domingo, 3 de novembro de 2013

Dramas e melodramas

Mergulho em profundidade na natureza humana, o drama difere do melodrama, cujo objetivo principal é apenas comover a plateia. No primeiro, os conflitos vivenciados pelos personagens recebem um tratamento artístico, elaborado. A emoção que invade o espectador é consequência dessa abordagem. Já nos melodramas, a meta procurada é apenas despertar o choro na plateia. E, com isso, acaba resvalando no piegas. Houve época em que o sucesso das novelas de televisão era medido pela quantidade de lágrimas que eram capazes de provocar. Tanto que uma parcela expressiva do público (masculino principalmente) fazia questão de manifestar certo desprezo pelo gênero. No Cinearte da FCB, poderemos ver (ou rever) essas joias (apenas Moulin Rouge é produção britânica, as demais vêm dos Estados Unidos):




O retrato de Jennie (1948), dia 4 – Ebem Adams é um pintor fracassado. Sua vida muda radicalmente quando conhece a bela Jennie. Ela se torna sua musa inspiradora, fazendo com que ele conheça o sucesso. Inicia-se um romance que desafiará sem fronteiras do tempo e da vida. Atuações perfeitas de Joseph Cotten e Jennifer Jones, par também em Duelo ao sol. Ganhou o Oscar de melhores efeitos especiais. Em preto-e-branco.




Moulin Rouge (1952), dia 11 – Biografia meio ficcional de Toulouse-Lautrec (José Ferrer que ganhou o Oscar de melhor ator em Cyrano de Bergerac), o famoso pintor francês da Belle-Époque, refletindo o mundo boêmio de Paris, através de algumas de suas figuras famosas. O filme, praticamente dividido em duas partes, apresentando as duas mulheres que teriam interferido na vida amorosa do artista aleijado, é um bonito painel das cores impressionistas que animaram a pintura e os meios artísticos da época.





Em cada coração, um pecado (1942), dia 18 – No início do século XX, as vidas de dois rapazes e três garotas são marcadas por acontecimentos trágicos e paixões avassaladoras, numa pequena cidade do interior dos EUA. Quem abstrai os tempos contemporâneos muito provavelmente assistirá com grande prazer e lágrimas a essa fita em que Ronald Reagan (futuro presidente dos Estados Unidos) teve o seu maior desempenho. Concorreu ao Oscar de melhor fotografia em preto-e-branco.






Férias de amor (1955), dia 25 – Um vagabundo (William Holden, magnífico) chega clandestinamente de trem a uma cidadezinha do Meio-Oeste americano à procura de um ex-colega de faculdade para pedir emprego. Mas acaba causando profundas transformações na vida de todas as pessoas com quem se relaciona, em apenas 24 horas. Kim Novak está belíssima nesse melodrama em deslumbrante Technicolor.

Coluna Prosa e Verso                Gervásio Tessaleno Luz

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