sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Escritor Fantasma (2010)

Assim como em “A Rainha”, o filme de Polanski nos coloca dentro da redoma do poder, e “O Escritor Fantasma” e ele reflete a decepção do roteirista e escritor Robert Harris , com a política da Ilha da Rainha.


Roman Polanski que atualmente vive problemas com a justiça, imprima ao seu filme um retrato do isolamento que é vida de uma celebridade sob os holofotes. Mas como celebridade e poder hoje se confundem, e é obvio que Adam Lang o personagem de Pierce Brosnan no filme é claramente inspirado em Tony Blair.

No filme Ewan McGregor faz o escritor fantasma do título, encarregado de escrever a biografia do ex-primeiro-ministro inglês Adam Lang depois que o escritor fantasma anterior aparece misteriosamente morto na praia. O substituto mal consegue trabalhar - chega na casa de praia localizada nos EUA, faz duas entrevistas com o político, e o exilado Lang precisa sair para se defender em Washington de um escândalo ligado a Guerra do Iraque.

Toda a primeira metade do filme, que acompanha o processo de ambientação do escritor, é narrada de forma brilhante. A interpretação de McGregor é magnífica, e temos sensação que seu personagem esta alheio a tudo, envolto em um ambiente nebuloso. Aos poucos McGregor, descobre que as memórias que ele esta redigindo são provas de uma conspiração sem limites.É como se O Escritor Fantasma flertasse com o gênero dos terrores de mansão mal-assombrada, então faz sentido que aos poucos a crônica sobre o isolamento do poder dê mais lugar a uma trama de mistério.

Polanski consegue nos envolver unicamente através da visão do fantasma, que acaba se afundando cada vez mais neste universo de intrigas, traições e interesses políticos. Polanski deixa clara a mensagem que o perigo não está nas marionetes políticas, mas sim em quem move as cordas em favor dos seus interesses.

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