"A Fita Branca" (2009) é uma viajem ao passado, mais precisamente as vésperas da Primeira Guerra Mundial, numa aldeia no interior da Alemanha, onde terríveis acidentes começam a acontecer e colocam toda a pequena população em estado de alerta.
Nada é muito explicado (ainda bem, pois o mistério acentua a dramaturgia) e as mortes que se acumulam não encontram culpados. É como se Haneke dissesse: a culpa é das normas rígidas da sociedade alemã, da educação hipócrita que é passada através das gerações.
Haneke não esta interessado em respostas e sim analisar a essência da maldade, nos pequenos detalhes. São gestos, olhares, pensamentos, ações e intenções.Não se atenha a história pois com certeza você vai se decepcionar. O importante é a psicologia dos personagens, o clima claustrofóbico das cenas, fotografadas em preto e branco soturno, num trabalho de mestre de Christian Berger - colaborador habitual de Haneke desde "O Vídeo de Benny" (1992) -, e as interpretações austeras dos atores.
A vila lembra muito a assustadora vila criada por M. Night Shyamalan.
O filme pode ser visto como um estudo sobre o comportamento contagioso que mais tarde se transformaria nas raízes do Nazismo. Em alguns momentos a austeridade beira ao constrangedor e acaba por incomodar o espectador.
Experimente.
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