quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Precisamos falar Sobre Kevin (2011)

Na primeira cena de “Precisamos falar Sobre Kevin” somos mergulhados em uma tela que se enche de vermelho, vermelho este que será uma constante em todo o filme seja ostensivamente num pára-brisa coberto da cor ou num pequeno cinzeiro em outra cena. Esta cena inicial que representa a felicidade expressa na festa espanhola da “Tomatina”, onde a diversão e jogar tomates  ou mergulhar os participantes em molho do fruto logo nos fará ver que tudo não passa de uma analogia ao drama o qual seremos apresentados. “Precisamos falar Sobre Kevin” é algo que ao longo do filme nunca é posto em discussão. O que iremos acompanhar é o drama de uma mãe (Tilda Swinton, num desempenho surpreendente) e a perturbadora meditação da mesma sobre os fatos que levaram seu filho a cometer uma chacina.

O romance de Lionel Shriver foi adaptado de forma onde fatos são apresentados cronologicamente fragmentados, onde as imagens, as situações e os silêncios nos levam a sensações de intenso desconforto num filme claustrofóbico e deprimente.

O filme nos leva a refleti sobre vários questionamentos: Será que a mãe que tanto se culpa, em função da dificuldade que sentia de amar seu filho desde bebe, tem realmente culpa do ocorrido? Pode uma mãe amar incondicionalmente seu filho desde o seu nascimento? E seu você não o amar? E se ele não amar você? Kevin é um bebe difícil que desde pequeno parece preferir o pai, um verdadeiro banana, teria nascido com uma índole malévola? E se este bebê crescer e vier a se tornar algo ameaçador e aterrorizante?

Um filme com desempenhos majestosos de Tilda Swinton e Ezra Miller (Kevin adolescente) onde as questões abordadas demonstram a mais dura realidade, especialmente em um mundo onde o termo “inocência infantil” está perdendo todo o significado.

Não deixe de Ver!

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