sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Grande Imperador

“Imperador” assim era conhecido o grande diretor japonês Akira Kurosawa que popularizou o cinema oriental pelo mundo. Kurosawa tinha este apelido devido a sua estatura (1,81) um diferencial frente a genética nipônica e por sua austeridade como diretor.


Foi o cineasta que influenciou a carreira de grandes diretores, pelo mundo afora, dos quais posso citar Coppola, Leone, Scorsese, De Palma , Spielberg entre outros e teve vários remakes de suas obras feitas por diretores ocidentais.

Kurosawa que foi reverenciado pelos cineastas, críticos e festivais pelo mundo afora, jamais teve o reconhecimento merecido e seu pais, magoa que levou consigo até a data de sua morte.

Kurosawa teve seu primeiro contato com o cinema na década de 30, como assistente de direção. A revelação ao público aconteceu nos anos 40 com o filme “Os Homens que pisaram na cauda do Tigre” um bem sucedido filme de samurai.

Em 1948 com “O Anjo Embriagado” começa uma parceria de 16 filmes com o seu ator favorito Toshiro Mifume. Entre 48 e 50 foram feitos “O Cão Danado” (1949) e

“O Escândalo” (1950). Em 1950 veio a premiação internacional com “Rashomon” que recebeu o Leão de Ouro em Veneza e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Com “Os Sete Samurais” de 1954, Kurosawa conseguiu a consagração internacional, sendo o filme reconhecido como um dos maiores filmes da historia e o primeiro dos seus filmes a ter um remake pelo cinema ocidental com o western “Sete Homens e um Destino” de John Struges em 1960. “Além destes mais três filmes seus tiveram remakes de sucesso, “Rashomon” virou o western “Quatro Confissões” de (1964). O clássico “Yojimbo, O Guarda Costas” (1961), serviu de inspiração para Sergio Leone no seu “Por Um Punhado de Dólares” (1964) e “O Ultimo Matador” (1996) de Walter Hill.

Até a animação “Vida de Inseto” tem sua influencia, pois a historia tem a mesma premissa de “Os Sete Samurais”.

Em 1957, Kurosawa que sempre teve uma forte ligação com a literatura dirige “Trono manchado de Sangue” baseado em MacBeth de Shakespeare. Varias outras obras suas foram inspiradas em obras primas da literatura, de Dostoievski temos “O Idiota” (1951), em 1952 “Viver” de Tolstoi , entre tantos outros.

Em 1970 deprimido, diante das criticas negativas de “Dodeskaden” Kurosawa faz uma tentativa de suicídio, após muitas dificuldades, ele da a volta por cima e em 1975, baseado na obra de Arseniev, filma “Dersu Uzala” Dersu é um camponês, exemplo de humildade e sabedoria, sendo que o filme mostra de maneira poética e sensível as diferenças culturais entre ele e um pesquisador russo. O diretor de fotografia aproveitou o máximo às belas paisagens naturais da Sibéria e as registrou em belíssimas imagens. O Filme foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Passam-se cinco anos e apoiado por George Lucas e Francis Ford Coppola, ele consegue completar “Kagemusha: A Sombra de um Samurai”, que lhe rendeu uma Palma de Ouro em Cannes.

Novamente buscando inspiração em Shakespeare em 1985 ele filma “Ran”, que foi a maior produção do cinema japonês até aquele momento.

Na década de 90, Kurosawa entrou numa fase mais intimista, poética, talvez até nostálgico, dirigindo “Sonhos” (1990), “Rapsódia de Agosto” (1991) e “Mandayo” (1993).

Kurosawa dirigiu 32 filmes durante a sua carreira e a maior definição de sua obra foi dada pelo cineasta Francis Ford Coppola “Os filmes de Kurosawa são como palácios de tesouros, com jóias espalhadas em todos os cantos”.

Akira Kurosawa ( 23/03/1910 - 06/09/1998)


"Have you ever danced with the Devil in the pale moonlight?"

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