terça-feira, 27 de agosto de 2013

Brasil no Cinearte da Fundação Cultural de Blumenau

Coluna Prosa e Verso para o dia 24 de agosto

Gervásio Tessaleno Luz


Como gerente de cinemas em Blumenau, Joinville e Gaspar, Herbert Holetz sempre divulgou o cinema brasileiro. O seu Cinearte, 10 anos de existência, fincado na Fundação Cultural de Blumenau, principia todo ano com produções nacionais. Agora, em setembro, teríamos 5 filmes. Ninguém se lembrou de que na segunda-feira, dia 2, comemoram-se 136 anos de fundação de Blumenau. É feriado e, portanto foi cancelada a exibição de Memórias póstumas. Ficam então:

O Estômago (2008, coprodução com a Itália), dia 9 – Raimundo Nonato acaba de chegar a São Paulo, vindo do Nordeste. Ele não tem onde ficar. Sem dinheiro algum, vai trabalhar num boteco. Começa a revelar sua verdadeira aptidão: a culinária. Num restaurante italiano, reconhecidos seus dotes de cozinha, vê seu espaço crescer cada vez mais. Esta produção, colorida, abiscoitou 14 prêmios internacionais.

Deus é Brasileiro (2002), dia 16 – Cansado de tantos erros cometidos pela humanidade, decepcionado com essa sua criação tão cheia de defeitos, Deus resolve tirar umas férias dela, retirando-se por uns tempos para as estrelas distantes, a fim de descansar de seus aborrecimentos com o ser humano. Para isso, ele precisa de um santo que se ocupe com suas obrigações para com a humanidade, enquanto sai de férias. Seu guia no Brasil será Taoca (Wagner Moura), um esperto borracheiro e pescador que vê nesse encontro com Deus uma oportunidade para resolver seus problemas materiais. Antônio Fagundes acerta como um Deus velho e impaciente. Em cores.

O Pagador de Promessas (1962), dia 23 – Para que seu burrico de estimação se recupere de acidente, camponês tenta cumprir promessa de carregar cruz até o altar de Santa Bárbara, em Salvador. Enfrenta, porém, a oposição do vigário e de outras autoridades. Crítica aos políticos, à Igreja Católica. à polícia e à imprensa, a peça de Dias Gomes recebe um tratamento dramático que mantém vivas a força dos personagens e a discussão sobre a influência da religião na sociedade. Palma de Ouro em Cannes. Direção de Anselmo Duarte, com Glória Menezes, Leonardo Villar e Norma Bengell, no papel da prostituta Marli. Depois deste filme, Norminha participou de produções francesas, italianas e norte-americanas.

Tico-tico no Fubá (1952), dia 30 - Biografia romanceada do compositor paulista Zequinha de Abreu (Anselmo Duarte). O diretor, o italiano Adolfo Celi tornou-se ator internacional. Viveu o vilão que incomodou James Bond (Sean Connery) em 007 contra a chantagem atômica (1965). Em preto-e-branco, como o filme anterior.


domingo, 25 de agosto de 2013

Fanny e Alexander - Edição de Colecionador em Blu-ray

A Versátil Home Vídeo trouxe mais uma joia para os cinéfilos ao lançar Fanny e Alexander  em

Blu-ray numa belíssima edição de colecionador.  Bergman tinha 74 anos quando fez este seu último grande filme e Fanny e Alexander foi concebido como um testamento, um resumo de toda sua obra (onde ele aborda temas falando de infância, família, religião, teatro e até Deus), estranhamente é um filme leve e otimista, podemos dizer que Bergman estava de bem com o mundo.

Fanny e Alexander foi lançado em 1982 e pensado para ser uma espécie de despedida uma vez que quando o fez ,Ingmar Bergman, estava então com 64 anos. De fato, apesar de ter morrido apenas em 2008, ele não voltaria a dirigir longas metragens para o cinema – apenas peças teatrais e filmes para a televisão – o filme é, ao mesmo tempo, uma síntese de sua obra monumental e um mergulho na subjetividade do artista.
Vencedor de quatro Oscars em 1983 – melhor filme estrangeiro, fotografia, direção de arte e figurino e indicado ainda como direção e roteiro –, Fanny e Alexander tem a peculiaridade de ser uma superprodução requintada, suntuosa, mas também uma obra intimista, muito pessoal quase autobiográfica.

A História se passa na Suécia, no inicio do século XX onde somos apresentados ao menino Alexander (Bertil Guve) que seria um alter ego de Bergman: descendente de uma família de artistas de teatro, alegre, barulhenta e muito expressiva, ele vê sua vida se transformar, de uma hora para outra, com a morte do pai.
Desolada e perdida com a perda, a mãe do garoto e de sua irmã mais nova, a doce Fanny, se casa um tanto às pressas com um rígido e opressivo pastor luterano, que acaba servindo às crianças como algoz. Um contraponto em forma de padrasto ao ambiente idílico, criativo e livre em que eles viviam antes.

A historia se desenrola pelos olhos e o ponto de vista de um garoto de dez anos, Alexander e sua irmã, Fanny, de oito. São obsessões, ódios, erros e arrependimentos, hipocrisia que marcam a vida deles. Não é um filme fácil nem de analisar, nem de resumir. É um compêndio de diversos temas que Bergman abordou em sua obra, de suas neuroses, alegrias, exuberância, dor e tormento.

Esta edição vem com  vários extras:

- Diário de uma Filmagem – imperdível que retrata em detalhes os bastidores da produção (110 min.)
- Bergman Dá Adeus ao Cinema (59 min.)
- Uma Tapeçaria Bergmaniana (39 min.)

Link para compra: http://www.livrariascuritiba.com.br/blu-ray-fanny-e-alexander-edicao-definitiva-2-bds,product,AV089648,2777.aspx

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lola Montès em versão restaurada

A Versátil lançou no mercado uma magnífica versão restaurada do mestre Max Ophüls, seu canto do cisne – Lola Montès (1955).

O filme acompanha a história de Lola Montès (1821-1861), uma dançarina e cortesã do século XIX. Lola Montès, interpretada por Martine Carol conta a história de seus numerosos romances escandalosos, principalmente com o compositor Franz Liszt e com o Rei Ludwig I da Baviera.



Ophüls nos conta a história de Lola através do cenário do circo onde ela passa o fim de sua vida como performer e através de vários flashbacks.
Ophüls foi duramente criticado pelo uso de flashbacks o que fez o filme ir mal nas bilheterias. Em resposta, os produtores suprimirão varias tomadas do filme e chegaram  a remonta-lo em favor de um enredo em ordem mais cronológica, contra a vontade do diretor.
De acordo com o critico Roger Ebert, uma "versão barbaramente massacrado estava em circulação há alguns anos", após a morte de Ophüls.

Versões restauradas do filme foram exibidas no New York Film Festival em 1963 e 1968, mas ainda tinha-se a certeza que ainda não se tinha a obra como planejada por Ophüls, uma vez  que certos elementos continuavam desaparecidos e acreditava-se que estavam perdidos.

Mas após descoberta das filmagens perdidas, consegui-se montar uma nova versão editado de acordo com as intenções originais de Ophul. O filme foi reparado por Martina Müller e Werner Dutsch.Ele foi exibido no Festival de Cinema de Nova Iorque, na versão restaurada em 26 de setembro de 2008.

Esta nova versão de Lola Montes lançada pela Rialto Pictures nos traz o filme completamente  restaurado, em versão widescreen e com cinco minutos de cenas adicionais nunca antes mostrados em qualquer lançamento nos EUA.

Assista e entenda porque este melodrama de impressionante beleza visual foi considerado uma obra- prima absoluta entre críticos e cineastas de todo o mundo, como Roberto Rossellini, Stanley Kubrick e François Truffaut.

A Versátil nos traz esta versão belamente restaurada e com vários extras: O making of de Lola Montès (70 min.), Trailer da versão restaurada, Featurette com a atriz Martine Carol, Vida e Obra de Max Ophüls.


Peça que deve estar na estante de todo colecionador amante da sétima 
arte.




domingo, 18 de agosto de 2013

Lançada em DVD pela Versátil os seis filmes do clássico japonês "Lobo Solitário"

Publicado originalmente nos anos 70 ( entre 1970 e 1976), o mangá Lobo Solitário  é uma criação do roteirista Kazuo Koike (um dos mais famosos escritores de HQs japonês, autor de sucessos como Crying Freeman) e do veterano ilustrador Goseki Kojima desta que é uma das mais importantes obras de histórias em quadrinhos de toda a história dessa mídia.No Brasil a Editora Panini Comics foi responsavel pela publicação dos 28 volumes da HQ.

A historia se passa no Japão do século XVII, isto é, no chamado período Edo e conta a saga de Itto Ogami que tem o cargo de kaishakunin, que quer dizer “o executor do imperador”, uma figura temida e odiada por quase todos os senhores feudais. Por meio de uma falsa denúncia de traição do clã Yagyu faz com que ele caia em desgraça. Assim, toda a sua família, inclusive a esposa é executada e, por isso, ele vagueia pelo país com seu filhinho recém-nascido, Daigoro, em busca de vingança. Este é o inicio da saga de um ronin, ou seja, um samurai sem mestre que se tornou assassino: um kozuri, e que envolve traições, honra, família e filosofia samurai. 

Todos os 6 filmes são protagonizados por Tomisaburo Wakayama,e foram  produzidos entre 1972 e 1974 é e clara sua influencia em muita gente de cinema como Quentin Tarantino, Frank Miller, John Carpenter ¸ além de ter inspirado outros filmes, como Estrada para Perdição e o recente Wolverine Imortal do diretor James Mangold.

Em Lobo Solitário temos todos os elementos que Kurosawa condensou em Os sete samurais para criar a ação do filme - câmera-lenta, zoom, cortes rebuscados - são transpostos com muito êxito para o papel. Analisando os filmes em mais profundidade podemos identificar uma notável influência de Sergio Leone e Sam Peckinpah nos frequentes duelos e massacres, só que com muito mais sangue, o que nos remete a Tarantino. Não poderia ser diferente, uma vez que para ser fiel ao roteiro das revistas implica em realizar um filme tão absurdamente violento, que muitas vezes chega a beirar o cômico. Mesmo tratando o material com seriedade, é impossível manter o tom do gibi e, vez ou outra, o realismo descamba para o ridículo. Ainda assim, a saga é boa e faz jus a uma das HQs mais importantes de todos os tempos.

Nos seis filmes que compõem a serie, vamos encontrar dos os trejeitos de cinema B, o que se justifica levando em conta que os mesmos foram realizados no pequeno espaço de apenas três anos, ou seja, vapt-vupt. Isso significa resumir mais de oito mil páginas e cento e quarenta capítulos, dando coerência a eventos que são desenvolvidos vagarosamente nas revistas. Mas o grosso da história do samurai Itto Ogami está lá.




Agora graças a uma caprichada edição de colecionador é lançada em DVD pela Versátil a série completa e inédita com os seis filmes do “Lobo Solitário” numa caixa com 3 discos, esta disponível para ser vista e revista, buscando a influencia da mesma em diretores e filmes do mercado ocidental.






Para comprar: http://www.livrariascuritiba.com.br/dvd-lobo-solitario-tomisaburo-wakayama-3-dvds,product,AV093003,2763.aspx

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Os 15 filmes mais caros da história do cinema


Este artigo foi publicado na Business Insider.

A estreia da esperada superprodução “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” vem gerando muitos comentários com relação ao orçamento de quase US$ 250 milhões (cerca de R$ 500 milhões) que, comparado ao custo dos três filmes da série “O Senhor dos Anéis” juntos — US$ 281 milhões —, representou um significativo salto.

Contudo, se você pensa que o novo longa de Peter Jackson foi um dos filmes mais caros já produzidos, o pessoal do site Business Insider publicou uma lista com as maiores megaproduções da história do cinema — com os respectivos valores corrigidos! —, e alguns dos títulos certamente vão surpreender você. Confira os 15 maiores orçamentos:

15 - “X-Men 3: O Confronto Final”
Lançado em 2006: US$ 241 milhões.

14 - “As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian”
Lançado em 2008: US$ 241,7 milhões.

13 - “Homem-Aranha 2”
Lançado em 2004: US$ 244,9 milhões.

12 - “King Kong”
Lançado em 2005: US$ 245,2 milhões.

11 - (Empate) “John Carter: Entre Dois Mundos”
Lançado em 2012: US$ 250 milhões.

11 - (Empate) “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”
Lançado em 2012: US$ 250 milhões.

11 - (Empate) “O Hobbit”
Lançado em 2012: US$ 250 milhões.

10 - “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas”
Lançado em 2003: US$ 251,4 milhões.

9 - “Avatar”
Lançado em 2009: US$ 255,5 milhões.

8 - “Piratas do Caribe: O Baú da Morte”
Lançado em 2006: US$ 258,8 milhões.

7 - “Waterworld: O Segredo das Águas”
Lançado em 1995: US$ 265,6 milhões.

6 - “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”
Lançado em 2009: US$ 269,6 milhões.

5 - “Enrolados”
Lançado em 2010: US$ 275,8 milhões.

4 - “Homem-Aranha 3”
Lançado em 2007: US$ 287,8 milhões.

3 - “Titanic”
Lançado em 1997: US$ 288,2 milhões.

2 - “Cleópatra”
Lançado em 1963: US$ 325 milhões.

1 - “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”
Lançado em 2007: US$ 334,5 milhões.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Mostra de Cinema Alemão em Blumenau


Inicia esta semana a Mostra de Cinema Alemão no Shopping Neumarkt.





A Programação esta disponivel no site:  www.fcblu.com.br/mostracinema

domingo, 11 de agosto de 2013

O Mestre do Suspense

Neste mês de Agosto o Cinearte faz uma Homenagem ao  mestre do suspense

Quatro filmes de Alfred Hitchcock constam da programação do Cinearte para este mês. Para quem curte o gênero, o prato é perfeito:

Psicose (1960), dia 5 – Jovem (Janet Leigh) foge com dinheiro da imobiliária onde trabalha e planeja encontrar o amante, que mora em outra cidade, mas interrompe a viagem para dormir num velho motel administrado por um estranho rapaz (Anthony Perkins) e sua mãe. Um dos filmes mais famosos do mestre do suspense, em que o soberbo domínio da técnica cinematográfica faz esquecer eventuais imperfeições do argumento e do roteiro. Os pontos altos são a fotografia em preto-e-branco; a trilha sonora; e o planejamento visual, especialmente na cena do chuveiro; e o desempenho de Perkins, o melhor de sua carreira. Os bastidores das filmagens de Psicose foram alvos de um filme recente, em que Anthony Hopkins vive o papel de Alfred Hitchcock.

Intriga internacional (1959), dia 12 – Executivo nova-iorquino é confundido com espião e sequestrado por agentes inimigos que tentam fazê-lo passar por culpado de assassinato e, depois procuram matá-lo em série de “acidentes”. Considerado por muitos o melhor filme de Hitchcock pelo ritmo envolvente e pelo elenco impecável: Cary Grant, Eva Marie Saint e James Mason. Sequências eletrizantes, como o ataque de avião contra o herói, no deserto e a descida da serra com Grant bêbado. Hitchcock, inglês de nascença, dizia que este filme conta “a essência de todos os seus filmes americanos”.

A tortura do silêncio (1952), dia 19 – Montgomery Clift vive um padre que recebe a confissão de um assassino. Problema: o criminoso tem todas as condições de incriminar o padre, que não pode abrir o bico por conta do segredo confessional. Sempre que o cristianismo é envolvido nos filmes do mestre inglês, parece que o sofrimento é mais agudo. O mesmo acontece em O homem errado, também de Hitch, com Henry Fonda. Aqui é Clift quem faz o padre, ou seja, a ideia de uma grande fragilidade e inocência frequenta seu rosto e seu corpo. Anne Baxter é sua parceira de elenco. Em preto-e-branco.

Disque M para matar (1954), dia 26 – Veterano campeão de tênis (Ray Milland) planeja, com rigor de detalhes, o assassinato da esposa rica (Grace Kelly). Trama perfeita e uma das mais curiosas sequências de assassinato do cinema. Foi refilmado para a tevê com Angie Dickinson no papel que foi de Grace Kelly e o canastrão Christopher Plummer no lugar de Ray Milland.

Publicação Original: Coluna Prosa e Verso para o dia 3 de agosto (Coluna de no. 470, publicada no Jornal Metas na edição de 3 de agosto)

Por: Gervásio Tessaleno Luz