Passamos então a conhecer Roberto (Ricardo Darin, um dos grandes atores da atualidade) um personagem solitário, muito mal humorado e veterano da Guerra das Malvinas. Por conta de um duro revés, vive há quase vinte anos recluso em sua casa, sem contato com o mundo. Roberto é pra lá de sistemático, dorme sempre na hora certa, tem poucos amigos e coleciona manias, entre elas recortar notícias absurdas de variadas publicações. Este seu mundo é profundamente abalado quando o destino lhe reserva uma surpresa. Num momento de bondade ele oferece ajuda para Jun (Ignacio Huang) jogado - literalmente - em seu caminho, dando início a uma verdadeira via crucis e uma atípica amizade entre um argentino que não fala chinês e um chinês que não fala castelhano, a qual ira mudar profundamente a vida de ambos.
As tentativas de Roberto de se livrar do “estorvo chinês” rendem cenas muito engraçadas, mas é na convivência forcada entre eles que esta o lirismo do filme. O roteiro explora de maneira excepcional o fato de um não saber falar a língua do outro e reforça essa conexão diferente, que vai ficando cada vez mais forte entre eles e também com o espectador na medida em que a trama vai se descortinando, carregada de dor e floreada de humor, te envolvendo-nos de forma natural.
Maravilhosamente roteirizado e dirigido por Sebastián Borensztein, em seu terceiro longa,o filme encontra na sutileza o segredo de fazer humor com emoção.
Com um roteiro construído com sutilezas amassadas pela rudez do protagonista, a poesia presente em seu final é a prova cabal de que se está diante de uma história bem contada e imperdível.
Não deixe de Ver!
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