Coluna Prosa e Verso para o dia 24 de
agosto
Gervásio Tessaleno Luz
Como gerente de cinemas
em Blumenau, Joinville e Gaspar, Herbert Holetz sempre divulgou o cinema brasileiro.
O seu Cinearte, 10 anos de existência, fincado na Fundação Cultural de Blumenau,
principia todo ano com produções nacionais. Agora, em setembro, teríamos 5
filmes. Ninguém se lembrou de que na segunda-feira, dia 2, comemoram-se 136
anos de fundação de Blumenau. É feriado e, portanto foi cancelada a exibição de
Memórias póstumas. Ficam então:
O Estômago (2008, coprodução
com a Itália), dia 9 – Raimundo Nonato acaba de chegar a São Paulo, vindo do
Nordeste. Ele não tem onde ficar. Sem dinheiro algum, vai trabalhar num boteco.
Começa a revelar sua verdadeira aptidão: a culinária. Num restaurante italiano,
reconhecidos seus dotes de cozinha, vê seu espaço crescer cada vez mais. Esta
produção, colorida, abiscoitou 14 prêmios internacionais.
Deus é Brasileiro (2002),
dia 16 – Cansado de tantos erros cometidos pela humanidade, decepcionado com
essa sua criação tão cheia de defeitos, Deus resolve tirar umas férias dela,
retirando-se por uns tempos para as estrelas distantes, a fim de descansar de
seus aborrecimentos com o ser humano. Para isso, ele precisa de um santo que se
ocupe com suas obrigações para com a humanidade, enquanto sai de férias. Seu
guia no Brasil será Taoca (Wagner Moura), um esperto borracheiro e pescador que
vê nesse encontro com Deus uma oportunidade para resolver seus problemas
materiais. Antônio Fagundes acerta como um Deus velho e impaciente. Em cores.
O Pagador de Promessas
(1962), dia 23 – Para que seu burrico de estimação se recupere de acidente,
camponês tenta cumprir promessa de carregar cruz até o altar de Santa Bárbara, em Salvador. Enfrenta ,
porém, a oposição do vigário e de outras autoridades. Crítica aos políticos, à
Igreja Católica. à polícia e à imprensa, a peça de Dias Gomes recebe um
tratamento dramático que mantém vivas a força dos personagens e a discussão
sobre a influência da religião na sociedade. Palma de Ouro em Cannes. Direção de
Anselmo Duarte, com Glória Menezes, Leonardo Villar e Norma Bengell, no papel
da prostituta Marli. Depois deste filme, Norminha participou de produções
francesas, italianas e norte-americanas.
Tico-tico no Fubá (1952),
dia 30 - Biografia romanceada do compositor paulista Zequinha de Abreu (Anselmo
Duarte). O diretor, o italiano Adolfo Celi tornou-se ator internacional. Viveu
o vilão que incomodou James Bond (Sean Connery) em 007 contra a chantagem
atômica (1965). Em preto-e-branco, como o filme anterior.