domingo, 21 de agosto de 2011

Fúria Sobre Rodas (2011)

O único jeito de encarar “Fúria Sobre Rodas”, e acreditar que o diretor Patrick Lussier, quis fazer uma grande piada com o espectador. Esse é daqueles filmes que de tão ruins, acabam se tornando divertidos, como “Plano 9” de Ed Wood.
Nicholas Cage já atuou em belíssimos trabalhos, onde posso citar “Asas da Liberdade”, “Despedida em Las Vegas”, “Feitiço da Lua” e “Cidade dos Anjos”, mas ultimamente o ilustre sobrinho do mestre Francis Ford Coppola tem embarcado em solenes roubadas. Acho que Cage tem confundido quantidade com qualidade, uma vez que com quase 30 anos de carreira já atuou em cerca de 60 filmes.

O diretor Patrick Lussier é outro que consegue se superar a cada novo filme, aja visto os horrores cometidos com “ Drácula 3000” e “Dia dos Namorados Macabro”

Cage interpreta o misterioso Milton, um vingador solitário, violento e amargurado que percorre os desertos norte-americanos para evitar que um inocente bebê seja sacrificado por uma seita satânica. Pelo caminho, ele se enrosca com a bela garçonete Piper (Amber Heard, a filha sedutora de Amor por Contrato) ao seu encalço esta um agente misterioso, denominado “Contador” (William Fichtner), um sujeito estranho que parece ter poderes sobrenaturais. Este absurdo saiu da cabeça do próprio Lussier e foi ajudado por Todd Farmer (roteirista, vejam vocês, de Jason X).

A Informante (2010)

A Informante” é baseado em uma história verídica, e toca num tema difícil  a corrupção, tráfico e prostituição de jovens Sérvias escravizadas e abusadas sexualmente ao chegarem na Bósnia, e o pior o revoltante envolvimento da polícia local, da IPTF (International Police Task Force), de funcionários da Organização das Nações Unidas e diplomatas nesta crueldade.

Fora isso reforça a força de Hollywood  no tema da figura mulher-coragem, já vistos em “Norma Era”, “Erin Brockovich” e “Terra Fria”. Aqui temos a frente a bela Rachel Weisz, que entrega uma atuação poderosa no papel da policial Bolkovac.
O filme dramatiza os eventos ao redor da investigação de Kathryn Bolkovac, uma policial do Nebrasca que tem a oportunidade de viajar para a Bósnia, numa missão de paz da ONU, e assim ganhar um dinheiro a mais e ter condições de morar mais perto da filha cuja custódia ficou com o pai, em função de sua dedicação ao trabalho.

Chegando lá em meio aos atendimentos aos refugiados ela acabada deparando com casos escabrosos de violência domestica e, pior com o acobertamento dos crimes abomináveis perpetrados por pessoas corruptas – homens e mulheres – incapazes de sentir compaixão e racionalizando um distanciamento do que estava acontecendo em nome da ganância.
Bolkovac em esforços sistematicamente heróicos, quase inconseqüentes, expõe esta rede de mentiras na tentativa de salvar um sem número de meninas e desbaratar esta lucrativa organização criminosa envolvendo autoridades de todos os escalões.

A obra, dirigida pela estreante Larysa Kondracki e estrelada por Rachel Weisz, com participação de Vanessa Redgrave, David Strathairn e Monica Bellucci, é um filme sério e tenso com cenas repulsivas e capazes de fazer crescer, em qualquer espectador consciente, um grande ódio pela impunidade, discriminação e intolerância.
A Informante” é um soco no estomago, e ainda  um alerta acerca da discriminação religiosa, racial e cultural, o filme denuncia – para quem não é absolutamente cego – em quanto o ser humano está distante de ter superado as questões relacionadas à opressão da mulher e que qualquer afirmação em contrário é tão ingênua como completamente imbecil.

Talvez por isso o filme tenha sido mal recebido nos EUA, tanto que foi lançado no Brasil direto em DVD.

Merece ser visto!

ÀS MARGENS DE UM CRIME (2008)

O tenente Dave Robicheaux (Tommy Lee Jones) é um detetive que não está em seus melhores dias. Vivendo em plena New Orleans arrasada pelo furacão Katrina, ele encontra uma garota morta e desconfia-se que o responsável pode ser um serial killer.

Ao ajudar um artista inconseqüente (Peter Sarsgaard) que veio para a produção de um filme bancado pelo maior mafioso do local "Baby Feet" Balboni, acaba descobrindo o corpo de um mistériosoassassinato ocorrido na década de 60.

Para piorar Dave Robicheaux está com problemas com a família por excesso de trabalho; e como se não bastasse parece estar presenciando visões de espíritos da guerra civil americana. Mesmo assim ele ainda tem forças para lutar pelo que acha certo.

O papel desenvolvido por Tommy Lee Jones lembra em muito sua  interpretação em “Onde os Fracos Não tem Vez“. Só que lá, como o detetive Ed Tom Bell, ele já parece ter perdido a esperança no mundo.

Às Margens de um Crime tem um bom suspense e é bem escrito, só que o excesso de histórias, ou melhor, de problemas pode fazer você perder o foco. O que mais me deixou intrigado foi  a trama dos espíritos, pois não parece se encaixar com o resto, a não ser que haja aí uma tentativa de se manifestar o conhecido misticismo daquela região americana, famoso pelo ocultismo, lembram da “Chave Mestra” e o insuperável “Coração Satânico”, ambos filmados na região da Louisiana.. Destaque para a bela fotografia de Bruno de Keyzer retratando a beleza e a devastação da região de New Orleans. Além disso, o elenco está afinado, sendo que Peter Sarsgaard sempre rouba a cena fazendo um personagem peculiar na sua cinegrafia.

Às Margens de um Crime termina deixando uma interrogação sobre qual a trilha que o diretor francês Bertrand Tavernier quis seguir, já que a ênfase na parte sobre as visões de Dave assumem um papel essencial no último ato. Mesmo assim, é um filme recomendado para uma calma sessão de domingo a tarde sem grandes sobressaltos.

Veja se tiver tempo!

Blitz - Sem Remorsos (2011)

Jason Statham que mal apareceu com “Assassino á Preço Fixo” e já esta novamente nas locadoras com esta nova “pérola” dos filmes de pancadaria.
Nesse filme Blitz Jason Statham um policial conturbado e contraditório se unirá á um parceiro policial gay, e juntos tentarão capturar um psicopata assassino de policiais que se intitula Blitz.

Blitz - Sem Remorsos “ é superior á “Assassino á Preço Fixo” têm uma história razoável e até um suspense interessante.

Porém Statham repete sempre o papel de durão, distribuindo muita porrada e nada que mostre alguma evolução quanto a sua interpretação.Jason Statham e Dwayne Johnson ( The Rock ) estão para Van Damme , Stallone dos filmes de pancadarias dos anos 80 ou seja, sobram-se porradas na tela faltam inteligência .
Além do mais o filme nada de novo traz ao gênero, assistindo-se a vários clichês do mesmo estilo, onde não faltam os personagens atormentados, a violência exacerbada, os cortes rápidos, o funeral à chuva, e o confronto final entre o anti-herói e o serial killer.

A não ser que você esteja a fim de um filme banhado de violência extrema e seu cérebro esteja cansado, perca seu tempo.

sábado, 20 de agosto de 2011

Super 8 (2011)

Ver “Super 8” foi como voltar no tempo, me vi sentado no saudoso Cine Bush vendo “Os Goonies”ou outros filmes dos anos 80. Me fez voltar a minha juventude onde em companhia do grande amigo Edson Schroeder, passávamos horas dirigindo nossos filmes em super 8. J.J. Abrams conseguiu fazer um filme nostálgico sem cair nas armadilhas típicas do gênero.

Uma vez que a ação ocorre nos anos 80 uma coisa que me chamou atenção foi a questão da informação e de como os jovens de 30 anos atrás eram menos estressados com ela. Hoje com o paternalismo e a correção política transformamos nossas crianças em neuróticos precoces, plenos de informação (e conseqüentemente de preocupações). Em “Super 8”, informação é o item mais raro.Algumas cenas deixam isto bem claro, no caso do acidente de trem, nos dias de hoje em poucos minutos a mídia estaria a disposição de todos postada pelo Youtube, Facebook, Twitter entre outros. Outro ponto que achei marcante era como não éramos estressados, pois um filme de super 8 podia levar uma semana para ser revelado e só então se ter ideia do resultado.

Outro ponto positivo de J.J. Abrams é não dar prioridade aos efeitos especiais, pois se o filme você dirigido por Michael Bay, com certeza teríamos pouca historia e muitas explosões.EmSuper 8”, o menino, Joe (Joel Courtney), fica órfão da mãe e não sabe por quê, não compreende como seu pai odeia tanto um vizinho, e entende menos ainda quando praticamente todo o exército dos EUA invade sua cidadezinha no Ohio após um acidente de trem que Joe teve o acaso de testemunhar.

Abrams sabe, hoje para estimular curiosidade e envolver o espectador, dando uma aula de suspense, o que me fez lembrar os grandes filmes de suspense pois a  criatura que escapou do acidente de trem é um vulto que surge em reflexos na água, encoberto por objetos, remexendo copas de árvores - está escondido, enfim, por todos os cantos.
Mas uma vez revelado o monstro Abrams encerra o suspense e nos concede um filme de ação com direito a uma apoteose de lampejos, raios, fumaça e explosões que lembram as cenas de ação conscientemente exageradas. E aí fica claro, nesse clímax, que "Super 8" é um filme de cinéfila não só na sua premissa, não só na reverência à Amblin, mas de ponta a ponta - entrega-se sem medo ao suspense com a mesma disposição com que se entrega, depois, ao filme de ação.

Abrams explora de maneira formidável a adolescência dos anos 80. Seja pelos jovens que encaram o perigo não porque são valentes, mas porque não tem a medida desse perigo, os amores platônicos e não declarados.
São esses e muitos outro detalhes que tornamSuper 8um autêntico filme apaixonado pelo cinema e uma saudosa homenagem.

Não deixe de ver!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Padre (2011)

Paul Bettany já teve seus momentos de glória e já admirei algumas de suas interpretações, mas não entendo esta segunda parceria dele com o diretor Scott Charles Stewart que trabalhou com efeitos visuais em algumas dezenas de filmes, mas como diretor ainda não mostrou nada que preste, seja com “Padre” bem como o anterior “Legião” um dos piores filmes de 2010.

O filme é baseado nos quadrinhos do coreano Hyung Min-Woo, o filme relata as aventuras de um padre guerreiro num mundo devastado por séculos de guerra entre humanos e vampiros. Ele se revolta contra as regras do clero quando descobre que sua sobrinha foi seqüestrada por uma horda de sanguessugas.

Enfim um amontoado de bobagens com direito até a um cowboy. Nem perca seu tempo.

domingo, 14 de agosto de 2011

NÃO ME ABANDONE JAMAIS

Com um belíssimo prólogo que relata que em 1952, foi encontrada a cura para todas as doenças o que resultou que em 1967 a expectativa de vida é de 100 anos assim é a abertura de “Não Me Abandone Jamais”. Mesmo assim pouco é revelado sobre o teor da historia, enfim é embarcar na premissa e apreciar este belíssimo filme, ou questionar e fechar o coração.

Quando o espectador descobre que esta é uma adaptação da obra do japonês Kazuo Ishiguro e esta mais para ficção cientifica que para romance, mas quando o espectador tem esta percepção já é tarde demais pois já esta envolvido na historia dos 3 jovens.

Tudo gira em torno de um triangulo amoroso entre 3 jovens que estudam numa tradicionalíssima escola inglesa: Ruth, Kathy e Tommy, interpretados respectivamente por Carey Mullingan, Keira Knightley e Andrew Garfield quando chegam à idade adulta. O lugar é administrado com rigor pela diretora Emily (Charlotte Rampling). Mas tudo muda quando uma nova professora, mais jovem, chega à escola com idéias menos convencionais. O filme pode lembrar um pouco “Sociedade dos Poetas Mortos”, e assim aparentemente vamos acompanhar as dores e amores da adolescência de qualquer jovem. Mas o que vamos descobrir e que nenhum destes jovens terá uma vida longa e somos levados por caminhos totalmente diferentes, surpreendentes, e com extrema delicadeza e paixão se dedicará à discussão de um tema dos mais difíceis: a mortalidade. Ou, mas especificamente neste caso, a brevidade desta mesma vida.

Graças ao refinado roteiro de Alex Garland que soube adaptar de forma brilhante as idéias perturbadoras propostas por Kazuo Ishiguro, o qual nos apresenta conceitos ao mesmo tempo tão poéticos e inquietantes sobre vida e morte.

Não quero revelar mais do filme para não estragar as muitas surpresas e o turbilhão de sentimentos que o mesmo reserva ao espectador.

Dirigido por Mark Romanek de um modo europeu: com calma, sensíbilidade, com um olhar introspectivo, sem pressa. “Não Me Abandone Jamais” é um filme instigante.

Não Me Abandone Jamais” foi o vencedor do prêmio de Melhor Atriz (Mullingan) e indicado a Filme, Diretor, Roteiro, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante do British Independent Film Awards.

domingo, 7 de agosto de 2011

ZORBA,35 anos depois

Um presente, uma excelente reflexão sobre a vida, talvez com o tempo, a gente vai ficando ainda mais sensível...


a primeira versão, quando Quinn, aos 49 anos, dá um show inesquecível e eterno, com leveza, talento, paixão... uma explosão de sentimentos... a vida pulsando de todos os lados e tornando mágico um momento de bela expressão artística.

Realmente um show!

Mas o que vem depois, o Quinn aos 84 anos reproduzindo a dança que o consagrou no cinema mundial.

Foi poesia pura o que ele fez no palco: com graça, paixão pela vida e a vontade de retribuir ao público tudo o que ele ganhou.

É para se emocionar muito, pensando na transformação que sofremos ao longo dos anos, e pensando no esforço que fazemos para continuar nosso caminho com orgulho, dignidade e prazer.

Por um instante a gente esquece de tudo. Mais um momento mágico, no qual cremos na eternidade, porque ela é palpável diante de coisas assim.

Tudo passa na vida.

Ele passou também, mas teve a sorte de poder nos dar um presente como esse.Anthony Quinn

Em 1964, com ... 49 anos (aqui, apenas uma música imaginária)

Em 1999, com ... 84 anos, dançando Zorba (aqui, um show de coro, orquestra e ... Anthony Quinn).ESPETACULAR:

Veja os dois filmes. Sugiro que veja primeiro o original de 64 e depois a homenagem aos 84 anos.

É só clicar: A dança original em 1964: http://www.youtube.com/watch_popup?v=bXxJyIVz-98

Em 1999, com 84 anos: http://www.youtube.com/watch_popup?v=CKHlmb5xcq8