Há tempos eu havia adquirido uma copia deste filme, grande vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro na entrega de 2007 e de inúmeros outros prêmios e esta semana tive a oportunidade de assisti-lo. Dirigido pelo cineasta e roteirista alemão Florian Henckel Von Donnersmarck escolheu como pano de fundo Alemanha Oriental e sua famosa policia secreta a Stasi.
“A Vida dos Outros” é uma produção modesta, mas isso não faz com que o filme deixe de ser excepcional – muito pelo contrário, parece que dá mais veracidade às situações e apesar de longo, já que são 140 minutos o filme é envolvente, com roteiro, direção e atuações da melhor qualidade.

Porém, contrariamente ao que possa parecer, “A Vida dos Outros” não é mais um filme político sobre os desmandos de um regime ditatorial da RDA. Mais que isso, fala das contradições em que é exposto o ser humano, da patrulha ideológica e vigilância onipresente e do que isso causa no dia-a-dia das pessoas e, em especial, da solidão, que independe de regimes ou partidos e não cessa – talvez até se intensifique – por sabermos tudo sobre todos.
Num primeiro momento, a produção até parece ser fria, distante. "Alemã demais", porém, aos poucos, se percebe que esta suposta "frieza" narrativa é um dos grandes méritos da direção de Von Donnersmarck. Na realidade, o cineasta utiliza os primeiros minutos da ação para jogar o espectador no sombrio mundo da ausência total de liberdade. Tudo é escuro, mecânico, quase sem sentimentos e aos poucos vai abrindo as cortinas.
Um grande filme, não deixe de ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário