domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei (2010)

Campeão de indicações ao Oscar “O Discurso do Rei” tem tudo para ser o grande vencedor da noite, principalmente por possuir um tema que aborda um personagem com uma deficiência, pois historicamente a Academia adora premiar este tipo de filme. Além disso, o filme foi vencedor dos principais prêmios do Sindicato dos Atores (SAG) e do Sindicato dos Diretores dos EUA (DGA). É pouco provável que “O Discurso do Rei” não receba o Oscar de melhor filme. De certa forma, é um prêmio merecido. Estamos falando de uma produção impecável e com ótimas atuações.

O filme explora um período histórico decisivo para o país, tratado com toda a pompa e circunstância. O Rei George VI (Colin Firth) assume o trono após a desistência de seu irmão. Ele tem que superar os medos que o deixam gago e afetam negativamente sua fala diante de situações de stress. Teme assim, realizar os discursos direcionados à sua nação. Uma premissa como essa poderia não ser valorizada em dias atuais, logo, o roteiro faz questão de contextualizar a importância da fala de um rei diante do advento do rádio e, principalmente, da iminência da Segunda Guerra Mundial. A temática do filme de superação nunca foi tão verbal como em “O Discurso do Rei”.

Estou falando de uma produção impecável e com ótimas atuações. Geoffrey Rush, de “Shine”, domina a tela como o terapeuta de fala do rei. E se Colin Firth, de “Bridget Jones”, já estava no patamar dos atores que entram na fila por um prêmio, desde o ano passado, essa é sua grande chance.

Outro ponto forte do filme é a direção de fotografia de Danny Cohen, que enquadra seu protagonista (vivido por Colin Firth) sempre nos cantos, em planos frontais, de cima para baixo, sendo que este desequilíbrio cria uma sensação de desconforto, evidenciando o sentimento de inadequação do monarca. A fotografia funciona igualmente bem para o outro lado da moeda, Lionel Logue (Geoffrey Rush), um inadequado de outro tipo - fonoaudiólogo nada ortodoxo que tem a tarefa de ensinar. Os embates que ocorrem entre ambos nesta jornada mestre-aluno, monarquia-plebe, são simplesmente excelentes. Se atuar é a arte de reagir, Firth e Rush engajam-se em suas reações como ninguém. Pelo tema sisudo e com um roteiro centrado em diálogos, “O Discurso do Rei” poderia ser um filme difícil não fosse o uso extremamente competente da linguagem cinematográfica para ajudar a contar as aflições do rei Albert.

Com merecidas 12 Indicações ao Oscar: Filme, Diretor, Ator (Colin Firth), Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush), Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter), Roteiro Original, Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Edição, Trilha Sonora Original, Mixagem de Som, “O Discurso do Rei” tem tudo para ser o grande vencedor da noite.

Não deixe de ver!

Nenhum comentário:

Postar um comentário