Baseado no livro não ficção The Rite, de Matt Baglio, um jornalista que conviveu com tais clérigos especializados em expulsar o mal, decidiu escrever um livro relatando as experiências do citado padre, Gary Thomas, quando foi alardeado que a Santa Sé visava colocar um exorcista em cada uma de suas dioceses. Segundo ele, existem atualmente nos EUA 15 padres autorizados a fazer exorcismos e que tudo que se mostrar no filme como ritual e comportamento é absolutamente real.
O diretor Mikael Håfström foi muito infeliz na escolha do pouco conhecido Colin O'Donoghue, para viver o papel de Michael Novak, um jovem de origem humilde que vai para o seminário porque assim pode ter uma educação melhor, só que não tem fé e pensa em largar o convento. Mas sob ameaça de seu superior é enviado para Itália estudar sobre exorcismo. Lá o protagonista conhece um dos únicos exorcistas em atividade, o Padre Lucas, e começa assim mais um round do eterno embate entre o bem e o mal, a fé e o ceticismo, a ciência e a religião.
Estão no elenco Alice Braga, com a competência habitual, faz as vezes de Baglio como uma jornalista que segue o personagem principal. Colocar os excelentes Ciarán Hinds (Padre Xavier), Toby Jones (Padre Matthew) e Rutger Hauer (o pai de Michael) em papéis secundários também ajuda a elevar a qualidade do jogo. Mas é mesmo Anthony Hopkins que rouba a cena. O ator volta a velha forma e está inspiradíssimo, surtado, ora engraçado, ora assustador, como o Padre Lucas, pena que ele só entre em cena após meia hora de filme.
De qualquer maneira, o diabo em “O Ritual” é presente, sim, mas como um oponente intelectual. Suas respostas e debates são instigantes, e como explica o Padre Lucas - "Não espere cabeças girando ou sopa de ervilha jorrando", fazendo piada com o grande clássico “O Exorcista”. Sem grandes cenas chocantes e poucos sustos fáceis, faz de “O Ritual” um filme recomendável.
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