Hoje vou
falar sobre um dos fascículos da bela coleção lançada pela Folha de São Paulo em parceria com a sempre excelente Versátil Home Vídeo, intitulada Coleção Folha Grandes Livros no Cinema composta de 25 livros DVDs com filmes
adaptados de obras literárias dos mais importantes escritores.
O Fascículo em questão é o de nro. 13 que nos trás o filme de 1960 “A Queda da Casa de Usher” ou “Solar Maldito” como ficou conhecido no Brasil na época do seu lançamento.

Produzido pela American International Pictures companhia cinematográfica fundada por James H. Nicholson, Samuel Z. Arkoff.O objetivo inicial desta era produzir filmes independentes, de baixo orçamento e geralmente destinados ao público adolescente. Mas no início da década de 1960, AIP investiu na combinação Roger Corman, Vincent Price e os contos de Edgar Allan Poe o que resultou numa série de filmes horror de marcante visual. A produção teve como parceira da AIP o estúdio britânico Hammer, especializado no gênero horror e que tornara conhecidos os atores Peter Cushing e Christopher Lee.
A primeira ideia, geralmente atribuída a Corman, era pegar o conto de Poe "A Queda da Casa de Usher", que tinha um título conhecido e os direitos autorais em domínio público e expandi-lo para um filme. Corman convenceu o Estúdio a lhe dar o orçamento suficiente para produzir o filme colorido, em Cinemascope (uma novidade para a época) e com cenários requintados. O sucesso deste primeiro filme fez com que a AIP aprovasse financiamentos para outras adaptações cinematográficas das histórias de Poe, e desta dobradinha Corman/ Price foram produzidas as melhores adaptações de Poe para o cinema. Além “A Queda da Casa de Usher”, os dois também foram responsáveis por “A Mansão do Terror”, “Muralhas do Pavor”, “O Castelo Assombrado”, “O Corvo”, “A Orgia da Morte” e “O Túmulo Sinistro”.
Este foi o filme que estabeleceu a fórmula básica que seria utilizada por Corman nos próximos filmes de Poe: a filmagem em Cinemascope, a preocupação com a construção cenográfica de época, a indumentária, o apelo teatral e a utilização do Technicolor para dar vivacidade às cenas. E tratando-se de roteiro, os contos de Poe são usados como pano de fundo com uma liberdade maior criativa na construção de subtramas maniqueístas, sempre colocando um personagem puro e bem intencionado, vindo de fora, dentro em um ambiente vil e sinistro comandado pelo monstro do gênero do horror que é Price, que nos da mais uma extraordinária atuação de Price, gerando um conflito iminente entre o bem e o mal.
O filme inicia com a chegada de um jovem a Mansão Usher em busca de sua noiva, o que desperta o ódio de seu enigmático proprietário, que guarda a irmã como prisioneira do passado. Aos poucos somos envolvidos em uma trama onde se misturam maldição familiar e delírios mórbidos que tomam conta do ambiente e que leva seus personagens a perderem a razão.
O filme conta com roteiro escrito por uma das mais geniais mentes de Hollywood, Richard Matheson, o mesmo de Eu Sou A Lenda, O Incrível Homem que Encolheu, Ecos do Além e Em Algum Lugar do Passado, entre outros.
O DVD, ou melhor, dvdbook lançado pela Folha/Versátil é uma joia para colecionadores como eu, além de trazer o filme na versão Widescreen Anamórfico 2.35:1 e em belíssima copia que conserva toda a beleza do Technicolor. E mais, para minha surpresa descobri nos extras uma versão de 1928 do mesmo filme, obra-prima da vanguarda francesa, dirigido pelo visionário Jean Epstein e tendo como assistente de direção Luis Buñuel.
Imperdível.
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