domingo, 30 de maio de 2010

Meus Westerns Favoritos

O chamado cinema western, também chamado popularmente de "filmes de cowboys" ou "filmes dde faroeste", praticamente nasceu com o prórprio cinema. Seu grande marco inicial foi em 1903, com a produção de "O Grande Roubo do Trem". Esse gênero é um clássico do cinema norte-americano. Nas décadas de 60 e 70 a Itália produziu os famosos western "spaghetti". Ainda que os westerns tenham sido um dos gêneros cinematográficos mais populares da história do cinema, com grandes diretores e mesmo que ainda tenha muitos fãs, a produção de filmes deste gênero é praticamente residual nos dias atuais. Como um saudosista e fã incondicional desses filmes que alegraram minhas tardes nos cinemas de Blumenau, resolvi listar os meus favoritos.


A Árvore dos Enforcados (1959): O Brilhante ator Gary Cooper, na pele do Dr. Joseph Frail, em um dos seus últimos papéis no cinema, faz um médico que chega para trabalhar com os doentes num campo de mineração na época da corrida do ouro, fugindo do seu passado obscuro. O filme tem uma história complexa e original, dirigido por um especialista no gênero Delmer Daves.Este é o filme de estréia do ator George C. Scott, no papel de um curandeiro e pregador bêbado. O filme tem também uma bela canção que foi indicada ao Oscar e uma trilha musical assinada pelo mestre Max Steiner.





Butch Cassidy e Sundance Kid (1969): baseado em fatos reais, Butch Cassidy e Sundance Kid consagrou a dupla Paul Newman e Robert Redford, além da música Raindrops Keep Falling on My Head de autoria de Burt Bacharach e Hal David. Um dos filmes de faroeste de maior sucesso da história do cinema. Um clássico premiado que mistura aventura, romance e comédia ao contar a história verídica dos fora-da-lei mais simpáticos do velho oeste. Ninguém é mais rápido que Butch Cassidy (Paul Newman) para bolar esquemas para ficar rico, seu parceiro Sundance (Robert Redford) é imbatível com seu revólver. O filme tem a direção segura de George Roy Hill, mas o grande trunfo do filme é o roteiro de William Goldman, vencedor do Oscar. O filme também foi premiado nas categorias Melhor Fotografia, Melhor Música e Melhor Canção e está na lista dos 100 melhores do American Film Institut (AFI).


Os Brutos Também Amam (1953): A lendária versão do mais perfeito mito do gênero western, do aclamado diretor George Stevens, obteve seis indicações para o Oscar e fez de Os Brutos Também Amam um dos grandes clássicos do cinema americano. Shane (Alan Ladd) é um errante e veterano pistoleiro que quer abandonar o seu passado mas se vê na obrigação de defender uma pacata família, aterrorizada por um rico boiadeiro e seu atirador de aluguel. Ao encarar a batalha decisiva, Shane vê o final de seu próprio estilo de vida. Misterioso, temperamental e insinuante, o filme é realçado pelas intensas interpretações de seu esplêndido elenco. Shane quer fugir da violência bem como do intenso desejo sexual que sente pela mulher do fazendeiro. Uma das cenas que se tornou clássica é quando o menino corre atrás de Shane gritando seu nome.


Consciências Mortas (1943): Quando um rancheiro é dado como morto por ladrões de gado, o povo de Ox-Bow decide fazer justiça com as próprias mãos e linchar os supostos assassinos. Henry Fonda interpreta um andarilho que tenta defende-los nesse provocativo filme que discute as verdades sobre o linchamento. Considerado por muitos como o melhor Western de Henry Fonda. Dirigido por William Wellman e co-estrelado por Dana Andrews, Mary Beth Hughes e Anthony Quinn, Consciências Mortas é uma incessante busca por justiça. Um filme que venceu a barreira do tempo e é aclamado como um dos melhores momentos de Hollywood.




Era uma vez no Oeste (1968): Obra-prima de Sérgio Leone combina fotografia, atuações, música e diálogos majestosos. “O ritmo do filme pretende criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. Era uma Vez no Oeste é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens do filme, exceto Claudia Cardinale, têm consciência de que não chegarão vivos ao final”. - Sergio Leone, define assim seu filme.É impossível esquecer o plano fechado nos olhos azuis de Henry Fonda que se injetam de ódio no papel de vilão. Este pode ser considerado o Pulp Fiction dos westerns, construído sobre uma história violenta e com personagens a beira da fronteira. Outro personagem inesquecível é Harmônica (Charles Bronson), um pistoleiro silencioso, uma espécie de filósofo da morte, ele é definido em uma fala de Jason Robards: “ Harmônica toca ao vez de falar, mas quando é melhor que toque, ele fala”.


O Homem que Matou o Facínora (1962): Equiparado a "No Tempo das Diligências" como um dos maiores do gênero, este é um faroeste atual que sobrepõe a todos os faroestes clássicos. John Ford, cujo próprio nome é sinônimo do gênero, dirigiu o elenco perfeito. Jimmy Stewart interpreta o desajeitado mas charmoso advogado da cidade grande, decidido a livrar o vilarejo de Shinbone de seu encrenqueiro e mau caráter número um, Liberty Valance (Lee Marvin), que transformou Marvin em um dos grandes homens maus do cinema. Como se não bastasse, o maior astro que já apertou o gatilho interpreta o homem do título, John Wayne. John Ford que durante décadas encantou gerações com seus filmes sobre os cowboys valorosos, a colonização do oeste, índios e pistoleiros neste filme mostra o Oeste forjado em cima de uma mentira. "Quando a lenda é mais famosa que a realidade, imprima-se a lenda", com esta frase Ford definiu O Homem que Matou o Facínora.


Os Imperdoáveis (1992): Um clássico moderno. Os Imperdoáveis, de Clint Eastwood, vencedor de quatro Oscar em 1992, incluindo Melhor Filme e Direção foi selecionado entre os 100 melhores Filmes de todos os tempos pelo American Film Institute. Eastwood nos deu um western violento, com um anti-herói em uma história inusitada e um elenco excepcional. Um filme lento, maduro, sombrio e tocante que mostra a história de um pistoleiro aposentado que precisa voltar às armas contratado por um bando de prostitutas. O filme também foi vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Gene Hackman, no papel do desonesto xerife local que impõe a lei através da força e brutalidade. No caminho, o diretor Clint Eastwood faz uma homenagem inesquecível ao faroeste, ao gênero americano por excelência, ao mesmo tempo em que lamenta seus últimos suspiros. Uma das curiosidades foi que Eastwood conservou o roteiro engavetado durante anos até ter a idade certa para interpretar o papel. Preste atenção a frase de Clint : “É um inferno matar uma pessoa. A gente tira tudo que ela foi e tudo que poderia ser”.


Matar ou Morrer (1952): Se não foi o primeiro, certamente é o mais famoso de um novo tipo de faroeste, o chamado "western psicológico" onde a história se tornava mais complexa e o bandido podia ter complexos, medos e problemas. Não se tratava apenas de mera perseguição entre bandidos e mocinhos. Por sua interpretação do Xerife Will Kane, Gary Cooper (1901-61) levou seu segundo Oscar (o primeiro foi por "Sargento York"), em 1941.O filme conta a história de um homem da lei, que se dispõe a defender sozinho uma cidade de habitantes covardes contra uma gangue de criminosos vingativos. Através de uma montagem fabulosa feita pelo veterano montador Elmo Williams o filme acabou se tornando uma tensa história de suspense, um homem traído por seus amigos (os mesmos que minutos antes foram festejar seu casamento, agora lhe viram as costas) e que tem que enfrentar sozinho os três pistoleiros em duelos a pistolas, que se tornariam clássicos. Matar ou Morrer recebeu um total de quatro Oscars, incluindo Melhor Montagem, Trilha Sonora e Canção Original.


O Matador (1950): Jimmy Ringo é um famoso pistoleiro com fama de "rápido no gatilho”, quer refazer sua vida e viver em paz com a mulher, mas sua fama de rápido no gatilho continua atraindo desafiantes para conquistar o titulo do "Gatilho mais rápido do Oeste", deste modo lhe armam emboscadas e o desafiam constantemente para duelos. Com Gregory Peck no papel do matador este fantástico western foi dirigido pelo mestre Henry King.


Meu Ódio Será Sua Herança (1969): o mestre da violência, Sam Peckinpah inovou a maneira de se mostrar o tiroteio colocando as cenas em câmera lenta e adicionando o sangue espirrando para todos os lados.Este é um dos western mais famosos do cinema, provocou na época de seu lançamento enorme impacto pela violência e foi muito imitado posteriormente. O filme mostra um bando de assaltantes de banco que refugia-se no México. O crítico Roger Ebert lembra que, em 1969, “Meu Ódio Será Sua Herança” foi recebido da mesma forma que “Clube da Luta”, e foi em 1999, sob acusações pesadas de ser hiperviolento e gratuito, até mesmo, fascista. Para alguns, Peckinpah glorificava a violência. A verdade é que o filme é tremendamente violento, somente no verdadeiro balé de sangue que é o duelo final, Peckinpah gastou doze dias e mais de 10 mil cartuchos de bala de festim.


No Tempo das Diligências (1939): Clássico do diretor John Ford e que colocou John Wayne no panteão das grandes estrelas foi inspirado por um conto de Guy de Maupassant e filmado no cenário favorito de Ford, a sombra do célebre Monument Valley, em Utah, O filme se tornou a base do gênero western. Atravessando o Arizona numa diligência, um grupo se envolve um diversas lutas e aventuras - inclusive enfrentando índios guerreiros. Além da indicação para o Oscar de melhor filme, No Tempo das Diligências recebeu o Oscar de melhor ator para Thomas Mitchell e trilha sonora. Citado entre os 100 melhores filmes do AFI.




Onde Começa o Inferno (1959): Outro clássico imprescindível do gênero. John Wayne e Dean Martin em um grande filme do diretor Howard Hawks. John Wayne é John T. Chance, xerife de uma pequena cidade do Texas que precisa enfrentar um exército de pistoleiros dispostos a libertar um rico proprietário de terras preso por assassinato. Para a missão conta com a ajuda de um quarteto inusitado, um bêbado (Dean Martin), um velho resmungão (Walter Brennan), um jovem e inexperiente pistoleiro (Ricky Nelson) e uma bela garota (Angie Dickinson). O diretor Howard Hawks é certeiro ao centrar a trama na relação entre os cinco personagens e na tensão gerada pela expectativa do confronto. Foi refilmado pelo próprio diretor depois como "Eldorado" (1966) e "Rio Lobo" (1970).


Paixão de Fortes (1946): Henry Fonda é Wyatt Earp o pragmático e controlado, xerife da cidade de Tombstone levado a vingar a morte do irmão caçula com a ajuda de um médico tuberculoso (na vida real, dentista). "Doc Hollyday" vivido por Victor Mature nessa adaptação do mestre John Ford (1894-1973), que produziu uma de suas obras-primas mais perfeitas e queridas, para o famoso duelo entre os dois e a família Clanton no Curral OK. Victor Mature (1913-99) teve neste filme uma das melhores e mais marcantes atuações de sua carreira.Conforme cita Rubens Ewald Filho: “Tecnicamente o filme também é brilhante, com os belos enquadramentos característicos de Ford, sua narrativa sempre despojada e elegante, tudo valorizado pela bonita fotografia em preto e branco. O filme foi um grande sucesso na época, restabelecendo o prestígio de Ford como grande diretor após sua volta à ativa depois de retornar da II Guerra, e permanece como um dos grandes westerns da história do cinema.”


Por um Punhado de Dólares (1964): a obra que transformou Clint Eastwood, egresso da TV, em um dos maiores nomes de Holywood e foi o primeiro western-spaghetti do diretor Sérgio Leone. Em uma pequena cidade dominada pelo conflito entre dois bandos rivais, um pistoleiro recém-chegado recebe propostas financeiras de ambas as partes para entrar na briga e aceita as duas ofertas. O Filme na verdade foi inspirado na obra do mestre Akira Kurosawa – “ Yojimbo – O Guarda Costa”. Não posso deixar de mencionar a fabulosa trilha sonora de Ennio Morricone.




Rastros de Ódio (1956): mais uma da dobradinha Ford/Wayne.Trabalhando juntos pela 12ª Vez, John Wayne e o diretor John Ford transformaram Rastros de Ódio em um marco do Western. Wayne vive um ex-soldado confederado em busca de sua sobrinha, capturada por índios Comanches que massacraram sua família. Ele não se renderá diante da fome, sede, solidão ou das interpéries da natureza. Em sua busca de cinco anos encontrará algo inesperado: sua humanidade.
Filmado com requinte por Winton C. Hoch, com uma maravilhosa trilha de Max Steiner e performances inesquecíveis de um elenco brilhante que inclui nomes como Jeffrey Hunter, Vera Miles, Natalie Wood e Ward Bond, Rastros de Ódio é em um filme que discute racismo e intolerância. É uma jóia cinematográfica. Fique atento para a sequencia de abertura que se repete no final na qual a porta de uma casa serve de passagem para o arrido oeste americano.


Sete Homens e um Destino (1960): refilmagem livre de "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa. A música-tema de Elmer Bernstein acabou virando jingle da marca de cigarros Malboro. Mexicanos atacados por um bandoleiro contratam sete pistoleiros para defender sua cidade (era mais barato do que comprar armas, segundo um dos personagens). O filme é um desfile de astros, alguns em inicio de carreira comoYul Brynner e Steve McQueen, interpretando dois pistoleiros desempregados, que reúnem mais 5 destemidos foras-da-lei, incluindo James Coburn, Charles Bronson e Robert Vaughn.


O Tesouro de Sierra Madre (1948): Com roteiro e direção de John Huston (únicas duas estatuetas que o cineasta levou de suas 13 indicações ao longo da carreira) é considerado um dos maiores clássicos do cinema norte-americano. Na verdade o filme não é um western tradicional mas sim um dos maiores clássicos sobre cobiça e loucura ao mostrar a vida de três homens em Tampico. Uma busca desesperada pela riqueza em Sierra Madre, onde a ganância vai os corroendo aos poucos e revelando o caráter e as verdadeiras personalidades de cada um. Indispensável para qualquer coleção!




Três Homens em Conflito (1966): Sem sombra de dúvida, o mais ambicioso faroeste, impecável esteticamente, cujo estilo influenciou todos os filmes do gênero dali para adiante. Com Clint como "o bom", Van Cleef como "o mau" e Eli Wallach como "o feio". Três homens que em meio à Guerra Civil Americana tentam chegar a um cemitério onde estaria enterrada uma fortuna em ouro. Da música de Ennio Morricone aos diálogos ferinos, é um western perfeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário