domingo, 27 de fevereiro de 2011

72 Horas (2010)

O que poderia ser apenas mais um dos vários os filmes sobre uma família comum que, repentinamente, tem sua vida virada de cabeça para baixo por causa de uma situação inesperada, me trouxe uma grata surpresa com este “72 horas”. A um bom tempo um filme neste estilo não me prendia a poltrona. Na verdade “72 horas” é um remake de um filme francês de 2008, “Pour Elle”, estrelado por Vincent Lindon e Diane Kruguer.

Grande parte da credibilidade do filme se deve a feliz escolha de Russel Crowe ao papel do atormentado pai que precisa buscar uma solução para o problema, papel que na mão de um ator menos talentoso poderia virar uma trama banal sobre um plano mirabolante.

A trama relata o drama de uma família comum composta por John Brennan (Russel Crowe), sua esposa Lara (Elizabeth Banks) e o pequeno filho Luke. Num dia como outro qualquer, durante um café da manhã digno de um comercial de margarina, a polícia invade a casa dos Brennan e arrasta Lara para a cadeia, acusada de ter assassinado sua patroa. Todas as provas a incriminam. Dificilmente Lara sairá desta.

Desesperado, John passa a elaborar uma fuga mirabolante para a esposa. Mas do que um simples professor, sem nenhuma vivência no mundo do crime, seria realmente capaz? Respostas só no final do ótimo roteiro que o próprio diretor Paul Haggis adaptou do original francês.

Haggis ratifica seu talento para o thriller policial, sem abandonar o dramas tensos, gênero que o consagrou, seja como roteirista (A Conquista da Honra, Menina de Ouro) ou como diretor ( No Vale das Sombras, Crash - No Limite). Ele tem o dom de balancear em dose certa personagens com veracidade e profundidade, ao mesmo tempo em que cria uma forte dose de empatia com a platéia,

Não tive a oportunidade de ver o original francês , mas aqui temos os velhos vícios do cinemão comercial americano, como fazer questão de amarrar didaticamente todas as pontas soltas no final, mas nada que tire o mérito deste thriller vibrante e sufocante.

Outra surpresa foi rever dois atores que a muito estavam fora do circuito o quase irreconhecível Daniel Stern no pequeno papel do advogado de John, e Brian Dennehy, dando um show, interpretando o avô.

O filme foi um grande fracasso nos EUA faturando pouco mais da metade de seu custo.

Merece ser visto.

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