domingo, 6 de março de 2011

DEIXE-ME ENTRAR (2010)

O mercado norte-americano tem uma necessidade imensa de pegar um bom roteiro feito por um país de língua não inglesa,e dar-lhe uma nova roupagem, uma vez que as pesquisas comprovam que os habitantes da terra do Tio Sam detestam não somente ler legendas como também ver filmes sem seus astros conhecidos.

Este é o caso da refilmagem americana do otimo filme sueco Deixa Ela Entrar, elogiado mundialmente (inclusive por aqui) precisava ser apresentado ao público (mercado) norte-americano, e chegou com o título de Deixe-me Entrar,

Não que Deixe-me Entrar seja um filme ruim, nada disso. Mas o original é infinitamente melhor, como quase sempre acontece.

Os estilos são diferentes, mas a história é a mesma, a fotografia é boa e o diretor mantém a ambiência sombria e consegue recriar situações idênticas ao original. O problema maior reside na forçosa troca de gêneros. Sai um pouco de cena o terror psicológico para se enfatizar o drama policial, apenas um pano de fundo antes. Na trama, ambientada na década de 80, o frágil menino Owen (papel do ótimo Kodi Smit- McPhee, de “A Estrada”), de 12 anos, sofre o descaso dos pais separados e, na escola, pena com as agressões físicas e morais dos colegas. Encontra alento, porém, na companhia da garota Abby (Chloe Moretz), sua vizinha de comportamento muito, muito estranho. Por trás da docilidade, a menina tem uma incontrolável sede de sangue, obrigando seu pai (Richard Jenkins) a caçar vítimas pela cidade. Bullying e vampirismo, temas presentes no enredo, ganham um curioso vínculo, mas são tratados de forma dispersiva.

Ou seja, Deixe-me Entrar não faz feio para quem não viu Deixe Ela Entrar. Mas faz, para quem o viu, então fique com o original a não ser que voce tenha preconceito com filme falado em sueco.

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