domingo, 16 de janeiro de 2011

Fantástica Fábrica de Chocolates (2005)

Hoje revi com minha filha “'A Fantástica Fábrica de Chocolates” não a versão de 1971 que assisti na minha infância, e que foi um fracasso em nossos cinemas após ser massacrado pela critica, mas acabou virando Cult, após ser apresentado em versão dublada na televisão,e acabou marcando a infância de milhares de crianças.

Mas com a direção do mestre do gótico, Tim Burton e com o homem das mil faces o talentoso Johnny Depp para o papel do esquizofrênico Willy Wonka, acabamos por vivenciar uma viagem encantada pelo mundo da magia, com situações inusitadas abusando de cores escuras mixadas com extravagantes. Sendo assim, ele consegue transmitir paisagens e situações infantis como adultas, tais como as referências a diversos filmes como "2001, Uma Odisséia no Espaço", a cena do chuveiro de "Psicose", "A Mosca", e aos vários filmes do próprio Burton, que encantam o público.

O filme é é mais fiel ao livro de Dahl (que por sinal, odiava aquela versão de 1971. A viúva dele assina como co-produtora aqui) e conta a historia do excêntrico proprietário de uma fábrica de chocolate, Willy Wonka (JOHNNY DEPP) e Charlie (FREDDIE HIGHMORE), um menino pobre e de bom coração. Há muito tempo afastado de sua família, Wonka promove um concurso internacional para escolher um herdeiro para seu império de doces. Cinco crianças de sorte, entre elas Charlie, encontram os bilhetes dourados em barras do chocolate Wonka e ganham uma visita guiada à lendária fábrica que ninguém nunca visitou em 15 anos. Maravilhado com tudo o que vê, Charlie fica fascinado pelo mundo fantástico de Wonka nesta história extraordinária.

O roteirista John August foi extremamente feliz ao seguir quase ao pé da letra o texto de Dahl (que já era bizarro), apenas explicando certos detalhes:como Wonka encontrou os Oompa-loompas) e principalmente mostrando a complexa relação com o pai dentista que detestava doces, que é interpretado pelo grande Christopher Lee (o melhor Drácula de todos os tempos).

Assim o roteiro responde certas perguntas (por exemplo, por que Charlie não vende o cartão premiado, já que a família é pobre e precisa tanto de dinheiro). E depois, ao final se estende para ter uma conclusão ampliada e mais bem resolvida. Mas em praticamente tudo Burton acertou, inclusive na concepção dos empregados Oompa-Loompas (que é sempre feito por uma mesma pessoa, Deep Roy.

Johnny Depp também dá o melhor de si. Ele está perfeito em seu papel, e dá um show de atuação, mesmo em alguns momentos em que a maquiagem o faz ficar praticamente irreconhecível (uma vez que Burton limpou as rugas e traços de Wonka e das crianças, deixando-as quase como bonecos). Dessa vez também vemos o passado de Wonka, dando profundidade às suas "egocêntricas" e problemas psicológicos, e deixando o filme mais palpável.

Tudo é uma fábula muito clara, que a moral da história enunciada com toda clareza, culpando os pais por mimarem os filhos (deixando-os gordos ou insuportáveis) ou os educarem da maneira errada (para serem por demais competitivos) ou assistirem televisão (com exagero).

Este é um filme com moral. Mas não é fácil nem simples. É complexa como a vida. Com excelente trilha musical de Danny Elfman, fotografia do francês Philipe Rousselot.

"A Fantástica Fábrica de Chocolates" é uma fábula atemporal, mágica, que devolve por algumas horas a criança dentro de nós. Um conto que nos mostra os verdadeiros valores da vida. Enfim um filme que envolve as crianças e os adultos, fãs de Burton e da história.

Vale a pena assistir.

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