sábado, 20 de agosto de 2011

Super 8 (2011)

Ver “Super 8” foi como voltar no tempo, me vi sentado no saudoso Cine Bush vendo “Os Goonies”ou outros filmes dos anos 80. Me fez voltar a minha juventude onde em companhia do grande amigo Edson Schroeder, passávamos horas dirigindo nossos filmes em super 8. J.J. Abrams conseguiu fazer um filme nostálgico sem cair nas armadilhas típicas do gênero.

Uma vez que a ação ocorre nos anos 80 uma coisa que me chamou atenção foi a questão da informação e de como os jovens de 30 anos atrás eram menos estressados com ela. Hoje com o paternalismo e a correção política transformamos nossas crianças em neuróticos precoces, plenos de informação (e conseqüentemente de preocupações). Em “Super 8”, informação é o item mais raro.Algumas cenas deixam isto bem claro, no caso do acidente de trem, nos dias de hoje em poucos minutos a mídia estaria a disposição de todos postada pelo Youtube, Facebook, Twitter entre outros. Outro ponto que achei marcante era como não éramos estressados, pois um filme de super 8 podia levar uma semana para ser revelado e só então se ter ideia do resultado.

Outro ponto positivo de J.J. Abrams é não dar prioridade aos efeitos especiais, pois se o filme você dirigido por Michael Bay, com certeza teríamos pouca historia e muitas explosões.EmSuper 8”, o menino, Joe (Joel Courtney), fica órfão da mãe e não sabe por quê, não compreende como seu pai odeia tanto um vizinho, e entende menos ainda quando praticamente todo o exército dos EUA invade sua cidadezinha no Ohio após um acidente de trem que Joe teve o acaso de testemunhar.

Abrams sabe, hoje para estimular curiosidade e envolver o espectador, dando uma aula de suspense, o que me fez lembrar os grandes filmes de suspense pois a  criatura que escapou do acidente de trem é um vulto que surge em reflexos na água, encoberto por objetos, remexendo copas de árvores - está escondido, enfim, por todos os cantos.
Mas uma vez revelado o monstro Abrams encerra o suspense e nos concede um filme de ação com direito a uma apoteose de lampejos, raios, fumaça e explosões que lembram as cenas de ação conscientemente exageradas. E aí fica claro, nesse clímax, que "Super 8" é um filme de cinéfila não só na sua premissa, não só na reverência à Amblin, mas de ponta a ponta - entrega-se sem medo ao suspense com a mesma disposição com que se entrega, depois, ao filme de ação.

Abrams explora de maneira formidável a adolescência dos anos 80. Seja pelos jovens que encaram o perigo não porque são valentes, mas porque não tem a medida desse perigo, os amores platônicos e não declarados.
São esses e muitos outro detalhes que tornamSuper 8um autêntico filme apaixonado pelo cinema e uma saudosa homenagem.

Não deixe de ver!


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