remontar, clandestinamente, seu grupo de músicos (eles também relegados a empregos como chofer de táxi ou sonoplastas de filmes pornôs) e ressuscitar, artisticamente, em grande estilo. Mas, para isso, terá de montar uma orquestra inteira... em 15 dias. Assim tem início uma louca, divertida e satírica empreitada bastante parecida por sinal com a doce maluquice da proposta básica de O Trem da Vida: criar uma grande farsa para iludir e tirar proveito dos aproveitadores do poder

O ponto forte de Mihaileanu é sua poderosa imaginação. Ele recheia de detalhes toda a composição da trama - por vezes rocambolesca, é verdade -, cujo roteiro ele assina, ao lado dos colaboradores Matthew Robbins e Alain-Michel Blanc, a partir do argumento original de Hector Cabello Reyes e Thierry Degrandi.

Mais do que formar uma orquestra globalizada, o grande maestro na verdade rege aqui a própria identidade européia, multifacetada, fragmentada, mas com talento e garra suficientes para criar uma união que - talvez - traga benefícios a todas estas pequenas e enraizadas culturas que se convencionou chamar de Europa. Uma fragmentação que encontra na perfeita sintonia obtida num concerto erudito sua mais fiel analogia.

Mihaileanu enpacota tudo isso com um humor encantador, um ótimo ritmo de comédia, e um belo roteiro que guarda boas surpresas para o final. Indicado a quatro prêmios César (ganhou os de Som e Trilha Sonora) e ao Globo de Ouro de Melhor Filme em língua não inglesa.

Não deixe de ver!

Vermelho Como o Céu (2006)

Na primeira vista este filme reúne elementos de fácil apelo, crianças cegas, superação baseada em fatos reais, já bastante testados e aprovados pelo público, ou seja, em mãos erradas teria se tornado um dramalhão piegas.

Mas reunidos pela mão habilidosa do cineasta Cristiano Bortone, que evita qualquer apelação lacrimogênea, tornaram-se matéria-prima para uma obra sensível e com potencial para ser bastante lembrada e querida.

Emotivo e emocionante, como só o cinema italiano sabe fazer. Assim é “Vermelho como o Céu”, filme que conta a história real de Mirco (Luca Capriotti), um garoto de dez anos que fica cego num acidente doméstico e é obrigado a freqüentar uma escola especial. Lá longe dos pais e dos antigos colegas ele luta contra tudo e todos para alcançar seus sonhos e sua liberdade.

No instituto de deficientes visuais Mirco, um apaixonado por cinema, descobre um velho gravador e passa a criar histórias sonoras.

O diretor Cristiano Bortone, um cineasta inédito no circuito comercial brasileiro, e tinha tudo para nos dar um filme melodramático e choroso, mas pelo contrario ele narra a historia de forma lírica, com simplicidade e sinceridade e extrai de seu jovem elenco (quase todo formado por crianças realmente cegas) ótimos momentos de bom humor.

O filme também faz um analogia ao autoritarismo existente na Itália do anos 70, na figura do diretor da escola especial, um homem amargo - ele próprio também cego – que por não acreditar nas capacidades produtivas e criativas dos deficientes visuais, impende qualquer expressão que fuja a regra, ficando claro que há várias formas de cegueira.

Mirco se tornou um renomado editor de som da indústria cinematográfica italiana, deste modo além de fazer uma belíssima declaração de amor ao cinema, “Vermelho Como o Céu” resgata a tradição humanista e passional de um tipo de cinema italiano que não tem medo de chorar. Não pro acaso, ele foi eleito o melhor filme pelo Júri Popular da 30ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Veja!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Á queima Roupa (2010)


O cinema frances tem dado um banho nos americanos quando se fala de cinema de ação. O diretor Fred Cavayé, já nos havia dado o ótimo “Pour Elle”, que inspirou a refilmagem americana intitulada “72 horas”, estrelada por Russel Crowe. Após assistir “Á queima Roupa”, tenho a certeza que em breve teremos uma refilmagem americana.


Assim como em “Pour Elle”, o cineasta frances joga um pacato casal no meio de uma situação limite. Tudo está indo bem para Sam (Gilles Lellouche) e Nadia (Elena Anaya): ele trabalha como enfermeiro e ela está esperando o primeiro filho, mas tudo muda quando Nadia é seqüestrada sob o olhar impotente de Samuel. Quando ele acorda, seu telefone toca: e ele tem apenas três horas para retirar um paciente para fora do hospital onde trabalha. Este é apenas o inicio de um pesadelo que somente vai piorar, e seu destino está agora ligada à de Sartet (Roschdy Zem) bandido procurado pela polícia.


Uma das melhores seqüências do filme acontece dentro de uma delegacia, que em função de um surto de vandalismos que ocorrem pela cidade, se encontra em completo caos.A ambigüidade da situação é que torna a seqüência brilhante.


Cavayé alem de grande diretor, mostra grande competência nas cenas de ação e ainda por cima é co-autor de um roteiro inteligente e enxuto, que em nenhum momento subestima a capacidade intelectual do espectador.

Veja!

Fora-da-lei (2010)

Fora-da-lei” é uma produção entre França, Argélia, Bélgica, Tunísia e Itália e trata de um assunto bastante delicado ainda nos dias atuais, a luta da independência da Argélia, que foi ocupada no século 19 e libertada apenas em 1962. Já rendeu grandes filmes como “A Batalha de Argel” de Gillo Pontecorvo. Não é o caso aqui, que tem mais jeitão de novela com seus 138 minutos de duração e traça a saga de três irmãos argelinos.


Em 1920, Said, Messaoud, Abdelkader e seus pais são expulsos de suas terras para dar lugar a um colonizador francês. Eles mudam para a cidade de Setif, onde logo após o fim da Segunda Guerra, ocorre uma carnificina durante uma passeata pacifica. No massacre a família perde o pai e duas irmãs e então é iniciada a saga dos três irmãos que seguem caminhos diferentes para se reencontrarem na França.


O filme é claramente tendencioso para o lado argelino, e é apresentado num esquema quase didático servindo mais como aula de história do que bom cinema. Mas vale uma espiada, pois esta bem acima da média dos filmes atuais.

domingo, 17 de julho de 2011

Alzheimer Case (2003)

Foi uma surpresa descobrir este filme, pois chega a ser uma raridade, se assistir um filme belga. ainda mais não falado em francês. Pena que este bom filme recebeu um titulo não muito atraente no Brasil, mas esta fita policial, bastante violenta, bem realizada, com muito clima que lembra "Seven" bem como " Amnésia", por motivos óbivos, e " O estranho", de Soderbergh, como Terence Stamp). O ideal teria sido usar o título "Memória de um Assassino", como em certos países.

A história se inicia em Marselha, onde Ângelo,um assassino de aluguel quase aposentado é contratado para uma última missão. Ele não quer aceitar, devido ao seu estado de saúde, uma vez que sofre do mal de Alzheimer (por isso ele escreve o nome das futuras vítimas em seu braço para não esquecer), mas o seu contratador força a barra e ele acaba indo para a Antuérpia, na Bélgica, fazer valer a sua missão.


Chegando lá, ele mata a sua primeira vítima, um funcionário do alto escalão. Ao descobrir que a segunda vítima é uma menina de 12 anos, ele questiona o seu cliente, diz que se recusa a matar menores de idade. O cliente se irrita, manda outro assassino matar a menina e ir atrás de Ângelo, para matá-lo também. Ângelo resolve se vingar, indo atrás de seu cliente e matando todos que estão em seu caminho.


Paralelo, temos a história de 2 detetives que tentam descobrir a história por trás de todos os assassinatos, e o destino vai cruzando o caminho deles com o de Ângelo.


Embora a idéia do assassino recusar um caso e ir contra o Sindicato do Crime seja velha, tem reviravoltas diferentes e foi realizada com eficiência. O filme é interessante, têm uma boa dinâmica, bons atores. Tecnicamente é correto, tem boa fotografia, som, trilha sonora. Faz uma crítica a corrupção na polícia e na política. Não traz nada de novo, apenas uma história bem contada


Não se pode esquecer que na Bélgica ocorreram grandes escândalos sobre redes de prostituição infantil e pedofilia. Quem gosta do gênero, vale checar. Foi o filme indicado oficialmente para o Oscar de Filme Estrangeiro de 2005.