quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

DISTRITO 9 em Blu-ray

DISTRITO 9 (District 9), foi uma das grandes surpresas cinematográficas de 2009, esta produção de  Peter Jackson teve um baixo orçamento para um filme do gênero – custou apenas  30 milhões de dólares, um valor irrisório para Hollywood, e arrecadou esta quantia apenas no seu fim de semana de estreia. Beneficiado por críticas e propaganda boca a boca mais do que positivas, o longa tornou-se um sucesso artístico e comercial, obtendo três indicações ao Oscar 2010.

A parceria entre o produtor Peter Jackson e do diretor Neill Blomkamp resultou num dos filmes de ficção científica mais original dos últimos anos.

O filme com excelentes efeitos especiais e realismo impactante, trata do primeiro contato da humanidade com extraterrestres, que chegam a Terra aparentemente sem meios de retornar para seu mundo e acabam tendo de coexistir com a humanidade, exilados em uma favela nos limites de Johanesburgo, na África do Sul. Depois de tomar conhecimento do misterioso segredo da tecnologia bélica extraterrestre, um solitário humano (Sharlto Copley) passa a ser caçado pelas imundas vielas da favela alienígena e descobre o que significa ser um completo estranho em seu próprio planeta.

Através deste argumento Neill Blomkamp acaba referência direta a aspectos históricos e políticos da segregação racial que por décadas imperou na África do Sul, o que ganha força adicional pelo fato de o filme se passar em Johanesburgo e ser dirigido por um sul-africano. O diretor adota um estilo de falso documentário, e assim descobrimos, através de depoimentos “reais”, que a nave mãe dos ETs surgiu sobre Johanesburgo nos anos 1980, com seus tripulantes em péssimas condições de saúde. Como imigrantes ilegais, as criaturas foram confinadas na favela miserável chamada Distrito 9, onde vivem em condições precárias e são explorados por criminosos nigerianos.

DISTRITO 9 é um filme inteligente, provocante,  tecnicamente impecável com segmentos que não ficam nada a dever aos melhores filmes de ação de Hollywood. Se você o perdeu quando foi exibido nos cinemas, não deixe passar a oportunidade de vê-lo agora em casa, especialmente na alta definição do Blu-ray, uma vez que o filme foi rodado com a nova câmera de ultra definição (4K) “Red One”, possuindo uma imagem excelente, que coloca você bem no meio do ensolarado e estranho ambiente do Distrito 9.
Sobre o  Blu-ray

DISTRITO 9 é distribuído pela Sony. E segundo informações foi originalmente autorado para o mercado europeu, assim além de trazer ótimos extras todos legendados em português do Brasil, o Blu-ray é de um primor técnico impar. O espectador já consegue vislumbrar o capricho do BD capricho já no carregamento dos menus animados, onde você tem de optar pelo ícone “humano” ou “alienígena”. De acordo com a escolha, temos visuais diferentes nos menus. Como o filme foi rodado em alta definição de última geração, o que se reflete na espetacular imagem proporcionada na transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4 na proporção original de tela 1.85:1.  As cores são vibrantes e firmes, nesta bela transferência HD que pode ser considerada de referência.
 A qualidade do áudio é de primeira e temos mixagens Dolby Digital 5.1 nos idiomas espanhol, russo e ucraniano, e DTS-HD 5.1 Master Áudio em inglês e português.

 Os Extras

Se o Blu-ray de DISTRITO 9, na parte técnica, é excelente, também no que toca a extras merece elogios. E tudo está em alta definição (HD) e exceto pelos trailers, com legendas em português – inclusive o comentário em áudio.

· BD Live;
· Comentários do Diretor e Coautor Neill Blomkamp ;
· Johanesburgo Vista de Cima: Imagens de Satélite e Mapas de Distrito 9.;
· Cenas Excluídas (23:28min.) ;;
· A Agenda Alienígena: Diário do Cineasta (34:19min.) ;
· Metamorfose – A Transformação de Wikus (9:52min.) ;
· Inovação: A Atuação dos Atores e Improvisações em Distrito 9 (12:05min.) ;
· Concepção e Design: Criação do Mundo de Distrito 9 – (13:18min) ;
· Geração Alienígena: Efeitos Visuais em Distrito 9 (10:18min.) ;
· Trailers – Trailers de outros lançamentos da Sony em Blu-ray.

Livraria Catarinense

Protegendo o Inimigo em Blu-ray

O diretor Daniel Espinosa, filho de um chileno com uma sueca, faz sua estreia em Hollywood com Protegendo o Inimigo e se sai bem.

Protegendo o Inimigo (Safe House) é um filme com personagens manjados e reviravoltas esperadas, mas é uma boa sessão de ação. O filme nos remete a outro filme com a mesma premissa Dia de Treinamento. Aqui temos novamente Denzel Washington (Tobin Frost) vivendo o cara descolado, de fala mansa e arroubos de violência, que ensina algumas lições de hombridade para o jovem novato, vivido por Ryan Reynolds (Matt Weston). Matt é o "zelador" de uma casa secreta da CIA na África do Sul, para onde são levados prisioneiros perigosos. Matt espera há meses ser promovido para sair logo daquele buraco. Mal imagina ele que, quando chega para ser interrogado na casa o lendário Tobin Frost, ex-integrante da CIA que agora é caçado como traidor, sua rotina nunca mais será a mesma e ao longo do filme, ele aprenderá como-é-duro-ser-um-agente-da-CIA-de-verdade, segundo Tobin.

A primeira meia hora da produção é excelente. Apresenta bem os personagens e muita ação. A trama se propõe a algumas reviravoltas previsíveis, o que acaba prejudicando o desempenho final. Ainda assim, merece elogio pela construção da relação entre Matt e Tobin. Reynolds e Washington possuem uma boa química e são ajudados por um roteiro que privilegia a dinâmica entre a dupla.


O ritmo de Protegendo o Inimigo é acelerado o suficiente pra suprir essas situações-clichê que ocorrem ao longo do filme. A fotografia saturada de Oliver Wood, e a granulação, que parece aumentar o calor da África do Sul, combinam com o caos. Oliver Wood, que trouxe toda sua experiência da trilogia A Identidade Bourne trouxe alguns elementos do cinema de Paul Greengrass para as sequências de ação. Outro ponto que impressiona são as  cenas de lutas corpo a corpo, principalmente no que diz respeito a brutalidade e a naturalidade.

Ryan Reynolds também merece um reconhecimento. Assim como Ethan Hawke em Dia de Treinamento, ele corre atrás e mantém o pique pra não ser engolido por Denzel Washington e consegue, nem que seja por um instante, apagar a imagem de galã asséptico e convencer como herói de ação.

Curiosamente, a produção foi pensada para ser filmada nas favelas do Rio de Janeiro, mas os realizadores acabaram desistindo por questões de logística e segurança.

Em seu primeiro projeto nos Estados Unidos, Daniel Espinosa já se apresenta como um cineasta a ser observado. Além de mostrar talento na direção, ele teve o mérito de se cercar de pessoas muito competentes no desenvolvimento de um ótimo filme.

O Blu-ray lançado pela Universal traz as faixas de áudio em 5.1 DTS-HD MA – Inglês, DTS Surround 5.1 - Português  e DTS Surround 5.1 – Espanhol e opções de legendas em Português, Espanhol, Inglês SDH.
A belíssima fotografia do filme esta em  Widescreen Anamórfico 2.40:1 com resolução de 1080p.

Esta edição vem com extras caprichados, veja a lista abaixo;
* A Produção de Safe House 
* Ação Mano a Mano 
* Filmando o Ataque de Safe House 
* Construindo a Perseguição no Telhado 
* Por Trás da Ação 
* Dentro da CIA 
* Porto Seguro: Cidade do Cabo 
* Mais - Controle-U - Picture in Picture / Explorador de Cena em Trechos Selecionados do Filme 




terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Os Agentes do Destino em Blu-ray

Livremente baseado no conto The Adjustment Team (1954), de Philip K. Dick (1928-1982), do qual também são as historias de Blade Runner, O Vingador do Futuro e Minority Report: A Nova Lei, este aborda o tema ou conflito entre livre arbítrio e predestinação, tema tão discutido e debatido por filósofos, teólogos e em conversas de botequim que afinal é o grande dilema da vida. A pergunta é “Você pode fazer as suas escolhas ou tudo já esta escrito e você pode apenas virar as paginas do seu livro?". Não tive a oportunidade de ler o conto original, mas segundo informações o filme usa apenas uma sombra da premissa da obra original.

Philip K. Dick escrevia sob a influencia de drogas e via com enorme pessimismo o futuro. Para Hollywood, o autor é excelente fonte de ideias para seus roteiros cinematográficos, mas o desenvolvimento delas é sempre alterado de um modo positivo para agradar o grande público.

O filme começa com a campanha do congressista David Norris (Matt Damon) um carismático político prestes a ganhar o seu lugar no Senado Americano. Conhece então, Elise Sellas, uma linda dançarina de ballet, que acredita ser a mulher dos seus sonhos. Porém na manhã seguinte ao encontro ao entrar em seu escritório, ele descobre seus colegas paralisados por um grupo de engravatados de chapéu. Começa então uma corrida entre o político e esses "agentes do destino", que são categóricos ao afirmar: ele jamais poderá entrar em contato com a mulher novamente, já que jamais deveria tê-la encontrado.

Nas mãos do estreante na direção George Nolfi, que foi roteirista de O Ultimato Bourne essa proposta fica ainda mais óbvia. Nunca no cinema ficou tão evidente que uma ideia criada por K. Dick pareceu estar tão preocupada em agradar. Os Agentes do Destino é muito mais um romance adocicado do que ficção científica filosófica como Blade Runner ou Minority Report.

Apesar disso, há algumas boas cenas, como a perseguição usando os portais de atalho, que brinca com a percepção de espaço e a claustrofobia dos espaços exíguos de Manhattan - passando de maneira chocante de um corredor apertado para o enorme vão do estádio dos Yankees. Como disse apesar da ação e correria, o foco do filme é mesmo na tentativa de relação entre David e Elise e a subsequente discussão sobre predestinação e amor.

Em geral as mulheres não curtem filmes de ficção cientifica, mas neste caso esta é uma sci-fi para ver em casal, abrangente e inofensiva.

Quem marca presença no filme é o ator londrino Terence Stamp (Thompson), que foi um ícone sexual da década de 1960, namorou estrelas famosas tais como Julie Christie e Brigitte Bardot, além da modelo Jean Shrimpton. Foi escolhido pela revista Empire como uma das 100 estrelas mais sexys da história do cinema e teve grandes interpretações em filmes como O Colecionador, Superman (General Zod), Teorema e As aventuras de Priscilla, a Rainha do Deserto.

Bem vamos falar sobre o Blu-ray:

O áudio original em inglês está em DTS-HD MA 5.1 e os demais em DTS Surround 5.1 (Português,Espanhol,Tcheco,Polonês e Húngaro) temos legendas nos idiomas -  Inglês, Português, Croata, Tcheco, Húngaro, Polonês, Romeno, Esloveno, Tailandês, Turco.

 O filme apresenta uma bela imagem em Widescreen 1.85:1.

O Blu-ray tem uma boa dose de extras para diversão dos cinéfilos conforme abaixo:

The Labyrinth of Doors: with this interactive map of New York City, explore the intricate network of portals to leap from location to location, and go behind the scenes with cast and crew ( O Labirinto de Portas);

Deleted and Extended Scenes (Cenas deletadas e extendidas);

Leaping Through New York (Saltando por Nova York);

Destined To Be (Destinado a Ser);

Becoming Elise (Tornando-se Elise);

Feature Commentary with Writer/Director George Nolfi (Comentário do Roteirista e Diretor George Nolfi).

Livraria Catarinense:

sábado, 7 de dezembro de 2013

Este Mundo é um Hospício em DVD da Versátil

Eleito pelo American Film Institute como uma das 100 melhores comédias de todos os tempos “Este Mundo é um Hospício” (Arsenic and Old Lace) é ainda uma das melhores comédias de humor negro. Baseada no romance homônimo de Kesselring e realizado pelo grande mestre, Frank Capra.

A trama se passa no Brooklyn, Nova York, 1941. Em uma pequena casa próxima a um cemitério vivem duas gentis e doces senhoras, Martha (Jean Adair) e Abby Brewster (Josephine Hull), que desenvolveram um péssimo hábito: matar velhos solitários. Elas acreditam que isto seja um ato de caridade com suas vítimas. O sobrinho delas, Mortimer (Cary Grant), um crítico dramático e ferrenho opositor da instituição do casamento que, de uma hora
para outra, se vê casado com uma bela loura Elaine Harper (Priscilla Lane), não tem a menor ideia dos "atos humanitários" de suas tias. Para sumir com os corpos dos velhinhos, Martha e Abby resolveram o problema iludindo um sobrinho pirado, Teddy (John Alexander), que pensa que é Teddy Roosevelt, pois dizem para ele que vai para o Panamá cavar outra "comporta" para o canal. Esta "comporta" fica no porão e lá os corpos são enterrados. Após Mortimer descobrir as artimanhas de suas delicadas e bondosas tias, vemos desfilar na tela situações cada vez mais engraçadas.

Este Mundo é um Hospício” é a comédia mais amalucada das comédias do grande Frank Capra. Uma absoluta screwball comedy, para usar o termo que definia o tipo de filme que dava mais importância ao riso, à gargalhada, que à racionalidade, à lógica, à verossimilhança.

O filme foi filmado em apenas quatro semanas, em um único cenário – uma casa ampla no Brooklyn. A obra já era uma consagrada peça da Broadway, em Nova York. Capra realizou mais um grande trabalho de sua vitoriosa carreira, contando ainda com a bela fotografia de Sol Polito e a magnífica trilha sonora do genial Max Steiner.

O elenco, como um todo, está soberbo. Mas Cary Grant é o maior nome a ser destacado, muito embora, ele esteja exagerado em algumas cenas, fazendo caras e bocas. O próprio Cary considerava a sua atuação nesse filme uma das piores de sua carreira, e muitas vezes chamou este de o menos favorito de seus filmes.

Capra o homem dos filmes idealistas, declarou em sua autobiografia “Nada de grande documento social para salvar o mundo, nada de discussão sobre o destino trágico de John Doe. Nada a não ser o velho e bom teatro – uma comédia louca, desopilante, em torno de uma série de assassinatos. Deixei as rédeas com meus atores, e eles se entregaram de coração à alegria – era uma disputa para ver quem eclipsava o outro em verve e fantasia.”.

Outra grande piada do filme, é a dupla vivida por Jonathan Brewster (Raymond Massey) e o Dr.. Einstein (Peter Lorre), um assassino serial e seu cirurgião plástico sempre de plantão, que irrompem na sala das serenas, doces, suaves irmãs Brewster, tias do doidão. O Dr.. Einstein muda o rosto de Jonathan a cada mês, para que ele possa escapar da polícia – mas como o Dr. Einstein bebe um pouco acima da conta, assim os remendos que fez no rosto do pobre Jonathan o deixam igualzinho ao Frankenstein dos filmes de terror da Universal dos anos 30. E então todo mundo que vê Jonathan o acha parecido com Boris Karloff – o que é uma piada absolutamente deliciosa, mesmo que seja repetida algumas vezes.

Fiz esta critica em cima do DVD lançado pela Versátil Home Video, que apresenta o filme com uma belíssima imagem em preto e branco no formato 1.33:1 Fullscreen e com áudio 2.0 em inglês e legendas em nosso idioma. Como extras temos o trailer de cinema e um resumo de Capra intitulado “Vida e obra de Capra”.

Livraria Catarinense


Maior parte dos filmes mudos dos EUA se perdeu, revela estudo

 Quase três quartos dos filmes de longa metragem mudos dos Estados Unidos foram perdidos, e o legado que pôs Hollywood na linha de frente da indústria do cinema de 1912 a 1929 está em perigo, informou a Biblioteca do Congresso nesta quarta-feira.

O primeiro estudo abrangente dos filmes de longa metragem norte-americanos da era do cinema mudo divulgado pela Biblioteca do Congresso apresenta um quadro angustiante. Setenta por cento dos filmes mudos foram perdidos.

Clássicos como "O Grande Gatsby", de 1926, a versão de 1917 de "Cleópatra" e "London After Midnight", com o ator Lon Chaney, de 1927, estão entre os filmes considerados perdidos em sua forma completa.

"A Biblioteca do Congresso pode agora informar com autoridade que a perda de filmes norte-americanos da era do silêncio constitui uma perda alarmante e irrecuperável para a história cultural de nossa nação", disse James H. Billington, da Biblioteca.

Cerca de 11 mil filmes com origem nos EUA foram lançados entre 1912 e 1929. Somente 14 por cento, ou uns 1.575 títulos, existem em seu formato original de 35 mm.

Cinco por cento dos que sobreviveram estão incompletos e 11 por cento dos completos estão no formato de baixa qualidade de 28 mm ou 16 mm, ou e
m versões estrangeiras, de acordo com o estudo.

Reuters

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Efeito Dominó (2008)

O australiano Roger Donaldson é um bom diretor e em minha opinião seu melhor filme foi Rebelião em Alto-mar um remake dos filmes O Grande Motim de 1935 e O Grande Motim de 1962, para o qual escalou Mel Gibson e Anthony Hopkins. Este filme lhe valeu a indicação à Palma de Ouro em Cannes.

Como o filme era estrelado por Jason Statham, fiquei ainda mais receoso de assistir uma grande bobagem com muita pancadaria e pouco cérebro. Mas amigos por fim acabei tendo uma boa surpresa.

Em Efeito Dominó, Donaldson nos conta uma história baseada num acontecimento verídico que ocorreu em setembro de 1971 – o assalto a um banco na Rua Baker, em Londres. Sendo que este caso até hoje não foi solucionado pela eficiente policia londrina. É impossível dizer o quanto desta história é real e quanto é inventado afinal, misturaram-se fatos, ficção,e os poucos artigos existentes da época com muita fofoca acumulada ao longo de quase quatro décadas. O que se sabe é que o caso teve na época a atenção maciça da imprensa, tempo mais tarde, o governo arbitrariamente proibiu tocar no assunto.

Na história de Efeito Dominó (The Bank Job) acompanhamos Terry (Jason Statham), um homem com
passado suspeito, que repentinamente se vê diante de uma oportunidade única em sua vida: é convidado pela linda Martine (Saffron Burrows) para liderar um assalto sem erros, pistas ou rastros. O alvo são cofres pessoais em um grande banco, repleto de milhões em dinheiro e joias. Mas o que Terry e sua equipe não sabem é que esses cofres também guardam grandes segredos, que poderá envolvê-los em uma perigosa rede de corrupção e escândalos, com o alto escalão do governo, a máfia e até a família real.

O que me agradou foi à historia ser contada com uma rara simplicidade e desenvoltura, com um elenco eficiente e uma trama bem amarada, que faz desse filme um ótimo thriller.

Grande parte do sucesso do filme se deve aos roteiristas Dick Clement e Ian La Frenais que enriqueceram os fatos ocorridos recheando a história com uma infinidade de subtramas que se interligam em volta da família real britânica, políticos corruptos, o Serviço Secreto Britânico, Gângsteres e um reacionário claramente inspirado em Malcom X, numa mistura de traficante e idealista. A história é bem ambientada, com uma boa trilha sonora.

Efeito Dominó é um ótimo exemplar de filme de assalto a banco, transposto com inteligência e envolvimento. A trama resultante é verossímil e agrada aos fãs do gênero, já que segue as suas regras, mantendo o suspense do início ao fim, e desenvolve suficientemente bem os personagens.

Assisti ao filme em DVD lançado pela Imagem Filmes, que não mutilou a imagem coisa normal em alguns dos filmes distribuídos por ela, deste modo temos a imagem em Widescreen Anamórfico 16:9 e áudio com as opções Português (Dolby Digital 2.0), Inglês (Dolby Digital 2.0) e Inglês (Dolby Digital 5.1). Como extras temos entrevista com a equipe, Slide Show e Trailer.

Livraria Catarinense


domingo, 1 de dezembro de 2013

Apos 30 anos Vidas sem Rumo ganha bela versão em Blu-ray

Em um subúrbio da pequena cidade de Tulsa, Oklahoma, Ponyboy Curtis (C. Thomas Howell) é o caçula de uma turma, formada ainda por Darrel Curtis (Patrick Swayze) e Sodapop Curtis (Rob Lowe). Os três órfãos tentam sobreviver onde tudo se restringe a "mexicanos pobres" e "ricaços". A trinca descende de mexicanos, amarga empregos em postos de gasolina e sofre com a perseguição da polícia. Também fazem parte da gangue Dallas Winston (Matt Dillon) e Johnny Cade (Ralph Macchio), ainda um projeto de marginal. Eles tentam vencer e amadurecer enfrentando os ricos, mas nem tudo acontece como eles planejam. Os acontecimentos são vistos pela ótica Ponyboy, que gosta de poesia e "...E o Vento Levou".

Em Vidas Sem Rumo Coppola conseguiu um feito de reunir C. Thomas Howell, Matt Dillon, Ralph Macchio, Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom Cruise e Emilio Estevez, e só quem viveu nos anos 80 pode entender a amplitude deste façanha. Não que na época, eles já fossem ídolos, estavam apenas começando. Mas, ao adaptar o livro The Outsider, Coppola não apenas lhes deu uma chance de suas vidas, como demonstrou uma visão incrível de quais seriam os nomes da próxima geração de Hollywood,principalmente, Tom Cruise, que fazia apenas uma ponta na trama, mas se tornou um dos maiores astros de Hollywood.
Por não ter sido um filme com apelo comercial lembro que vi o filme na sessão de Arte do Cine Busch, que meu falecido pai lutava para manter e assim dar oportunidade a comunidade Blumenauense de ver filmes do circuito alternativo.Eu devia ter entre 23 ou 24 anos quando Vidas sem Rumo (mais conhecido no seu título original, The Outsiders), o mesmo foi lançado no Brasil em julho de 1984. Naquela época, os filmes chegavam no Brasil com certo atraso e em Blumenau nem se fala. Vidas sem Rumo é de 1983 e completou trinta anos em março, quando estreou nos cinemas americanos. Lembro que assisti a este belo drama dirigido por Francis Coppola e muito mexeu comigo. Ao revê-lo, recentemente em Blu-ray, percebi que algumas coisas ficaram marcadas para sempre, como o cabelo tingido de loiro do personagem Ponyboy ou ótimo casting que o realizador escolheu. Quase todos os atores viraram astros ou, em algum momento de suas carreiras, tiveram seu lugar ao sol.
Vidas Sem Rumo, apesar de tratar de temas fortes, como discriminação, pobreza e racismo, o roteiro do filme é bastante poético, ingênuo até. Isso devido à escolha da visão do narrador, o protagonista Ponyboy, que é mesmo um garoto bastante ingênuo e sensível. Adora poesia e "E O Vento Levou", não apenas o filme, mas, principalmente o livro, que carrega em boa parte da trama consigo, tendo momentos em que o lê para o amigo Johnny. Então, apenas acompanhamos essa trajetória sem muito rumo ou sentido mesmo. Apenas uma história de descoberta em uma fase-chave da vida. 

Bem amigo leitor e o Blu-ray de Vidas sem Rumo, é o que posso dizer um item de colecionador. Diferente da versão que vi no cinema a Universal fez uma belíssima restauração e você pode curtir as cores da belíssima fotografia nesta na versão em Blu-ray. Outro ponto forte é o som e a imagem, que foram remasterizados, têm qualidade infinitamente superior à projeção das salas dos anos 80. Segundo: Coppola, em 2005, decidiu acrescentar 23 minutos ao filme original, dando à trama um ganho emocional e familiar que havia sido extraído do corte final. Esta é versão que saiu em Blu-ray denominada Edição do Colecionador, que, além da nitidez impressionante por causa da alta definição, traz de volta a luz da belíssima fotografia.

Os extras também são muito bacanas, embora não tenha nenhum material inédito para o Blu-ray. Mas é delicioso ver como os atores C. Thomas Howell, Ralph Macchio, Patrick Swayze e Diane Lane reagiram ao ver a nova versão de Vidas sem Rumo, mais de vinte anos depois das filmagens – e num projetor numa sala da mansão de Coppola.