quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

À Meia-luz (1940) e (1944)

O DVD lançado pela Metro/Warner nos traz as duas versões. A primeira uma produção inglesa que nunca foi lançada no Brasil e a segunda de 1944, dirigida por George Cukor.

A versão de 1940 é a primeira versão da famosa peça de teatro de Patrick Hamilton. Quando os estúdios da Metro produzirão a versão de 1944, procurou de todas as maneiras destruir esta versão (e quando não conseguiu, acabou comprando os direitos). Mas em muitos aspectos ela é melhor do que a posterior (e mais famosa).
Esta primeira versão é mais enxuta e mais fiel ao texto original, explica melhor a transformação da heroína (o filme não demora para levantar suspeitas sobre o comportamento do marido, que logo a gente desconfia e descobre esta querendo enlouquecer a esposa. Ou seja, é mais convincente do que a versão de 1944.

A versão de 1944, dirigidoa por George Cuckor, deu por sua atuação nesse filme, a diva Ingrid Bergman seu primeiro Oscar® e um Globo de Ouro. Também indicado ao prêmio da Academia, Charles Boyer vive o anti-herói vil e calculista. Com Joseph Cotten, Dame May Whitty e Angela Lansburry, então com 18 anos de idade, em sua estréia no cinema. Indicado ainda ao Oscar® nas categorias Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Fotografia em Preto e Branco, Filme e Roteiro; Vencedor também na categoria Direção de Arte-Decoração de interiores para filmes em preto e branco.

Ambas as versões envelheceram mal, e esta segunda chega a ser arrastada e perde demasiado tempo (15 minutos) mostrando como o romance do casal começou e floresceu. O que não ajuda nada o filme. Acrescenta também uma figura de alívio cômico na velha vizinha fofoqueira (Dame May Whitty).

Boyer, que faz o marido, já usava peruca, faz biquinho de francês, é mais baixo que Ingrid e não convence nunca como o marido ambicioso e desonesto, que faz tudo para enlouquecer a esposa. Embora Ingrid tenha ganho seu primeiro Oscar pelo filme (ela estava no auge de sua popularidade e o papel não lhe é adequado- apenas uma cena pode justificar o prêmio, que é a final com Boyer). Em compensação, em algumas poucas cenas com apenas 17 anos, estreou no cinema, Angela Lansbury fazendo a criada intrigante e vulgar (um desempenho brilhante e sutil que lhe deu uma indicação ao Oscar e lhe garantiu uma carreira posterior notável).

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