sábado, 2 de abril de 2011

Vidas Que Se Cruzam (2008)

O roteirista Guillermo Ariaga, dos aclamados que nos deu os ótimos “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”, faz uma estréia brilhante na direção com este filme.


No meio do nada, numa paisagem árida e ensolarada, um trailer se incendeia e explode. Este é o ponto de partida de uma historia que fugindo de uma narração linear vai nos apresentando diversos personagens que em algum momento estarão ligados. Assim Ariaga vai montando seu quebra-cabeças e nos levar a um final surpreendente.

É neste clima de desolação que onde passado e o presente podem ter um efeito curioso sobre as pessoas separadas pelo espaço e pelo tempo. Mariana, uma garota de 16 anos está tentando unir as vidas destroçadas de seus pais em uma cidade na fronteira do México. Sylvia, uma mulher que vive em Portland deve realizar uma odisséia emocional para apagar um pecado de seu passado. Gina e Nick, um casal que tem de lidar com um intenso e proibido caso; e Maria, uma jovem garota que precisa ajudar seus pais a encontrar a o perdão e o amor. Os cincos começarão suas próprias jornadas em busca de redenção e descobrirão que suas ações poderão fazer a diferença entre a vida e a morte.

Ariaga prioriza mais os tempos que os espaços fílmicos sua narrativa é intercalada entre o tempo atual e o cruel tempo passado que mostrando o porquê da dor dos personagens do presente. Com muita sensibilidade e sem cair nas fáceis armadilhas rasas de causa e efeito, ele não faz questão de colocar seus personagens em cenários diferentes para melhor situar passado e presente, os cenários de desolação e frieza estão presente em todo decorrer do filme, reforçando o sentimento interno de seus personagens.O recurso só cria ainda mais interesse pela trama, contada em precisas doses cinematograficamente homeopáticas e atraentes.

Com um trilha sonora melancólica, tempos de silêncio, interpretações marcantes e um jeito sem pressa de contar uma boa história valeram a "Vidas que Se Cruzam" um convite para participar da Mostra Competitiva do prestigioso Festival de Veneza de 2008. Não ganhou como filme, mas rendeu um prêmio de interpretação para Jennifer Lawrence. Talvez merecesse mais, não importa. O que vale mesmo é conferir de olhos e coração abertos esta mais do que promissora estréia de Ariaga na direção.

Vale a pena descobrir!

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