Grande parte da credibilidade do filme se deve a feliz escolha de Russel Crowe ao papel do atormentado pai que precisa buscar uma solução para o problema, papel que na mão de um ator menos talentoso poderia virar uma trama banal sobre um plano mirabolante.
A trama relata o drama de uma família comum composta por John Brennan (Russel Crowe), sua esposa Lara (Elizabeth Banks) e o pequeno filho Luke. Num dia como outro qualquer, durante um café da manhã digno de um comercial de margarina, a polícia invade a casa dos Brennan e arrasta Lara para a cadeia, acusada de ter assassinado sua patroa. Todas as provas a incriminam. Dificilmente Lara sairá desta.
Desesperado, John passa a elaborar uma fuga mirabolante para a esposa. Mas do que um simples professor, sem nenhuma vivência no mundo do crime, seria realmente capaz? Respostas só no final do ótimo roteiro que o próprio diretor Paul Haggis adaptou do original francês.
Haggis ratifica seu talento para o thriller policial, sem abandonar o dramas tensos, gênero que o consagrou, seja como roteirista (A Conquista da Honra, Menina de Ouro) ou como diretor ( No Vale das Sombras, Crash - No Limite). Ele tem o dom de balancear em dose certa personagens com veracidade e profundidade, ao mesmo tempo em que cria uma forte dose de empatia com a platéia,
Não tive a oportunidade de ver o original francês , mas aqui temos os velhos vícios do cinemão comercial americano, como fazer questão de amarrar didaticamente todas as pontas soltas no final, mas nada que tire o mérito deste thriller vibrante e sufocante.
Outra surpresa foi rever dois atores que a muito estavam fora do circuito o quase irreconhecível Daniel Stern no pequeno papel do advogado de John, e Brian Dennehy, dando um show, interpretando o avô.
O filme foi um grande fracasso nos EUA faturando pouco mais da metade de seu custo.
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