domingo, 15 de janeiro de 2012

O Garoto da Bicicleta (2011)


Os cineastas belgas Jean-Pierre Dardene e Luc Dardene que realizaram filmes como “A Criança (2005)”, “O Filho (2002)” e “O Silencio de Norma (2008)” voltam três anos depois ao tema que já lhes rendeu diversos prêmios: o olhar naturalista sobre os relacionamentos humanos.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2011 é uma maravilhosa encenação sobre a prisão e a liberdade, o isolamento e a socialização, o pertencer e o marginalizar-se.

Num filme enxuto, de poucas palavras onde as imagens falam por si “Garoto da Bicicleta” expõe os dilemas de seus personagens de forma sensível e humanista. Sem nos incentivar ao julgamento ou à condenação – o abandono e o medo que dele surgem são o principal. Até mesmo o pai que renega o filho tem suas razões. Todos nós temos nossos motivos, justificativa que, todavia, não torna nossos atos menos mesquinhos. É aí que está a grande sacada, o que esta em jogo em “O Garoto da Bicicleta” é a causa-efeito dos nossos atos, estejamos conscientes dos efeitos ou não. Outro ponto é o peso da ausência e como ele pode afetar a vida.

O filme retrata a dura infância de Cyril (Thomas Doret que faz aqui uma estréia com grande performace) que inicia nossa historia ligando desesperadamente para seu pai, que não atende. Com o tempo, sabemos que Cyril foi deixado provisoriamente em um orfanato por seu pai (Jérémie Renier) que desapareceu do mapa. A única esperança do garoto com o mundo real está na sua bicicleta, que a cabeleireira da pequena cidade (Cécile de France, de Além da Vida) recupera. Cyrril é um garoto que não aprendeu a expressar os seus sentimentos e é instintivo como um animal irracional, ele vê em sua bicicleta a liberdade que tanto almeja.

Um filme que inspira sentimentos e mexe com o coração.



Veja!

Nenhum comentário:

Postar um comentário