quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fausto (1926) – Coleção Folha Grandes Livros no Cinema

Hoje vou falar sobre outro lançamento da parceria Folha de São Paulo/ Versátil Home Vídeo, o fascículo de nro.15, que nos traz o filme de 1926 – Fausto (Faust - Eine Deutsche Volkssage) baseado na obra de Goethe.

O filme com Mefistófeles fazendo uma aposta com um Anjo, dizendo-se capaz de corromper a alma de Fausto, afim de dominar o Mundo. Mefisto então lança uma praga sobre a terra, e Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Ele então evoca Mefistófeles, e lhe pede sua juventude de volta e eterna. O demônio a garante, em troca da alma de Fausto. Tudo parecia perfeito, até este se apaixonar por uma jovem italiana.

Este foi o ultimo filme dirigido por Friedrich Wilhelm  Murnau (1888 – 1931), ou simplesmente F. W. Murnau, em sua terra natal a Alemanha, quando emigrou para Hollywood.

Fausto por não ser tão conhecido como outras obras do diretor, como, Nosferatu, Uma Sinfonia de Horrores (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens), de 1922, ou o aclamado Aurora (Sunrise) de 1927, mas é uma importante obra do cinema mudo e expressionista alemão, bem como do movimento Kammerspiel,  cujas principais características são: - Filmes com estética mais realista. - Roteiros com poucos diálogos. - Ao contrário do caligarismo, privilegia cenários mais realistas, mas sem abandonar aspectos subjetivos em sua concepção. - Iluminação sofisticada e movimentação de câmera mais rebuscada.

Fausto situa sua ação no final da Idade Média e Murnau concebe uma atmosfera mística a partir dos contrastes de iluminação, que remetem à pinturas de Rembrandt, ou seja o que vemos na tela são imagens de espantosa beleza. Murnau “imprime a cada uma dessas imagens, armando ao longo de cada cena uma sinfonia em que luz e sombras compõem um campo de batalha.” (Inácio Araujo, na Folha, 17/10/1993), caro leitor, devemos levar em conta que o filme foi feito em 1926.

O filme conta com nomes como Emil Jannings (Mefistófeles), o grande ator suíço, muito lembrado pelo clássico O Anjo Azul (Der Blaue Engel).onde trabalhou com Marlene Dietrich, que aqui mostra sua origem teatral e teve uma carreira promissora também em Hollywood terminada quando os filmes sonoros fizeram de seu forte sotaque alemão difícil de entender. Outro nome que se tornou famoso é o ator e posterior diretor William Dieterle, que se destacou em Hollywood na direção de filmes como A História de Louis Pasteur, Emile Zola e O Retrato de Jennie, que aqui vive o papel do jovem Valentin.

Bom, vamos falar do DVD. Esta edição esta infinitamente superior a do DVD lançado pela Continental que tinha uma qualidade de imagem ruim e como extra trazia de forma estática a Biografia de Emil Jannings e F.W. Murnau e uma coleção de fotos “ditas” raras. Já o DVD Folha/Versátil traz uma versão restaurada pela Friedrich Wilhelm  Murnau Stiftung . Quanto ao áudio, uma vez que este é um filme mudo, temos duas opções de trilha de fundo  sendo uma  a nova trilha sonora de Mont Alto em dolby digital 5.1 ou Perez de Azpeitia(piano) baseado na trilha de 1926, esta em dolby digital 2.0.


Como extra temos um ótimo documentário intitulado “Fausto, a linguagem das Sombras” de 52 min. que fala sobre o diretor e sua saga para produzir Fausto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário