domingo, 1 de janeiro de 2012

Drive (2011)

Quando foi exibido no ultimo Festival de Cannes, onde o premio de Melhor diretor, “Drive”, dirigido pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn, provocou muitas reações. Refen (Bronson, O Guerreiro Silencioso) conseguiu mexer com a platéia que urrava e aplaudia  em cena aberta pelo herói vivido por Ryan Gosling.

Como disse o critico Marcelo Hessel “Ryan Gosling interpreta em Drive menos um "ser humano de verdade" do que um ideal de herói, um action figure no sentido mais literal do termo. Em inglês, drive não significa apenas dirigir, quer dizer também impulso, motivação. O personagem de Gosling é uma figura movida pela ação - e o seu lugar de pertencimento, portanto, não seria outro senão aquele cinema que desde sempre gestou heróis que "fazem o que precisa ser feito", o americano”.

Refn presta uma homenagem ao cinema americano, uma vez que Gosling protagoniza o papel de um duble e entre trabalhos em Hollywood e em uma oficina mecânica, ele ocasionalmente serve de motorista de fuga, para quem contratar seus serviços. O problema começa quando o bom moço decide ajudar o marido (Oscar Isaac) da sua vizinha (Carey Mulligan) em um assalto suspeito, o dublê se envolve num esquema que foge à sua moral e ao seu controle.

Gosling faz o papel de um personagem misterioso, silencioso e sem nome, do tipo estranho sem nome imortalizado nos westerns de Clint Eastwood, a diferença que seu cavalo é um Ford Mustang. O personagem não faz nada por bondade, apenas por dinheiro até conhecer sua vizinha Irene. Tudo em Drive funciona em função da imagem do herói, mostrar como ela se transforma em decorrência da ação.A violência quando acontece, surpreende, não apenas por ser extrema, mas porque vem esporadicamente.

É evidente o talento do dinamarquês para filmar Gosling sempre pensando numa iconografia (o ator aparece com freqüência, por exemplo, nos cantos do Scope, o que reforça o seu caráter de justiceiro solitário), e o galã reage bem a essa proposta por ser, antes de mais nada, uma figura altamente fotogênica, que se presta à idealização.

Drive é fetiche puro, e tem uma das cenas mais memoráveis do ano, num elevador. Independente do julgamento, Drive merece ser visto.

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