domingo, 24 de julho de 2011

Vermelho Como o Céu (2006)

Na primeira vista este filme reúne elementos de fácil apelo, crianças cegas, superação baseada em fatos reais, já bastante testados e aprovados pelo público, ou seja, em mãos erradas teria se tornado um dramalhão piegas.

Mas reunidos pela mão habilidosa do cineasta Cristiano Bortone, que evita qualquer apelação lacrimogênea, tornaram-se matéria-prima para uma obra sensível e com potencial para ser bastante lembrada e querida.

Emotivo e emocionante, como só o cinema italiano sabe fazer. Assim é “Vermelho como o Céu”, filme que conta a história real de Mirco (Luca Capriotti), um garoto de dez anos que fica cego num acidente doméstico e é obrigado a freqüentar uma escola especial. Lá longe dos pais e dos antigos colegas ele luta contra tudo e todos para alcançar seus sonhos e sua liberdade.

No instituto de deficientes visuais Mirco, um apaixonado por cinema, descobre um velho gravador e passa a criar histórias sonoras.

O diretor Cristiano Bortone, um cineasta inédito no circuito comercial brasileiro, e tinha tudo para nos dar um filme melodramático e choroso, mas pelo contrario ele narra a historia de forma lírica, com simplicidade e sinceridade e extrai de seu jovem elenco (quase todo formado por crianças realmente cegas) ótimos momentos de bom humor.

O filme também faz um analogia ao autoritarismo existente na Itália do anos 70, na figura do diretor da escola especial, um homem amargo - ele próprio também cego – que por não acreditar nas capacidades produtivas e criativas dos deficientes visuais, impende qualquer expressão que fuja a regra, ficando claro que há várias formas de cegueira.

Mirco se tornou um renomado editor de som da indústria cinematográfica italiana, deste modo além de fazer uma belíssima declaração de amor ao cinema, “Vermelho Como o Céu” resgata a tradição humanista e passional de um tipo de cinema italiano que não tem medo de chorar. Não pro acaso, ele foi eleito o melhor filme pelo Júri Popular da 30ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Veja!

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