sábado, 8 de janeiro de 2011

Homens em Fúria (2010)

Na última década Robert De Niro esta atuando no piloto automatico. Talvez desde "Entrando Numa Fria" (2000) ou até antes, em "Máfia no Divã" (1999), para citar apenas duas comédias que viraram franquia e ajudaram a estereotipar ainda mais o personagem rabugento.

Mas "Homens em Fúria" (Stone, 2010) não foi a redenção para trazer de volta o grande ator de clássicos do cinema como "Táxi Driver" e "Poderoso Chefão", mas já dá um passo adiante, acho que grande parte disto se deve a presença de Edward Norton, e que engole De Niro com uma atuação minimalista.

Grande parte do filme é um duelo de palavras entre Stone interpretado por Norton, um detento que já cumpriu mais de 3/4 da sua pena e agora tenta antecipar a sua saída da prisão junto ao seu agente de condicional, Jack (De Niro), que está a poucos dias da sua aposentadoria e que parece buscar uma razão para sua existência. E é neste duelo de palavras que Norton mostra porque é reconhecido como um dos melhores atores da sua geração. Ele muda o sotaque, inventa uma voz e cria trejeitos dúbios, que não deixam claro se ele está falando sério, se fazendo de louco ou dando um golpe de gênio.

Num conflito paralelo esta Lucetta (Milla Jovovich), esposa de Stone que tem a missão de seduzir Jack, para ajudar o marido. Missão que Milla Jovovich cumpre de maneira perfeita, numa atuação onde não sabemos qual vai ser sua próxima jogada. Este é, talvez, o melhor trabalho de Jovovich em muito tempo.

Esta é a segunda parceria do cineasta John Curran com Edward Norton, que interpreta um personagem bem mais malévolo que o marido traído de “O Despertar de Uma Paixão”.

Curran esmiúça a natureza humana ao contrapor não apenas os protagonistas, também ao explorar a relação de De Niro com a esposa (Frances Conroy) e sua relação conflitante com a bela Lucetta.A carga dramática fica nas trocas de olhares e, principalmente, na trilha sonora, que passa de zumbidos que estão ali apenas para dar o clima para algo muito mais importante para a trama. Diferente do que estamos acostumados na maioria dos filmes americanos este não da respostas claras e deixa muitas perguntas no ar o que dá margem para que os espectadores criem seus próprios desfechos.

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