domingo, 5 de dezembro de 2010

O Bebê de Rosemary (1968)

Este pode ser considerado um dos melhores trabalhos do diretor Polanski, que adaptou fielmente um famoso best-seller de Ira Levin (lançado no Brasil com o título de "A Semente do Diabo").


A grande sacada do filme é tornar o terror real, de forma a gerar pensamentos ambíguos em cada espectador.

Tudo se inicia quando o jovem casal Guy (John Cassavetes) e Rosemary (Mia Farrow) se mudam para um prédio antigo e ao chegar lá, se deparam com vizinhos estranhos, porém muito receptivos. Algum tempo depois, Rosemary engravida e passa a ter estranhas visões, ao mesmo tempo em que seu marido, de forma suspeita, começa a se envolver cada vez mais com estes vizinhos, despertando dúvidas assustadoras em Rosemary.

Polanski, um judeu e ateu confesso, também acerta ao não mostrar a bruxaria como curiosidade (há um plano rapidíssimo do diabo que poucos conseguiam ver no cinema). Com um clima e uma fotografia excepcional, para o qual contribui o edifício onde eles moram, que é o mesmo onde John Lennon morava e diante do qual foi assassinado, o filme vai nos envolvendo em um terror claustrofóbico.

Com a excelente interpretação de Mia (que sofre uma transformação física impressionante durante o filme. É um dos melhores filmes de terror psicológico já feito, transcendendo o gênero. Premiado com o Oscar de Atriz Coadjuvante (para a veterana Ruth Gordon,1895-1985), foi indicado também como Roteiro (do próprio Polanski).

Extremamente bem conduzido, “O Bebê de Rosemary” revela-se um excelente filme de terror que não utiliza cenas violentas ou sanguinolentas como forma de assustar o espectador. Polanski cria situações aterrorizantes, e envolve o espectador no pânico. É a situação em que os personagens estão envolvidos que causa temor. A dúvida gerada em torno dos pensamentos e visões de Rosemary e a ambigüidade de sua atitude final elevam ainda mais a qualidade da obra. Por isso, independente de qual seja sua interpretação final, o espectador ficará satisfeito com o que viu.

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