segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro (2010)

Apesar de ter um apelo popular, “Tropa de Elite 2” tem um roteiro inteligente, que me prendeu do inicio ao fim, dando um show no cinemão hollywoodiano.Este é um dos poucos exemplos na história cinematográfica onde a seqüência supera o longa original.

Como se sabe no primeiro filme o foco não era o Capitão Nascimento, mas devido a grande atuação de Wagner Moura, José Padilha e o roteirista Bráulio Mantovani se viram com um dilema, que foi resolvido na sala de edição. E deste modo Nascimento de secundário tomou o papel principal. Agora a seqüência foi criada em cima do personagem de Wagner Moura.

Wagner retorna ao papel mais marcante de sua carreira o Capitão Nascimento. Dez anos mais velho, cresceu na carreira: passou a ser comandante geral do BOPE, e depois subsecretario da Inteligência. Em suas novas funções, ele faz o BOPE crescer e coloca o trafico de drogas de joelhos, mas não percebe que ao fazê-lo, esta ajudando seus verdadeiros inimigos: policiais e políticos corruptos, que atuam em parceria, com interesses eleitoreiros. Agora os inimigos são bem mais perigosos. O Buraco é mais em baixo.

Padilha e Mantovani construíram uma historia atual, baseada em fatos reais, que se misturam a historia fictícia de Nascimento, da sua família, de seus amigos para falar da realidade do Pais, através do cinema.

Tropa de Elite 2” é cinema, e do BOM.

Não deixe de ver!

"O Discurso do Rei" vence o Oscar de melhor filme

Não foi nenhuma surpresa o filme O Discurso do Rei ser merecidamente o grande vencedor da 83ª edição do Oscar, realizado na noite de domingo no Kodak Theatre, em Los Angeles. O longa de Tom Hooper saiu da cerimônia com quatro estatuetas, incluindo a mais cobiçadas: melhor filme, ator - Colin Firth, por sua interpretação como o rei gago George VI -, diretor e roteiro original.

Natalie Portman conforme previsto venceu a estatueta de melhor atriz por Cisne Negro. As categorias de ator e atriz coadjuvantes foram ambas de O Vencedor, para Melissa Leo e Christian Bale.

A Origem, de Christopher Nolan, dominou os prêmios técnicos da noite, levando os Oscars de efeitos visuais, fotografia, mixagem e edição de som.

A animação Toy Story 3, outra que concorria ao Oscar de melhor filme, venceu o prêmio de longa-metragem animado e também canção original, por We belong together. A versão de Tim Burton para Alice no País das Maravilhas também levou dois: figurino e direção de arte.



Os maiores vencedores:

O Discurso do Rei: quatro Oscar

A Origem: quatro

A Rede Social: três

O Vencedor: dois

Alice no País das Maravilhas: dois

Toy Story 3: dois

Cisne Negro: um

O Lobisomen: um

Todos os premiados:

Melhor filme: O Discurso do Rei

Direção: Tom Hooper (O Discurso do Rei)

Ator: Colin Firth (O Discurso do Rei)

Atriz: Natalie Portman (Cisne Negro)

Ator coadjuvante: Christian Bale (O Vencedor)

Atriz coadjuvante: Melissa Leo (O Vencedor)

Roteiro original: O Discurso do Rei

Roteiro adaptado: A Rede Social

Montagem: A Rede Social

Fotografia: A Origem

Direção de arte: Alice no País das Maravilhas

Trilha sonora: A Rede Social

Canção: We Belong Togheter (Toy Story 3)

Som: A Origem

Efeitos sonoros: A Origem

Efeitos visuais: A Origem

Figurino: Alice no País das Maravilhas

Maquiagem: O Lobisomen

Animação: Toy Story 3

Documentário: Trabalho Interno, de Charles Ferguson

Filme estrangeiro: Em um Mundo Melhor, de Susanne Bier (Dinamarca)

Curta-metragem de ficção: God of Love, de Luke Matheny

Curta documentário: Strangers no More, de Karen Goodman e Kirk Simon

Curta em animação: The Lost Thing, de Shaun Tan e Andrew Ruheman
 
Fonte: Jornal de Santa Catarina

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei (2010)

Campeão de indicações ao Oscar “O Discurso do Rei” tem tudo para ser o grande vencedor da noite, principalmente por possuir um tema que aborda um personagem com uma deficiência, pois historicamente a Academia adora premiar este tipo de filme. Além disso, o filme foi vencedor dos principais prêmios do Sindicato dos Atores (SAG) e do Sindicato dos Diretores dos EUA (DGA). É pouco provável que “O Discurso do Rei” não receba o Oscar de melhor filme. De certa forma, é um prêmio merecido. Estamos falando de uma produção impecável e com ótimas atuações.

O filme explora um período histórico decisivo para o país, tratado com toda a pompa e circunstância. O Rei George VI (Colin Firth) assume o trono após a desistência de seu irmão. Ele tem que superar os medos que o deixam gago e afetam negativamente sua fala diante de situações de stress. Teme assim, realizar os discursos direcionados à sua nação. Uma premissa como essa poderia não ser valorizada em dias atuais, logo, o roteiro faz questão de contextualizar a importância da fala de um rei diante do advento do rádio e, principalmente, da iminência da Segunda Guerra Mundial. A temática do filme de superação nunca foi tão verbal como em “O Discurso do Rei”.

Estou falando de uma produção impecável e com ótimas atuações. Geoffrey Rush, de “Shine”, domina a tela como o terapeuta de fala do rei. E se Colin Firth, de “Bridget Jones”, já estava no patamar dos atores que entram na fila por um prêmio, desde o ano passado, essa é sua grande chance.

Outro ponto forte do filme é a direção de fotografia de Danny Cohen, que enquadra seu protagonista (vivido por Colin Firth) sempre nos cantos, em planos frontais, de cima para baixo, sendo que este desequilíbrio cria uma sensação de desconforto, evidenciando o sentimento de inadequação do monarca. A fotografia funciona igualmente bem para o outro lado da moeda, Lionel Logue (Geoffrey Rush), um inadequado de outro tipo - fonoaudiólogo nada ortodoxo que tem a tarefa de ensinar. Os embates que ocorrem entre ambos nesta jornada mestre-aluno, monarquia-plebe, são simplesmente excelentes. Se atuar é a arte de reagir, Firth e Rush engajam-se em suas reações como ninguém. Pelo tema sisudo e com um roteiro centrado em diálogos, “O Discurso do Rei” poderia ser um filme difícil não fosse o uso extremamente competente da linguagem cinematográfica para ajudar a contar as aflições do rei Albert.

Com merecidas 12 Indicações ao Oscar: Filme, Diretor, Ator (Colin Firth), Ator Coadjuvante (Geoffrey Rush), Atriz Coadjuvante (Helena Bonham Carter), Roteiro Original, Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Edição, Trilha Sonora Original, Mixagem de Som, “O Discurso do Rei” tem tudo para ser o grande vencedor da noite.

Não deixe de ver!

72 Horas (2010)

O que poderia ser apenas mais um dos vários os filmes sobre uma família comum que, repentinamente, tem sua vida virada de cabeça para baixo por causa de uma situação inesperada, me trouxe uma grata surpresa com este “72 horas”. A um bom tempo um filme neste estilo não me prendia a poltrona. Na verdade “72 horas” é um remake de um filme francês de 2008, “Pour Elle”, estrelado por Vincent Lindon e Diane Kruguer.

Grande parte da credibilidade do filme se deve a feliz escolha de Russel Crowe ao papel do atormentado pai que precisa buscar uma solução para o problema, papel que na mão de um ator menos talentoso poderia virar uma trama banal sobre um plano mirabolante.

A trama relata o drama de uma família comum composta por John Brennan (Russel Crowe), sua esposa Lara (Elizabeth Banks) e o pequeno filho Luke. Num dia como outro qualquer, durante um café da manhã digno de um comercial de margarina, a polícia invade a casa dos Brennan e arrasta Lara para a cadeia, acusada de ter assassinado sua patroa. Todas as provas a incriminam. Dificilmente Lara sairá desta.

Desesperado, John passa a elaborar uma fuga mirabolante para a esposa. Mas do que um simples professor, sem nenhuma vivência no mundo do crime, seria realmente capaz? Respostas só no final do ótimo roteiro que o próprio diretor Paul Haggis adaptou do original francês.

Haggis ratifica seu talento para o thriller policial, sem abandonar o dramas tensos, gênero que o consagrou, seja como roteirista (A Conquista da Honra, Menina de Ouro) ou como diretor ( No Vale das Sombras, Crash - No Limite). Ele tem o dom de balancear em dose certa personagens com veracidade e profundidade, ao mesmo tempo em que cria uma forte dose de empatia com a platéia,

Não tive a oportunidade de ver o original francês , mas aqui temos os velhos vícios do cinemão comercial americano, como fazer questão de amarrar didaticamente todas as pontas soltas no final, mas nada que tire o mérito deste thriller vibrante e sufocante.

Outra surpresa foi rever dois atores que a muito estavam fora do circuito o quase irreconhecível Daniel Stern no pequeno papel do advogado de John, e Brian Dennehy, dando um show, interpretando o avô.

O filme foi um grande fracasso nos EUA faturando pouco mais da metade de seu custo.

Merece ser visto.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Na trilha do Assassino (2009)

Embora o cartaz do filme venda Russell Crowe como o protagonista principal de “Na trilha do Assassino”, bem como o titulo, nos da uma idéia de uma perseguição furiosa o filme é um híbrido estranho. Uma mistura frustrante de serial killer, com pitadas de suspense e um estudo do caráter temperamental de adolescentes perturbados. O filme tem um ritmo lento e realmente pertence à jovem atriz Sophie Traub. Seus olhos que piscam com uma mistura de auto-aversão e desafio, sua face que passa de um olhar de interrogação para uma carranca, o personagem de Traub, Lori Cranston, é um pacote altamente volátil com 15 anos e muito veneno. Estudando o rosto dela, você vê a face de uma criança possuída por demônios.

Grande parte do filme, baseado no romance de Robert Cormier, e dirigido por John Polson, com roteiro adaptado por Emil Stern tela, segue a tensa viagem de Lori e Eric Komenko (Jon Foster), um assassino de 18 anos, que acabou de sair da detenção juvenil, de Buffalo a Albany. Eric, criado em um lar extremamente religioso, passou três anos na prisão por ter assassinado a mãe e o padrasto. Agora ele está morando com sua tia Teresa (Laura Dern, pouco explorada no filme).

O filme é repleto de subtramas, especialmente as que envolvem o personagem de Crowe, que são pesadas e desnecessárias em um filme cujas melhores cenas retratam os jogos psicológicos entre Eric e Lori.

"Na trilha do Assassino" é um filme que se perde por suas convenções e trama estereotipada.

Não perca tempo.

"For one moment our lives met, our souls touched." - Oscar Wilde

Este video me foi enviado pela seguidora e grande amiga Norma Maestri, decide posta-lo por sua mensagem e por ter a certeza que, se as pessoas quebrassem seus paradigmas e rompessem seus circulos de proteção e por fim se abraçassem mais, este seria um mundo melhor.

Um grande abraço a todos.

Exposição conta história do Cine Busch

A Baggio Pizzeria & Focacceria de Blumenau promove, desde o dia 17 de janeiro, a exposição “Memória Viva”. A mostra faz parte da história do cinema de Blumenau em 25 quadros com miniaturas dos pôsters de filmes que estiveram em cartaz no Cine Busch, há quase um século.

As peças foram cedidas pelo colecionador e ex-funcionário do cinema, Herbert Holetz e estão nas paredes da pizzaria, onde ficarão permanentemente como parte da decoração. Cartazes de filmes como “007 contra o satânico Dr. No”, “Casablanca” e “11 homens e um segredo” estão expostos no local.

A Baggio Pizzeria & Focacceria fica na rua Sete de Setembro, 250, próximo ao Grande Hotel e funciona das 18h às 23h30min. A entrada é gratuita.
 
Fonte: Jornal Folha de Blumenau - Matéria publicada na edição 442, no dia 10-02-2011.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dancing at the Movies

Outro dia um grande amigo me enviou este video e estou postando o mesmo pois nele podemos apreciar cenas de alguns musicais dos anos 80 e 90, e de brinde alguns classicos. Veja se voce reconhece todos.

De lanterninha a cinéfilo

PAIXÃO

Herbert Holetz mantém, com muito esforço, coleção com mais de 2 mil produções cinematográficas


De lanterninha a cinéfilo

Blumenauense Herbert Holetz coleciona material e filmes antigos, resultado de paixão pelo cinema despertada aos 7 anos

LILIANI BENTO

Especial para a nnotÍcia

Blumenau - Uma das artes que mais exercem fascínio sobre as pessoas é o cinema. No escurinho da sala, a tela faz com que o filme tome vida e o espectador passe a se sentir parte da história. A paixão de alguns é tamanha a ponto de elas fazerem da sétima arte o oxigênio de suas vidas. Uma dessas pessoas é o cinéfilo Herbert Holetz, 70 anos, que desde pequeno é apaixonado por esse mundo mágico da ilusão. Assim como o garoto do filme "Cinema Paradiso", produção ítalo-francesa, de 1989, com direção de Giuseppe Tornatore, que se encanta pelo cinema quando ainda usa calças curtas, Holetz tinha 7 anos quando tomou contanto com ele. Se o longa-metragem de Tornatore fosse uma obra brasileira, com certeza teria sido inspirada em Holetz. Coincidentemente, o blumenauense nasceu em 1934, e o filme se passa na década de 40.

Desde que a mãe levou Holetz pela primeira vez a uma matinê, o garoto se apaixonou pela tela grande. Avesso aos efeitos especiais utilizados nos filmes atuais, ele diz que o que mais chama sua atenção no cinema é uma boa história e boas interpretações. "Com tantos efeitos, não precisamos mais de excelentes intérpretes", lamenta.

ACERVO

Tanto amor não poderia resultar em outra coisa senão trabalhar com isso. Assim, desde muito jovem integrou as equipes dos cinemas da região, tendo feito de tudo, lanterninha, bilheteiro, subgerente e gerente. Paralelamente, atuou como vendedor e outras atividades, isso porque sua maior paixão é ingrata e o trabalho não oferece salários atraentes. "Assim como jornalismo, literatura e outras profissões, o cinema é amor, mas temos que fazer outra coisa para sobreviver", declara bem humorado.

Ao longo das últimas cinco décadas, Holetz constituiu um acervo fascinante de fitas de cinema, livros e cartazes. A maioria de clássicos, filmes que não se encontram mais no mercado. São cerca de 2 mil fitas, algumas assistidas duas, três, quatro vezes pelo proprietário. "Tem alguns que gosto muito, outros sou obrigado a movimentar a fita para não criar fungo", explica.

Mesmo com a tecnologia do DVD disponível, o cinéfilo diz que não tem como transferir todas as fitas VHS para CD, em virtude do preço. "Sairia muito caro, não tenho como arcar com esse custo", avalia. Mas, mesmo diante das dificuldades financeiras, Holetz continua comprando filmes que considera interessantes.

O acervo está guardado no Arquivo Histórico desde o início da década de 90. Antes, era depositado no Cine Bush, fechado em 1993. "Não tinha como guardar em casa, então, pedi apoio para a Fundação Cultural de Blumenau, que tem me auxiliado sempre", explica.

O colecionaor não é egoísta, tanto que no ano passado criou o projeto Cine Arte (veja quadro), que exibe um filme todas às segundas-feiras, à noite, no auditório da fundação. A entrada é gratuita e, mesmo assim, não tem muito público. Holetz lamenta que as pessoas não conheçam os clássicos que fizeram história no cinema.
 
Materia publicada no Jornal A Noticia
Joinville - Terça-feira, 22 de junho de 2004 - Santa Catarina - Brasil

Comer, rezar, amar’ (2010)

Comer, rezar, amar”, veio para as telas na esteira do sucesso do livro homônimo de Elizabeth Gilbert, papel interpretado por Julia Roberts e é um filme direcionado para o publico feminino.

O filme é repleto de belas paisagens, boa comida, mensagens altruístas e mais a beleza de Julia, parece um programa turístico.

A história autobiográfica fala sobre Elizabeth que, apesar do sucesso profissional e pessoal, encontra-se em um vazio existencial. Para se preencher, a escritora faz um ano sabático onde sai em uma busca pelo autoconhecimento. Decide assim reencontrar os seus prazeres perdidos, como o gosto pela boa comida na Itália, ou o conforto de uma religião na Índia. E por fim a Indonésia onde Elizabeth vai se reencontrar com um guru, que tinha previsto que ela voltaria, e é lá que ela encontra o terceiro caminho desse tripé, ao conhecer o brasileiro Felipe interpretado por Javier Bardem com um português horrível, romance que Elizabeth explora em seu novo romance intitulado “ Committed:A Love Story” lançado em 2010.

Este é um filme onde você precisa deixar o senso critico de lado, o que na maioria das vezes me é muito difícil e se entregar as belas paisagens e lugares visitados por Elizabeth, e como ela na Itália que ela começa a aprender a relaxar e a alegria de não fazer nada – o famoso dolce far niente.

Na Índia, ela conhece Richard (Richard Jenkins), um texano(o personagem que mais gostei do filme) que implica com o seu jeito, até que se torna seu amigo e uma espécie de mestre, mesmo com pouca relação com a religião.

O filme também faz uma homenagem ao MPB, com citações como o “Samba da benção”, aquele que diz que “é melhor ser alegre que ser triste”.

Mas o maior mérito do longa é ser visualmente irretocável, com locações de cair o queixo e comes e bebes apetitosos. Enfim “Comer, rezar, amar” é um filme leve, que vai fazer a alegria delas e de coração aberto, até mesmo, deles.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Cisne Negro (2010)

Darren Aronofsky faz aqui um pequeno ensaio sobre a dualidade da natureza e dos seres humanos, no perturbador "Cisne Negro", que flerta com o cinema de horror e é um dos favoritos ao Oscar em 2011.

Alguns filmes de balé como “Os Sapatinhos Vermelhos”, de Michael Powell (onde um mestre de dança tiraniza sua aluna), “Dança Inacabada”, com Margaret O'Brien (onde uma criança ainda estudando provoca um acidente para tirar a estrela dançarina e dar a chance para sua favorita) e até “Momento de Decisão” que retrata a rivalidade de duas bailarinas, demonstraram o lado difícil e negro desta profissão: sucesso com curta duração, uma enorme concorrência e muitas dificuldades. Já para Aronofsky o balé é apenas a porta de entrada para um estudo sobre a natureza humana.

O diretor Darren Aronofsky tem tido uma carreira pessoal ambiciosa com brilhantes surpresas como “Pi”, “Réquiem Para Um Sonho”, “A Fonte da Vida” e até com o fraco “O Lutador”. Apesar de o roteiro não ser dele, e sim de uma dupla: Mark Heiman e Andres Weinsz, com certeza a influência do diretor deve ter sido grande. Parece que ele existe há dez anos, se passava originalmente num teatro (no estilo A Malvada) e foi Darren quem o transpôs para o mundo do balé.

Após ver o filme estou com o pressentimento que Natalie deve levar o Oscar de atriz, pois não há outra concorrente com um papel tão forte, tão interessante e bem resolvido. Ela ambiciona interpretar o papel duplo do Cisne Branco e o Cisne Negro do Lago dos Cisnes, um clássico da dança, ou seja, a duplicidade do personagem transborda também para a atriz.

Por envolver balé muitos tem a impressão que este é um filme fácil, romântico, que será adotado pelo público feminino. Ledo engano. Ao contrário, trata-se um drama dark, um mergulho num pesadelo e que não fica muito distante do clima de horror. A trilha musical, que parece ter sido eliminada do Oscar, aproveita a original de Tchaicowsky, mas de forma distorcida e com excelente resultado.

Nina (Natalie Portman, sempre no tom certo) é uma bailarina meiga e frágil pressionada pelas projeções de sua mãe (Barbara Hershey). A grande chance de sua carreira surge com uma nova montagem de O Lago dos Cisnes, a ser dirigida por Thomas (Vincent Cassel, aliás, muito contido e convincente, dizendo ter se inspirado em Balanchine). Ela tem a doçura necessária para incorporar o cisne branco, mas falta espontaneidade e sedução para se deixar embeber do cisne negro. Deste modo Thomas desafia Nina a buscar seu lado negro, o outro eu, escondido nas profundezas do ser.O cisne branco e o negro são desdobramentos de um mesmo ser: quando um toma consciência do outro, o temor avança sobre o filme e Aronofsky vai conduzindo a viagem pelo suspense e horror.

Darren Aronofsky faz diversas escolhas felizes que dão a atmosfera perfeita e o estranhamento necessário para filmes do gênero. "Cisne Negro" tem beleza estética de encher os olhos e tem no balé a porta de entrada para uma viagem pelos meandros da mente humana.

Darren Aronofsky mas uma vez me surpreendeu. Veja.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Irmãos de Sangue (2009)

As Duas Faces de Um Crime” foi um bom filme, mas o que mais me chamou a atenção foi um ator desconhecido que estava fazendo sua estréia, Edward Norton. Ao final do filme tive a certeza que havia surgido um ator iria surpreender a sua geração, e isto vem se confirmando seguidamente. Ele não é um tipo de ator que aceita papeis simplesmente por atuar, pois raramente faz mais de 2 filmes por ano, e mesmo que as escolhas nem sempre sejam as melhores, as suas performances são no mínimo ótimas. Em “Irmãos de Sangue” temos a oportunidade de validar isto em dose dupla, pois ele interpreta os gêmeos Bill e Brady Kincaid.

O filme relata, a vida de dois gêmeos idênticos, que dá uma reviravolta quando o primeiro, um renomado professor de filosofia, é confundido pelo segundo, um traficante de drogas a quem vários clãs do narcotráfico querem ver morto.

O diretor,roteirista e ator Tim Blake Nelson, que atuou ao lado de George Clooney e John Turturro em “E aí, Meu Irmão, Cadê Você?” faz um mescla criativa de poesia, ação e carnificina e Norton cria dois personagens totalmente antagônicos que são memoráveis. E a atuação de Norton é ainda mais valorizada quando vemos os dois frente a frente – onde o sotaque do traficante é hilário.

È visível que Nelson virou discípulo dos Irmãos Coen, observando as situações absurdas desta comedia amalucada, onde o próprio Nelson atua como comparsa do irmão traficante.

Não que o filme seja inesquecível, mas serve para provar o quanto um ator de talento faz a diferença, com um roteiro mediano.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Incontrolável (2010)

Para mim foi uma grata surpresa assistir a “Incontrolável “, por ser umbom filme de ação, sem grandes excessos e porque fazia tempo que havia perdi as esperanças no diretor Tony Scott,irmão, Ridley Scott, que ultimamente tem deixado a desejar.

O filme merecia uma melhor recepção nas bilheterias, nos cinemas arrecadou apenas parcos US$ 80 milhões (R$132,8 milhões) para um orçamento de US$ 100 milhões (R$ 166 milhões)! Mas acreditem, tudo aqui funciona como deveria, mantendo o espectador em constante tensão, tecnicamente espetacular.

As cenas de ação e descarrilamento são realistas, mas o que chama a atenção é a fotografia dos atores dentro das cabines do trem, os helicópteros da televisão, onde nas cenas de ação Denzel quase sempre foi substituído por dublê enquanto Chris Pine (Star Trek) teria feito realmente as cenas de perigo.

A história é inspirada em fatos reais que foram maximizados para prender a atenção do espectador, mas algumas coisas ficam soltas como o porque eles criam um clima mostrando um trem de crianças em férias onde supomos que seria o clímax de tudo, e que saem de cena sem deixar vestígios. No fato real não havia realmente toneis altamente explosivos debaixo daquela curva perigosa. O fato real aconteceu em Toledo, Ohio, em 15 de maio de 2001, quando uma locomotiva saiu andando sem seu condutor, passando por três municípios antes de finalmente ser parada.

Como disse aqui a coisa foi adaptada para prender o espectador a cadeira, o que torna tudo mais emocionante: a locomotiva realmente sai andando, só que em alta velocidade (mistura de azar com erro do “piloto”) carregada com uma carga altamente perigosa e corre o risco de provocar um gravíssimo acidente, destruindo mesmo tudo ao redor de onde colidir. As primeiras tentativas de pará-lo não dão certo (mas as cenas são ótimas) o que leva dois ferroviários a tentar um lance arriscado: se engatarem no trem para assim diminuir sua velocidade.

Se não é verossímil a gente nem percebe porque tudo é muito bem feito e o roteiro vai esquentando. Assim os diretores da Ferrovia estão mais preocupados com a repercussão do caso do que com a segurança real das pessoas, mostrando que o descaso com a população não é uma coisa somente do nosso Brasil.

Durante a tentativa de parar o trem somos envolvidos no drama dos personagens vividos por Pine e Denzel, que vivem problemas com a família e no trabalho.

Como disse fazia tempo que um filme de ação não me prendia na poltrona e conseguia me envolver.

Quem gosta do gênero não deve perder.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dia de Treinamento (2001)

Este filme aborda um tema bastante conhecido em nosso país, a corrupção policial, sendo que a ação transcorre em um único dia como adianta o titulo e relata a história de Jake Hoyt (Ethan Hawke), um jovem policial de Los Angeles, que tem como sonho entrar na equipe de narcóticos da polícia local. Mas quando ele finalmente consegue este posto recebe como oficial de treinamento e parceiro Alonzo Harris (Denzel Washington), um policial veterano e corrupto. Com o passar do dia o jovem policial é exposto a todo tipo de corrupção existente, é obrigado a usar crack e é ainda acusado de assassinato. Assim o treinamento será feito não numa sala de aula nem numa repartição policial, mas sim diretamente nas violentas ruas de Los Angeles. Em poucas horas, o jovem Jake vai perceber que ele está nas mãos de uma personalidade perigosa, perturbada e polêmica. Todos estes acontecimentos são orquestrados por Alonzo a fim de encobrir um engano cometido por ele junto à máfia russa, que pode fazer com que ele seja morto se não conseguir uma grande quantia de dinheiro até a meia-noite.

Com “Dia de treinamento” vemos que a realidade norte americana não foge a nossa, apesar de sutis diferenças, como equipamentos. Se nas favelas cariocas a presença da polícia é anunciada por fogos de artifício, nos bairros barra-pesada de Los Angeles os criminosos soltam pombos para alertar seus colegas. E a realidade fica mais próxima quando Alonzo profere seus lemas “Somos a polícia: nós podemos tudo” ou “Para proteger o carneiro é necessário vigiar o lobo. E para isso é preciso ser igual ao próprio lobo”,

Com as devidas ressalvas moralistas – afinal, é um filme hollywoodiano –,o diretor Antoine Fuqua, especializado em videoclipes, utiliza grandes closes e muita câmera na mão para dar um tom mais realista ao seu filme. Quase documental. O estilo de Fuqua praticamente coloca o espectador no banco traseiro do carro de Alonzo e Jake, fazendo-o participar vividamente da ação. Suja e escura, a fotografia é coerente com o tema. O resultado é envolvente.

Denzel Washington e Ethan Hawke concorrem respectivamente aos prêmios Oscar de Ator e Ator Coadjuvante por este filme.